22 de outubro de 2024

Caso Isis: Familiares de adolescente grávida desaparecida no Paraná iniciam série de depoimentos: ‘A gente só veio buscar justiça’

Justiça iniciou audiências de instrução e julgamento e vai ouvir 18 testemunhas até sexta-feira (25). Marcos Vagner de Souza, apontado como pai do bebê, é réu pelo homicídio e será último a depor. Defesa dele alega inocência. Justiça começa audiências do caso Ísis
A Justiça começou as audiências de instrução e julgamento do caso de Isis Victoria Mizerski ouvindo familiares da adolescente grávida que desapareceu em junho, aos 17 anos. No total, 18 testemunhas devem participar desta etapa, que visa definir se Marcos Vagner de Souza, réu pelo homicídio da jovem, vai a júri popular, ou não.
As audiências iniciaram na segunda-feira (21), quando foram ouvidos Flávia Mizerski, mãe da Isis, Rodrigo Mizerski, tio dela; uma amiga da jovem; e uma enfermeira a quem, segundo as investigações, o réu procurou na época do crime buscando abortivos.
“O sentimento no momento é o sentimento de que nós viemos aqui buscar uma vitória por algo, uma resposta, e crendo que a gente vai sair daqui com a justiça feita. […] Não há palavras que possam suprir essa dor, então, a gente só veio buscar justiça e nós estamos aqui como voz da Isis”, disse a mãe da adolescente, em entrevista à RPC. Assista acima.
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Isis é de Tibagi, cidade dos Campos Gerais do Paraná, e sumiu após sair para encontrar Marcos, apontado como pai do bebê. Apesar de o corpo dela não ter sido encontrado, a Polícia Civil acredita que ela foi assassinada. O homem está preso e é réu por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e aborto provocado sem o consentimento de Isis. Ele diz ser inocente. Veja detalhes mais abaixo.
As audiências visam colher depoimentos das partes e de testemunhas para produzir as chamadas “provas orais”. 16 testemunhas de acusação e duas testemunhas de defesa estão previstas para serem ouvidas pela Justiça até sexta-feira (25).
O réu Marcos Vagner de Souza vai acompanhar todas as audiências e será interrogado no final de todas elas. Na sequência, os advogados dele e da família de Isis terão 20 minutos cada para expor a tese de defesa.
O tio da adolescente, Rodrigo Mizerski, destaca que o desaparecimento de Isis está prestes a completar 140 dias e ressalta que a família espera descobrir onde está o corpo da adolescente.
“Nós estamos em luto, e hoje pra nós é um grande dia de luta pra justiça pela vida da Isis”, afirmou.
Familiares de Isis acompanhar e prestam depoimento nas audiências, em Tibagi
Elessandra Amaral/RPC
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Caso Isis
Caso Isis: Adolescente grávida desaparecida no Paraná
De acordo com o delegado Matheus Campos Duarte, Isis e Marcos tiveram relações sexuais entre abril e maio de 2024 e a adolescente engravidou do vigilante.
Semanas depois, ela começou a desconfiar da gestação e no dia 3 de junho contou para Marcos das próprias suspeitas, afirma o delegado. As investigações apontam que ele pediu que ela fizesse um teste, que confirmou a gravidez.
O delegado afirma que os dois saíram para se encontrar no dia 6 de junho – e desde então, Isis não foi mais vista.
As investigações reuniram imagens de câmeras de segurança que mostram Marcos em uma farmácia dois dias antes do sumiço. Três testemunhas afirmaram, em depoimento, que ele as procurou para tentar comprar remédios abortivos.
Vídeos e registros da localização do celular de Marcos na noite do desaparecimento e nos dias seguintes também contribuíram para aumentar as suspeitas de crimes.
Veja a cronologia do caso
Delegado Matheus Campos Duarte foi responsável pela investigação na Polícia Civil
AEN
Processo na Justiça
O inquérito foi finalizado no começo de agosto.
Quando a Polícia Civil anunciou o indiciamento do homem, o delegado Matheus Campos Duarte comparou o caso de Isis ao de Eliza Samudio. Ela desapareceu em 2010 e nunca teve o corpo encontrado. Apesar disso, acusados de envolvimento no crime foram condenados – incluindo o ex-goleiro Bruno Fernandes.
Assassinato sem corpo: Especialistas explicam como Justiça trata desaparecimento de adolescente grávida no Paraná como homicídio
Marcos Vagner de Souza virou réu na Justiça por três crimes, todos no âmbito da violência doméstica:
homicídio triplamente qualificado (por feminicídio, dissimulação e motivo torpe);
ocultação de cadáver;
aborto provocado sem o consentimento da vítima.
Desde o início das investigações, a defesa de Marcos nega que ele tenha envolvimento em algum crime relacionado ao desaparecimento de Isis.
A Polícia Civil destaca que quem tiver informações sobre vestígios do paradeiro da adolescente pode fazer denúncias anônimas através dos telefones 197, da corporação, ou 181, do Disque-Denúncia.
Marcos Vagner de Souza e Isis Victória Mizerski
Reprodução
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