Além dos acusados, pelo menos 20 testemunhas também devem depor na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco. Gedeon Barros foi morto a tiros em maio de 2021 em Rio Branco
Arquivo pessoal
Os acusados pela morte do ex-prefeito de Plácido de Castro, no interior do Acre, Gedeon Barros, serão ouvidos no dia 10 de outubro em audiência de instrução do caso. Além dos acusados, 20 testemunhas também devem depor na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco.
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Os nomes dos réus que serão ouvidos na audiência não foram divulgados pelo Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC).
Barros foi morto a tiros na manhã do dia 20 de maio de 2021, no bairro Santa Inês, no Segundo Distrito de Rio Branco. Dois homens chegaram em uma moto e executaram o ex-gestor, fugindo em seguida para o bairro Belo Jardim, onde se concentraram as buscas da polícia, na época.
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Mazinho Mariano (dir.) é apontado como mandante da morte de Gedeon Barros (esq.)
Reprodução
Em agosto deste ano, o ex-secretário de Esportes de Plácido de Castro, Liomar Jesus Mariano, mais conhecido como Mazinho Mariano, teve um pedido de liberdade concedido pela Justiça e deixou a prisão após oito meses. Na época, as investigações apontaram que Gedeon devia R$ 130 mil a Mazinho Mariano. A defesa alega que Mazinho é inocente e que houve arbitrariedade na prisão.
No início daquele mês, a Justiça indeferiu a liminar de um pedido de liberdade. Já no dia 27, a Câmara Criminal do Tribunal do Justiça do Acre (TJ-AC) julgou um habeas corpus e, por dois votos a um, os desembargadores aceitaram o pedido de soltura feito pelo advogado Wellington Silva.
Carmélio da Silva Bezerra e Mazinho foram presos em 20 de dezembro do ano passado durante operação da Polícia Civil em três cidades. Um terceiro acusado na morte já estava preso por outro crime e a polícia cumpriu um novo mandado judicial.
Já em fevereiro, um acreano de 38 anos, suspeito de participar do assassinato do ex-prefeito, foi preso em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza.
Carmélio da Silva Bezerra foi autorizado a ficar com a família em Plácido de Castro
Arquivo pessoal
A captura do suspeito ocorreu durante a Operação Crime Cracker, que cumpriu dois mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco e um mandado de prisão preventiva da Justiça acreana.
Em março, a Câmara Criminal de Rio Branco voltou a negar um pedido de liberdade para Carmélio Bezerra. Já no início de agosto, o idoso foi solto e autorizado a ir para Plácido de Castro.
Réus
A 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco recebeu denúncia contra sete suspeitos pela morte de Gedeon e tornou réus por homicídio qualificado em janeiro deste ano.
Confira abaixo os denunciados no caso e o que é atribuído a cada um deles:
Carmélio da Silva Bezerra e Liomar de Jesus Mariano – apontados como mandantes do crime. Também responderão por coação no curso do processo;
Clebson Rodrigues do Nascimento e Weverton Monteiro Oliveira – apontados como responsáveis pela contratação dos executores;
Antônio Severino de Souza – apontado como responsável por repassar informações sobre Gedeon Barros e contribuir para a emboscada;
João da Silva Cavalcante Junior e Sairo Gonçalvez Petronilio – É apontado como condutor da motocicleta utilizada no crime, e o segundo é apontado como autor dos disparos contra Barros. Também responderão por homicídio por motivo torpe e com recurso que dificultou defesa da vítima.
No processo, a Justiça destaca que um dos envolvidos fez uma delação premiada e entregou os demais suspeitos do crime. Segundo o delator, ‘os mandantes do crime seriam um agiota residente do município de Plácido de Castro e um boliviano, em virtude de uma dívida que a vítima teria com estes’.
Ainda de acordo com o relato do suspeito, Carmélio da Silva Bezerra, mais conhecido como Véio, e Liomar de Jesus Mariano, Mazinho, que em conformidade com o declarado pelo delator estavam presentes em várias oportunidades durante as reuniões de planejamento do crime’.
Prefeito Gedeon Barros foi morto em 20 de maio de 2021
Arquivo pessoal
O delator diz também que a ideia inicial era de que crime parecesse um latrocínio, roubo seguido de morte, para que a polícia não chegasse aos mandantes.
Ao analisar o pedido de soltura para Carmélio Bezerra, o juiz de Direito Danniel Gustavo Bomfim destacou que o ‘pedido da “pena restritiva de liberdade” formulado pelo advogado não encontra qualquer lógica nesse momento, eis que se trata de prisão provisória e estando os autos ainda em instrução, não havendo qualquer pena imposta, apesar do que alega o requerente’.
Gedeon Barros foi morto dentro do carro
Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre
Além disso, o magistrado destaca a gravidade do crime e a garantia de manter a ordem pública.
“Diante desse panorama até então obtido pela investigação, evidente a presença do pressuposto da garantia da ordem pública, pois a motivação acima exposta em que denota-se o alto poder financeiro dos criminosos, por si só, causa insegurança, temor e instabilidade na sociedade visto que o alto grau de premeditação e planejamento do crime em tela demonstra terem os mesmos experiência e influência no cenário criminoso, detendo de meios suficientes a, inclusive, determinar uma tentativa de assassinato dentro de um estabelecimento criminal apenas com o intuito de queimar o arquivo vivo, que é o delator”, diz.
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