26 de dezembro de 2024

Cantora denuncia racismo em SAC na Bahia: ‘fale na minha cara que tenho cabelo de macaco’

Vítima era atendida por funcionário quando outro cliente a chamou de ‘macaca’, em Lauro de Freitas. Caso de racismo foi filmado por pessoas que estavam no local. Cantora sofre rascimo em unidade de Serviço de Atendimento ao Cidadão (Sac) na RMS
Uma cantora denunciou um caso de racismo na unidade de Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. O caso aconteceu na quarta-feira (28), foi filmado por pessoas que estavam no local e viralizou nas redes sociais.
A cantora Marcela Guedes era atendida no SAC, quando uma mulher a abordou. Ela contou para Marcela que um homem, que também esperava atendimento no local, havia dito ofensas racistas relacionadas a ela.
“Veio uma mulher desesperada, tremendo, e me disse: ‘você tem que voltar lá, ele está te chamando de macaca, falando que seu cabelo é de macaca’. Tomei um baque, fiquei em choque”, contou.
Apesar de ter ficado transtornada com a situação, a cantora decidiu finalizar o atendimento antes de tomar qualquer atitude. Depois, ela foi até o suspeito e o confrontou.
Cantora denunciou racismo em SAC de Lauro de Freitas
TV Bahia
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Um vídeo feito pelas pessoas que estavam no local mostra o momento. Marcela desafiou o suspeito a repetir as ofensas racistas na frente dela.
“Tenha atitude de falar na minha cara que eu tenho cabelo de macaco. Racista!”, disse.
Na gravação, ainda é possível ver que uma outra cliente do SAC, que não foi identificada, também entrou na briga e gritou com o homem.
“Primeiro que você é burro, que macaco não tem nem cabelo. Segundo que você é ignorante”, afirmou.
23ª Delegacia, em Lauro de Freitas, onde o caso foi registrado
Alan Tiago Alves/G1
Durante a situação no SAC, ninguém chamou a polícia. Por ser um crime inafiançável, caso a polícia tivesse sido acionada, o suspeito poderia ter sido preso em flagrante. Segundo Marcela, as pessoas ficaram chocadas com a discussão e ninguém pensou em acionar os agentes.
Ao sair do SAC, ela foi até uma delegacia e registrou boletim de ocorrência. A Polícia Civil confirmou que recebeu a denúncia, mas disse não dispõe de mais detalhes.
“Tem gente que não tem coragem de abrir a boca, tem gente que diz que é ‘mi mi mi’. Nós somos a vítima e somos olhados como agressores. O racismo está nos matando todos os dias, não podemos nos calar”, afirmou.
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