20 de setembro de 2024

Caso Grande Vitória: duas testemunhas são ouvidas em retomada de julgamento no AM

Nesta segunda-feira, os trabalhos iniciaram com a chamada dos jurados. Já pela tarde, foram ouvidas duas testemunhas de acusação. Após sete anos do crime, corpos das vítimas ainda não foram encontrados
Reprodução/Rede Amazônica
Retomou, nesta segunda-feira (1º), o julgamento dos nove policiais militares acusados de matar três jovens no bairro Grande Vitória, na Zona Leste de Manaus. A audiência ocorreu no Fórum Henoch Reis, na Zona Centro-Sul da capital. O desaparecimento do trio aconteceu em 2016 após abordagem policial.
O julgamento, que teve grande repercussão na época do crime, estava marcado para ocorrer, inicialmente, em novembro do ano passado, mas foi adiado a pedido do Ministério Público do Amazonas (MPAM) e da defesa de um dos réus que, na época, estava com suspeita de meningite.
Segundo o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), nesta segunda, os trabalhos iniciaram com a chamada dos jurados. Já pela tarde, foram ouvidas duas testemunhas de acusação.
Entre acusação e defesa dos réus, 21 testemunhas deverão ser ouvidas em Plenário, incluindo os peritos que atuaram no caso. Algumas das testemunhas participarão por videoconferência.
Em razão desses números, a expectativa é que o júri se estenda por toda a semana.
O caso
Alex Júlio Roque de Melo, de 25 anos, Ewerton Marinho, 20, e Rita de Cássia, 19, desapareceram no dia 29 de outubro de 2016, após serem abordados por policiais militares no Grande Vitória, enquanto voltavam de uma festa.
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Imagens de câmeras de vigilância da área registraram o momento que os policiais mandaram o trio entrar no carro da PM. Desde então, os jovens nunca mais foram vistos.
À época, o g1 ouviu a cunhada de Rita, que não quis se identificar. Ela contou que a jovem voltava de um pagode no bairro São José de carona com os dois rapazes desaparecidos.
Weverton pilotava a moto quando houve a abordagem. Segundo a esposa dele, Andresa Andrade, de 19 anos, o marido estava desempregado há pouco tempo. Ele trabalhava como frentista e comprou o veículo com o FGTS. “De vez em quando, fazia corridas, e deu carona para os dois”, relatou a esposa.
No dia do desaparecimento, moradores do bairro fizeram uma grande manifestação e entraram em confronto com a polícia. Eles chegaram a atear fogo em madeiras e incendiaram um veículo. A PM teve que conter os manifestantes com balas de borracha.
Em dezembro de 2016, a Polícia Civil do Amazonas concluiu o inquérito e após encontrar material genético das vítimas apontou que o trio foi morto, e confirmou o envolvimento dos policiais no caso.
Sete anos após o crime, os corpos das vítimas não foram encontrados.
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