19 de setembro de 2024

Casa em que menina de 3 anos foi morta por mãe e padrasto foi limpa após crime, diz polícia de SC

Policiais encontraram vestígios de sangue em cômodos da residência. Crime aconteceu na segunda-feira, quando casal enterrou vítima em uma área de mata em Indaial, no Vale do Itajaí. Mãe e padrasto abandonam mala usada para transportar criança morta em SC
A mãe e o padrasto presos pela morte da menina Isabelle de Freitas encontrada enterrada em uma área de mata em Indaial limparam a casa onde mataram a criança após o crime, segundo a Polícia Civil. Mesmo com a higienização, os agentes conseguiram encontrar vestígios de sangue no local.
O crime aconteceu na segunda-feira (4) e o corpo da criança de 3 anos foi localizado na quarta (6). De acordo com a investigação, havia sangue em um dos quartos da casa, sala, cozinha e banheiro. O material foi coletado para comprovar se pertencia a Isabelle.
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A menina foi enterrada em uma área de mata fechada, às margens das BR-470, em uma cova feita pelo próprio padrasto, de acordo com o delegado Filipe Martins. Um vídeo flagrou o casal abandonando a mala usada para transportar e ocultar o corpo da vítima (assista acima).
A mãe e o padrasto, que eram investigados por maus-tratos segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), estão presos temporariamente. O órgão conseguiu na Justiça uma medida protetiva para o irmão mais novo da vítima, que morava na casa.
O QUE SE SABE sobre a morte da menina
Presos já eram investigados por maus-tratos em SC
Casa chamou carro de aplicativo para forjar sequestro após crime
Investigação
A investigação começou na segunda, quando o casal foi à delegacia registrar o desaparecimento da menina. Eles também divulgaram o caso nas redes sociais e conversaram com a imprensa. No dia do crime, para despistar suspeitas, chamaram um carro de aplicativo para reforçar a versão de que a vítima havia sido sequestrada.
Durante os depoimentos de mais de 12 pessoas, entre familiares e vizinhos, a polícia identificou contradições nas versões dos criminosos.
“Percebemos que tinha uma narrativa, uma versão criada, uma versão que, pela nossa experiência, seria uma versão que eles teriam já construído”, explicou Martins.
VÍDEO: Casal abandonou mala usada para ocultar corpo da criança
Menina ‘morreu de tanto apanhar’, segundo delegado-geral
Isabelle de Freitas, de 3 anos, desapareceu em Indaial
Reprodução/Redes sociais
De acordo com o delegado, os elementos analisados pela investigação levam a crer que os dois agrediram a criança até a morte. O padrasto confessou ter iniciado o ataque “porque queria corrigir a criança”.
“Ele narra que os dois agrediram a criança e, em determinado momento, ela [a menina] ficou sozinha com a genitora no quarto. Depois, ele volta para o quarto e [eles] a veem morta. Eles entram em desespero e tomam a decisão, em comum acordo, de se livrar do corpo”, relatou.
O g1 não localizou a defesa do casal. Eles são investigados pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.
O que os vizinhos relataram à polícia?
Ao ouvir os relatos de vizinhos, veio a informação de que, na manhã de segunda (4), houve uma briga na residência.
De imediato, a situação levantou suspeita. Um homem que se apresentou como missionário de igreja e mora com a família há duas semanas disse ter ouvido os choros da criança, mas afirmou não ter visto o que ocorreu de fato. A polícia, em princípio, descarta o envolvimento dele no crime.
Foi encontrado algum vestígio de agressão na casa da família?
Na casa da mãe e do padrasto foram encontrados vestígios de sangue. Peritos verificaram, a partir da aplicação do reagente luminol, presença de sangue em diversos cômodos onde houve tentativa de ocultação do fluído. Exames vão verificar se o material era da menina.
Quem morava na casa?
Moravam na casa a mãe, o padrasto, a menina, um irmão dela e um missionário de igreja. A Polícia Civil não divulgou a idade do irmão.
Quando a criança foi morta?
A menina foi assassinada na própria segunda-feira (4), de acordo com o delegado.
Qual a causa da morte da criança?
De acordo com Martins, os elementos analisados pela investigação até o momento levam a crer que mãe e padrasto agrediram a criança até a morte.
O laudo do exame do corpo indicará como a menina foi morta.
O delegado-geral de Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, escreveu que ela “morreu de tanto apanhar”.
O que dizem os suspeitos sobre a motivação para as agressões?
O padrasto confessou ter iniciado o ataque “porque queria corrigir a criança”.
“Ele narra que os dois agrediram a criança e, em determinado momento, ela [a menina] ficou sozinha com a genitora no quarto. Depois, ele volta para o quarto e [eles] a veem morta. Eles entram em desespero e tomam a decisão, em comum acordo, de se livrar do corpo”, relatou o delegado.
Onde foi encontrado o corpo da menina?
Conforme o investigador, o corpo da vítima foi enterrado em uma área de mata fechada, às margens das BR-470, em uma cova cavada pelo próprio padrasto.
Por quais crimes mãe e padrasto são investigados?
Eles são investigados pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.
O que diz a defesa dos suspeitos?
O g1 não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos.
Havia alguma suspeita anterior em relação à mãe e ao padrasto?
A mãe e o padrasto já tinham sido denunciados por maus-tratos e eram investigados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) antes do assassinato, informou o órgão nesta quinta-feira (7).
O procedimento, segundo o MP, foi instaurado em dezembro a partir de um relatório enviado pelo Conselho Tutelar. As denúncias que originaram a atuação da rede eram anônimas.
Segundo o Ministério Público, o procedimento buscava reunir elementos mais concretos a respeito do contexto da família, em especial às suspeitas de maus-tratos, em parceria com o Conselho Tutelar e outros órgãos da rede de proteção, como o Centro de Referência de Assistência Social (Creas).
Os suspeitos, no entanto, segundo nota do MPSC, “vinham dificultando a apuração e o acompanhamento dos órgãos de proteção, chegaram até a mudar de endereço”.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, o promotor Djônata Winte informou que o MP teve dificuldades para comprovar os crimes durante a apuração.
“Tivemos alguns problemas pela atitude do casal. Houve resistência de aderir às recomendações do Conselho Tutelar. A própria mudança de residência, que foi recente, há duas semanas, impossibilitou o contato da rede”, informou.
O irmão da menina também era agredido?
A Polícia Civil e o MPSC não esclareceram se os maus-tratos ocorriam contra os dois ou só com a menina.
Após o assassinato, o Ministério Público pediu medida protetiva ao irmão dela, e a solicitação foi aceita na noite de quarta (6).
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