25 de dezembro de 2024

‘Casa de Vidro’ de Bernardo Bello está alugada para Pulgar, do Flamengo, que paga R$ 70 mil em espécie; volante não é investigado

Mansão na Barra da Tijuca é toda espelhada e tem vidros blindados. Polícia e MPRJ apuram se imóvel estava legalizado para locação e por que o contrato exige pagamento em espécie. A força-tarefa da Operação Ás de Ouros 3, que tenta nesta quinta-feira (7) prender o bicheiro Bernardo Bello, cumpriu um mandado de busca e apreensão na “Casa de Vidro”, como é conhecida a mansão do contraventor na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Bello também é chamado de “Cara da Casa de Vidro”.
O imóvel fica em um condomínio de luxo e possui fachada toda espelhada e à prova de balas. Atualmente, está alugada para Erick Pulgar, volante chileno do Flamengo. O jogador não é investigado.
A TV Globo apurou que, por contrato, o inquilino precisa pagar R$ 70 mil por mês, e alguns pagamentos podem ter sido feitos em espécie a Tamara Garcia, filha do bicheiro Waldemir Paes Garcia, o Maninho, e ex-mulher de Bello.
A Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) querem saber por que há essa exigência de o aluguel ser pago em dinheiro e se a família tinha permissão para a locação. Se a casa estiver sequestrada pela Justiça, Pulgar pode ter sido enganado.
Os investigadores também querem esclarecer se Tamara declarou o dinheiro do aluguel à Receita.
Ainda segundo apurou a equipe de reportagem, Pulgar sempre honrou os aluguéis, e o contrato de locação foi feito com Tamara e reconhecido em cartório.
Mansão do bicheiro Bernardo Bello na Barra da Tijuca
Reprodução
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Nesta quinta-feira, o Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCor-LD) da Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRJ tentaram prender, na Operação Ás de Ouros 3, Bernardo Bello, Diego Netto Braz dos Santos e o ex-PM Marcelo Sarmento Mendes, o Repolhão. Outros 5 alvos de prisão já estavam encarcerados.
Todos os 8 já tinham sido denunciados pelo homicídio do advogado Carlos Daniel Ferreira Dias, em maio de 2022, em Niterói. Agora, são procurados também por organização criminosa e lavagem de dinheiro dentro desse inquérito.
Com este, já são 5 mandados de prisão contra Bello em aberto. Ele é investigado ainda pela morte de Alcebíades Paes Garcia, o Bid, tio da ex-mulher, Tamara.
Em janeiro de 2022, Bello foi preso pela Interpol na Colômbia — ele constava da Difusão Vermelha (Red Notice), a lista dos mais procurados de cada país. A Justiça aceitou a denúncia do MPRJ e tornou Bello réu pela morte de Bid.
Bello ficou detido na Colômbia por 4 meses, quando obteve um habeas corpus, e voltou ao Brasil, respondendo ao atentado em liberdade.
Em novembro de 2022, Bello voltou a ser procurado, na Operação Fim da Linha, por corrupção e lavagem de dinheiro. A investigação começou com a notícia-crime sobre um bingo clandestino em Copacabana, na Zona Sul do Rio, que funcionaria com a permissão de policiais militares.
Em março de 2023, a Justiça expediu mais um mandado de prisão contra Bello, também por lavagem de dinheiro, na Operação Banca da Vila. Na ocasião, o MPRJ denunciou o ex-jogador Emerson Sheik (apelido de Marcio Passos Albuquerque).
Em julho de 2023, Bello foi denunciado pela morte de Carlos Daniel.
Mansão do bicheiro Bernardo Bello na Barra da Tijuca
Reprodução/TV Globo

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