Investimento anual de R$ 5 milhões é parceria entre governos estadual e federal. Por questões de segurança, endereço não pode ser divulgado. Público-alvo são refugiados que chegam ao Brasil pelo Aeroporto Internacional de São Paulo. Casa de apoio para refugiados em Cotia, na Grande SP
TV Globo
Os governos estadual e federal inauguram, na manhã desta quinta-feira (4), uma casa de apoio para receber refugiados que chegam ao Brasil pelo Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Batizado ‘Casa do Migrante Terra Nova III’, o espaço, que fica em Cotia, na Grande São Paulo, tem capacidade para 150 pessoas e oferecerá aulas de português, alimentação, apoio na emissão de documentos e acesso a políticas públicas e serviços de saúde.
Por questões de segurança, o endereço não pode ser divulgado. O investimento é de R$ 5 milhões ao ano, sendo R$ 3,8 milhões do governo de São Paulo e R$ 1,2 milhão repassados pelo governo federal.
De acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social:
O abrigo conta com 79 suítes, oferece acessibilidade, refeitório, cozinha industrial, sala de atendimento individual, lavanderia e horta;
Os acolhidos receberão quatro refeições diárias;
Além de atendimento social e psicossocial.
Para acessar as vagas, os refugiados devem acessar o Posto Avançado de Atendimento Humanizado, do Aeroporto Internacional.
Os primeiros atendidos serão afegãos, que, desde 2021, vivem uma situação de instabilidade social em razão da invasão do território do Afeganistão pelo grupo extremista Talibã (leia mais abaixo).
No início de março deste ano, afegãos acampados no saguão do aeroporto chegaram a ficar 20 dias sem tomar banho. Em junho de 2023, foi registrado um surto de sarna entre os refugiados.
No dia 8 de março, Gilberto Nascimento, Secretário do Desenvolvimento Social de São Paulo, afirmou que o governo estadual iria inaugurar um complexo com até 300 vagas.
Afegãos no Brasil
Afegãos no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos
Fábio Tito/g1
O g1 acompanha, desde 2022, a chegada de famílias afegãs ao aeroporto. Eles começaram a entrar no país quando as tropas americanas encerraram os 20 anos de intervenção militar no Afeganistão e o grupo extremista Talibã voltou ao poder.
O governo brasileiro publicou, em setembro de 2021, uma portaria estabelecendo a concessão de visto temporário para fins de acolhida humanitária a cidadãos afegãos. Um ano após a portaria, a reportagem do g1 conversou com famílias que tinham acabado de entrar no Brasil em busca de liberdade e recomeço (veja vídeo e fotos mais abaixo).
Em 2022, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) atendeu 1.035 afegãos. A maioria era composta por homens entre 18 e 59 anos (490) e mulheres na mesma faixa etária (248). Dessas 738 pessoas, 50,4% possuem formação universitária e 6,5% são pós-graduadas.