Justiça negou recurso do Ministério Público de Goiás. Hian de Oliveira ficou preso quase quatro anos. Servente de pedreiro Hian Alves de Oliveira disse à polícia que matou o menino Danilo Silva sozinho
Reprodução/TV anhanguera
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) manteve a absolvição do ajudante de pedreiro Hian Alves de Oliveira, acusado de matar Danilo de Sousa Silva em 2020, segundo documento divulgado pela defesa do suspeito. A Justiça negou o recurso do Ministério Público de Goiás (MP-GO).
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A decisão foi divulgada na última quinta-feira (31). O g1 solicitou à defesa um posicionamento sobre a absolvição, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
A absolvição pelo homicídio foi emitida pelo juiz Antônio Fernandes de Oliveira, da 4ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos, em junho. Na época, o Ministério Público afirmou que “a decisão foi contrária às provas dos autos”.
O réu foi condenado, no entanto, a dois anos de prisão em regime aberto por denunciação caluniosa após acusar falsamente o padrasto da criança, Reginaldo Lima dos Santos, de cometer o crime. Hian de Oliveira ficou preso quase quatro anos.
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Danilo de Sousa Silva, de 7 anos, está desaparecido em Goiânia
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Investigação e processo
Danilo desapareceu no dia 21 de julho de 2020. Segundo o relato da família à Polícia Civil, ele brincava na porta de casa, entrou e disse à mãe que iria à casa da avó, mas nunca chegou lá. O corpo do menino foi encontrado no dia 28, em uma área de brejo em uma mata a cerca de 100 metros de onde ele morava.
O servente de pedreiro Hian Alves de Oliveira tinha 18 anos quando foi indiciado por matar o menino Danilo de Sousa Silva, 7 anos, que foi afogado em lama numa mata a 100 metros da casa onde morava, no Parque Santa Rita, em Goiânia. O padrasto do garoto também era suspeito de cometer o crime, mas foi inocentado ao fim da investigação.
Na época, a polícia explicou que Hian Oliveira era vizinho da família e atraiu Danilo para a mata, onde foi morto afogado na lama, dizendo que buscariam juntos uma pipa que caiu no meio das árvores, de acordo com o delegado Rilmo Braga, titular da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), que coordenou a força-tarefa montada para apurar o crime.
“Ele atraiu o menino para o local dizendo que iria pegar uma pipa e o asfixiou na lama até a morte. Após isso, ouviu um suspiro e, com ajuda da vara, cutucou para saber se ele já estava morto”, afirma Braga sobre a dinâmica do crime.
Bombeiros encontram corpo em área de mata, em Goiânia
Marina Demori/TV Anhanguera
De acordo com Braga, o servente de pedreiro planejou a morte de Danilo por cinco dias, inclusive, observando toda a rotina da família e como faria para que a responsabilidade do crime recaísse sobre o padrasto. O motivo seria ciúmes do pastor Fabiano Silva, que tinha abrigado Hian há cerca de três meses e morava na mesma rua da vítima.
“Ele sentia ciúmes do seu pai adotivo, o pastor, porque presenciou ajuda financeira para a família de Danilo. O pastor tinha costume de ajudar famílias, mas, nos últimos meses, ele acolhia mais a família do menino”, relatou o delegado.
O delegado explicou que o sentimento de Hian era de revolta em desfavor do padrasto de Danilo e, por isso, ele tinha mentido aos investigadores. Inicialmente, o servente de pedreiro relatou que apenas tinha ajudado o padrasto de Danilo a segurar o menino e, para isso, receberia uma moto e um carro como pagamento. A versão, no entanto, foi desmentida pelo próprio Hian.
O ajudante de pedreiro disse que usou um pedaço de madeira para agredir o menino e afogou o rosto dele num pedaço de lama até ele perder a consciência. O corpo foi abandonado numa área de brejo, que o próprio Corpo de Bombeiros disse depois que teve dificuldades de acesso.
Pedaço de madeira usado para agredir Danilo Sousa, de 7 anos, antes de ele morrer afogado em lama Goiânia
Reprodução/Polícia Civil
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