Andressa Serantoni foi morta durante briga em 12 de agosto de 2020, em São José do Rio Preto (SP), mas a pronúncia foi emitida na sexta-feira (22). Data do júri não foi marcada. Andressa morreu após ser esfaqueada em bairro de Rio Preto
Reprodução/Instagram/Arquivo
Vai a júri popular o casal preso por matar com mais de 30 facadas a personal trainer Andressa Serantoni Zacaron. A vítima foi esfaqueada no pescoço, tórax, coxas, braços e mãos no dia 12 de agosto de 2020, em São José do Rio Preto (SP), mas a pronúncia foi emitida na sexta-feira (22).
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Segundo a decisão do juiz Luis Guilherme Pião, Joel Fernandes Santos e Sidileide Normanha da Paixão Santos foram denunciados pelo Ministério Público (MP) em setembro daquele ano por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, crueldade e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Casal foi preso em flagrante pela morte da personal Andressa Serantoni
Reprodução/TV TEM/Arquivo
Os dois também foram denunciados por homicídio tentado duplamente qualificado por motivo torpe e crime praticado para garantir a execução de outro crime contra outra vítima. Contudo, a Justiça afastou o motivo torpe.
No processo, a defesa de Sidileide pediu a absolvição ou a impronúncia com relação a tentativa de homicídio ou afastamento das qualificadoras, após um exame comprovar a insanidade mental da acusada (entenda mais abaixo).
Personal trainer morre após ser esfaqueada em bairro de Rio Preto
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Mas, segundo o juiz, há elementos e provas que comprovam o fato, além da confissão dos réus. No caso de Sidileide, o laudo descreve que não é possível a exatidão diagnóstica pela ausência de acompanhamento médico e documentação.
Andressa Serantoni foi morta a facadas em bairro de Rio Preto
Reprodução/Facebook
Portanto, decidiu que o casal deve ir a júri popular, mas a data não foi marcada. Os acusados foram presos em flagrante, sendo a prisão convertida em preventiva no dia 13 de agosto daquele ano.
O g1 tenta contato com a defesa dos réus.
Laudo
A mulher presa é portadora de transtorno delirante orgânico e transtorno psicótico, de acordo com o exame de insanidade mental realizado por um perito do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (IMESC).
Com o diagnóstico, Sidileide Normanha da Paixão Santos é considerada inimputável – pessoa que por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto, é incapaz de entender o caráter ilícito do fato, sendo assim, não pode ser responsabilizada pelo crime, mas pode sofrer medidas de segurança, como internação.
Andressa Serantoni foi morta com golpes de faca em Rio Preto
Reprodução/Facebook
De acordo com o laudo, Sidileide estava, na época em que o crime aconteceu, privada de sua plena capacidade de discernimento, por conta do distúrbio neuropsiquiátrico apresentado.
“Sob a ótica médico-legal psiquiátrica, é considerada inimputável e, pelas características do mal, há a possibilidade de reincidência no delito em pauta ou no cometimento de outros”, escreveu em um trecho da perícia psiquiátrica o médico Richard Rigolino.
O diagnóstico foi baseado na versão apresentada por Sidileide, aliado à consulta dos autos, contexto criminal, depoimentos de testemunhas e a evolução clínica.
Ainda segundo o laudo, Sidileide deve ser submetida a tratamento psiquiátrico compulsório em regime de internação em hospital de custódia, e tratamento psiquiátrico por período não inferior a dois anos.
Denúncia
Segundo a denúncia do Ministério Público, Joel e Sidileide eram conhecidos por causarem problemas na vizinhança onde moravam.
Sidileide tinha o hábito de, com o celular em mãos, filmar vizinhos sem autorização, gerando desentendimentos, conforme relatado no inquérito.
No dia do crime, Andressa foi até a casa da mãe para alimentar o cachorro, e Sidileide passou a filmá-la sem sua permissão.
Andressa, então, questionou a mulher sobre o motivo da filmagem, momento em que ela respondeu: “você é de alguma quadrilha para eu não poder te filmar?”.
Ainda de acordo com a denúncia, Sidileide agarrou a vítima pelos braços e disse ao marido: “vai lá, pega lá para a gente resolver”.
Joel foi até o carro, pegou duas facas, retornou e entregou uma para a mulher. Em seguida, conforme a denúncia, ambos passaram a esfaquear a vítima ao mesmo tempo. Ela morreu no local.
Um vizinho viu o casal cometendo o crime e tentou evitá-lo. No entanto, Sidileide avançou com a faca, e o homem conseguiu escapar.
Logo depois, o vizinho tentou tirar Joel de cima de Andressa, mas o acusado também começou a tentar golpeá-lo, não permitindo que a vítima fosse socorrida.
Sidileide e Joel entraram na casa deles após matar a personal trainer a facadas. Porém, policiais militares pularam o muro da residência e prenderam o casal em flagrante.
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