Governo diz que, na primeira parte, pela manhã, abstenção ficou dentro do esperado. Inédito, ‘Enem dos concursos’ teve recorde de inscritos, com 2 milhões. Sala com lugares vazios pouco antes do reinício das provas do CNU, em São Paulo
Vivian Souza/g1
Apesar do recorde de inscritos, alguns candidatos que participaram do Concurso Nacional Unificado (CNU) se depararam com salas esvaziadas neste domingo (18). As provas aconteceram pela manhã e à tarde, com um intervalo para o almoço.
Também houve reclamações sobre locais de prova mais distantes do que o previsto. A intenção do governo era que ninguém precisasse percorrer mais do que 100 km.
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Nas redes sociais, houve comentários sobre o suposto “flop” do “Enem dos concursos”, com pessoas dizendo que se arrependeram de não terem feito a inscrição, diante de uma concorrência supostamente menor que a expectativa.
No entanto, segundo a ministra da Gestão, Esther Dweck, a abstenção, pela manhã, ficou dentro do esperado pelo governo. Um balanço da prova deve ser feito ainda nesta noite.
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Três repórteres do g1 que fizeram o exame na Grande São Paulo observaram que, de todos os inscritos para as salas, poucos compareceram para as provas. E teve gente que não voltou para a segunda parte, à tarde.
“Isso é comum, as pessoas se inscrevem e nem todo mundo consegue se preparar. A gente sabe que os números não são baixos, mas não está acima do que a gente imaginava”, disse Esther Dwek, pela manhã.
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Distância acima do previsto
Ao todo, as provas no CNU foram aplicadas em 228 cidades em todo o Brasil, algo pouco usual para concursos públicos federais. A intenção do governo era que um candidato não precisasse se deslocar mais do que 100 km de sua residência para prestar o exame. Mas o g1 encontrou candidatos que disseram que se deslocaram muito mais.
No Acre, o casal Luiz Paulo da Silva e Carla Menezes teve que passar por três cidades, em uma jornada que incluiu um trecho de avião, uma viagem intermunicipal de táxi e quase 300 km de distância.
Os dois vivem na cidade de Envira, no interior do Amazonas, onde pegaram um voo em um avião de pequeno porte até a cidade de Feijó no Acre. De lá, eles precisaram ainda alugar um táxi para cruzar mais 276 km até chegar em Cruzeiro do Sul (AC) onde fizeram a prova.
Gastrônomo Luiz Paulo da Silva e farmacêutica Carla Menezes ainda calculam prejuízo com viagem até o Acre para “Enem dos concursos”
Reprodução/Rede Amazônica Acre
Márcia Freitas contou que se deslocou 400 km para fazer a prova em Fortaleza. A moradora da cidade de Panambu acabou chegando ao local depois do fechamento do portão, e perdeu o CNU por um atraso de 10 minutos.
Quando chegou ao local de prova, no bairro Joaquim Távora, ela percebeu o atraso de 10 minutos. “Peguei trânsito e me atrasei uns 10 minutos. Venho de longe, de Parambu, 400 quilômetros. Aqui em Fortaleza, o Uber demorou a chegar, pegamos trânsito e atrasei”, resume.
Márcia Freitas atrasou em 10 minutos após viagem de 400 quilômetros e perdeu a prova do Enem dos concursos
Kilvia Muniz/TV Verdes Mares
Em Pernambuco, José Alberto Lins da Silva Júnior, que mora em Barreiros, cidade da Zona da Mata Sul do estado, a 108 km, precisou ir até Recife. Até a noite do sábado (17), ele não sabia se conseguiria fazer a prova, já que não tinha transporte. Acabou conseguindo uma carona de última hora com um parente.
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