20 de setembro de 2024

Caso Grande Vitória: 3º dia tem debates entre MP e defesa

Nesta quarta-feira (3), promotoria e advogados se enfrentam na fase dos debates. Fórum Ministro Henoch Reis, em Manaus
Paulo Paixão/Rede Amazônica
O julgamento dos nove policiais militares acusados de matar três jovens no bairro Grande Vitória, na Zona Leste de Manaus, entrou no terceiro dia nesta quarta-feira (3), no Fórum Henoch Reis. O desaparecimento do trio aconteceu em 2016 após abordagem policial.
O julgamento, que teve grande repercussão na época do crime, estava marcado para ocorrer, inicialmente, em novembro do ano passado, mas foi adiado a pedido do Ministério Público do Amazonas (MPAM) e da defesa de um dos réus que, na época, estava com suspeita de meningite.
Segundo o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), nesta quarta, iniciou a fase dos debates entre a promotoria e os advogados dos réus. Essa etapa pode durar até nove horas, segundo o órgão.
No entanto, o juiz Eliezer Fernandes Júnior, ao chegar ao Fórum nesta quarta-feira, disse que sua expectativa é que o julgamento seja concluído ainda na data de hoje, mas não descartou a possibilidade de que os trabalhos em plenário avancem até as primeiras horas da madrugada de quinta-feira.
Julgamento do caso ‘Grande Vitória’ começou e deve durar cinco dias, em Manaus
Mais cedo, o magistrado e a advogada Martha Gonzales bateram boca durante uma coletiva de imprensa. Na ocasião, Fernandes falava sobre o andamento dos trabalhos do júri, quando foi criticado pelo advogado, que afirmou que a instrução do processo não foi bem feita.
“A fase de interrogatório do réu não quer dizer que ele é obrigado a responder a pergunta. Eles têm essa opção de não responderem e é um direito constitucional deles, e isso não vai prejudicar a defesa deles”, explicou o juiz.
Martha aproveitou a oportunidade para contestar a autenticidade das provas apresentadas e o magistrado a interrompeu. Logo em seguida, a advogada foi impedida de continuar a entrevista e fez uma crítica à Justiça do Amazonas. “É assim que funciona a nossa justiça, infelizmente”, disse.
O caso
O desaparecimento do trio aconteceu em 2016 após abordagem policial. Imagens de câmeras de vigilância da área registraram o momento que os policiais mandaram o trio entrar no carro da PM.
À época, o g1 ouviu a cunhada de Rita, que não quis se identificar. Ela contou que a jovem voltava de um pagode no bairro São José de carona com os dois rapazes desaparecidos.
Weverton pilotava a moto quando houve a abordagem. Segundo a esposa dele, Andresa Andrade, de 19 anos, o marido estava desempregado há pouco tempo. Ele trabalhava como frentista e comprou o veículo com o FGTS. “De vez em quando, fazia corridas, e deu carona para os dois”, relatou a esposa.
No dia do desaparecimento, moradores do bairro fizeram uma grande manifestação e entraram em confronto com a polícia. Eles chegaram a atear fogo em madeiras e incendiaram um veículo. A PM teve que conter os manifestantes com balas de borracha.
Em dezembro de 2016, a Polícia Civil do Amazonas concluiu o inquérito e após encontrar material genético das vítimas apontou que o trio foi morto, e confirmou o envolvimento dos policiais no caso.
Sete anos após o crime, os corpos das vítimas não foram encontrados.
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