28 de dezembro de 2024

Caso Danilo: Justiça mantém absolvição de ajudante de pedreiro acusado de matar menino afogado em lama


Justiça negou recurso do Ministério Público de Goiás. Hian de Oliveira ficou preso quase quatro anos. Servente de pedreiro Hian Alves de Oliveira disse à polícia que matou o menino Danilo Silva sozinho
Reprodução/TV anhanguera
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) manteve a absolvição do ajudante de pedreiro Hian Alves de Oliveira, acusado de matar Danilo de Sousa Silva em 2020, segundo documento divulgado pela defesa do suspeito. A Justiça negou o recurso do Ministério Público de Goiás (MP-GO).
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A decisão foi divulgada na última quinta-feira (31). O g1 solicitou à defesa um posicionamento sobre a absolvição, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
A absolvição pelo homicídio foi emitida pelo juiz Antônio Fernandes de Oliveira, da 4ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos, em junho. Na época, o Ministério Público afirmou que “a decisão foi contrária às provas dos autos”.
O réu foi condenado, no entanto, a dois anos de prisão em regime aberto por denunciação caluniosa após acusar falsamente o padrasto da criança, Reginaldo Lima dos Santos, de cometer o crime. Hian de Oliveira ficou preso quase quatro anos.
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Danilo de Sousa Silva, de 7 anos, está desaparecido em Goiânia
Reprodução/TV Anhanguera
Investigação e processo
Danilo desapareceu no dia 21 de julho de 2020. Segundo o relato da família à Polícia Civil, ele brincava na porta de casa, entrou e disse à mãe que iria à casa da avó, mas nunca chegou lá. O corpo do menino foi encontrado no dia 28, em uma área de brejo em uma mata a cerca de 100 metros de onde ele morava.
O servente de pedreiro Hian Alves de Oliveira tinha 18 anos quando foi indiciado por matar o menino Danilo de Sousa Silva, 7 anos, que foi afogado em lama numa mata a 100 metros da casa onde morava, no Parque Santa Rita, em Goiânia. O padrasto do garoto também era suspeito de cometer o crime, mas foi inocentado ao fim da investigação.
Na época, a polícia explicou que Hian Oliveira era vizinho da família e atraiu Danilo para a mata, onde foi morto afogado na lama, dizendo que buscariam juntos uma pipa que caiu no meio das árvores, de acordo com o delegado Rilmo Braga, titular da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), que coordenou a força-tarefa montada para apurar o crime.
“Ele atraiu o menino para o local dizendo que iria pegar uma pipa e o asfixiou na lama até a morte. Após isso, ouviu um suspiro e, com ajuda da vara, cutucou para saber se ele já estava morto”, afirma Braga sobre a dinâmica do crime.
Bombeiros encontram corpo em área de mata, em Goiânia
Marina Demori/TV Anhanguera
De acordo com Braga, o servente de pedreiro planejou a morte de Danilo por cinco dias, inclusive, observando toda a rotina da família e como faria para que a responsabilidade do crime recaísse sobre o padrasto. O motivo seria ciúmes do pastor Fabiano Silva, que tinha abrigado Hian há cerca de três meses e morava na mesma rua da vítima.
“Ele sentia ciúmes do seu pai adotivo, o pastor, porque presenciou ajuda financeira para a família de Danilo. O pastor tinha costume de ajudar famílias, mas, nos últimos meses, ele acolhia mais a família do menino”, relatou o delegado.
O delegado explicou que o sentimento de Hian era de revolta em desfavor do padrasto de Danilo e, por isso, ele tinha mentido aos investigadores. Inicialmente, o servente de pedreiro relatou que apenas tinha ajudado o padrasto de Danilo a segurar o menino e, para isso, receberia uma moto e um carro como pagamento. A versão, no entanto, foi desmentida pelo próprio Hian.
O ajudante de pedreiro disse que usou um pedaço de madeira para agredir o menino e afogou o rosto dele num pedaço de lama até ele perder a consciência. O corpo foi abandonado numa área de brejo, que o próprio Corpo de Bombeiros disse depois que teve dificuldades de acesso.
Pedaço de madeira usado para agredir Danilo Sousa, de 7 anos, antes de ele morrer afogado em lama Goiânia
Reprodução/Polícia Civil
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