16 de novembro de 2024

Carandiru, Palace II e estádio: engenheiro responsável por implosão de prédio em São José atuou em casos de repercussão

Conhecido como Manezinho, o engenheiro Manoel Jorge Diniz Dias é responsável pela operação em prédio em São José dos Campos no domingo (25). Prédio em bairro nobre de São José dos Campos será implodido
André Luis Rosa/TV Vanguarda
O engenheiro responsável pela implosão de um prédio abandonado em bairro nobre de São José dos Campos (SP), neste domingo (25), já participou de implosões que tiveram grande repercussão.
Manoel Jorge Diniz Dias, conhecido como Manezinho, é considerado o principal especialista em implosão no Brasil e esteve à frente de casos icônicos e que foram acompanhados pelos brasileiros.
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De acordo com o engenheiro, as principais entre as mais de 200 implosões em que ele participou foram:
Presídio do Carandiru, em São Paulo, em 2002
Presídio da Ilha Grande, no Rio de Janeiro, em 1994
Edifício Palace II, no Rio de Janeiro, em 1998
Edifício Berrini, em São Paulo, em 2008
Estádio Fonte Nova, na Bahia, em 2010
Sede da Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, em 2022
Sede da Companhia Energética de São Paulo, em 1987
“Em todo prédio que passou pelas nossas mãos, o desafio de fazer a demolição através da implosão é histórico. Foram hotéis, indústrias e estruturas que, ao longo dos anos, fizeram parte da história do país”, afirma Manoel Jorge.
Palace II
Documentário Palace II
A trajetória de Manezinho neste meio teve início em 1982, quando ele começou a trabalhar com Hugo Takahashi, engenheiro considerado o pioneiro da implosão no Brasil.
Takahashi foi o responsável pela primeira implosão da América Latina – a do edifício Mendes Caldeira, na Praça da Sé, em São Paulo, em 1975.
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“O sucesso foi grande, teve repercussão no mundo inteiro e ele passou a ser considerado o sinônimo de implosão no país. Esse evento foi excepcional”, conta Manezinho.
“Infelizmente o Hugo Takahashi morreu em outubro de 1990 e eu acabei ficando com a missão de dar continuidade ao legado dele, com muita humildade porque ele era muito competente.”
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Carandiru
O especialista considera todos os trabalhos feitos até o momento importantes e históricos, mas reconhece que o mais icônico é o do complexo penitenciário do Carandiru, em São Paulo.
Conhecido principalmente pelo massacre ocorrido em 1992 e por rebeliões, o Carandiru foi implodido no dia 8 de dezembro de 2002, em uma operação que durou apenas sete segundos e teve ampla repercussão no país.
“Inicialmente seriam (implodidos) sete pavimentos para a desativação de todo o complexo, mas o governo depois decidiu desativar apenas três pavilhões – o 6, o 8 e o 9, que foi palco da chacina de detentos. Não só por esse fato, mas por diversas outras tragédias associadas ao Carandiru, a região sofria um certo abandono. Era uma área considerada de risco, degradada e com desvalorização muito grande do bairro”, lembra Manezinho.
“A implosão do Carandiru foi um evento com uma repercussão extraordinária por todo simbolismo que representava a desativação. Depois tivemos a valorização muito grande daquela região, com a criação do Parque da Juventude, com uma área de esportes, mata atlântica, faculdades”, completa.
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A implosão completa 50 anos no Brasil no ano que vem (a primeira foi a do edifício Mendes Caldeira, na Praça da Sé, em SP, em 1975) e é uma prática que tem sido cada vez mais usada porque, apesar da complexidade, evita meses de demolição manual, sujeira e poluição sonora.
“No ano que vem o Brasil comemora 50 anos dessa modalidade da engenharia de minas. A implosão, uma grande ferramenta para transformações urbanas. É talvez a atividade de engenharia que mais mantém uma relação íntima com a comunidade por conta de que toda uma multidão, levada pela curiosidade ou pela figura do espetáculo, reverencia a despedida da estrutura”, conclui Manoel Jorge.
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