21 de setembro de 2024

Caso Miguel: começa 2º dia de júri da mãe e da madrasta

Previsão é que comece o debate entre defesa e acusação. Após, está prevista a sentença. No primeiro dia, mãe e madrasta foram ouvidas. Promotor André Luiz Tarouco Pinto começou debate no Caso Miguel
TJRS/Reprodução
Começou pouco depois das 9h30 desta sexta-feira (5) o segundo dia do júri da mãe e da madrasta de Miguel dos Santos Rodrigues, rés pelo assassinato do menino, que aconteceu no final de julho de 2021, em Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul.
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A previsão da Justiça é que haja debate entre defesa (advogados que defendem as rés) e acusação (feita pelo Ministério Público) e, posteriormente, seja apresentada a sentença. A sessão é realizada no Salão do Júri do Foro da Comarca de Tramandaí.
O g1 transmite o julgamento ao vivo.
Após a argumentação de defesa e da acusação, o conselho de sentença, formado por sete jurados sorteados, sendo cinco homens e duas mulheres, define se as rés serão inocentadas ou condenadas.
Debate começa com fala do Ministério Público
Promotor André Luiz Tarouco Pinto começou debate no Caso Miguel
TJRS/Reprodução
O promotor André Luiz Tarouco Pinto explicou aos jurados do que são acusadas as rés: 1) tortura, na modalidade “castigo”; 2) homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima; e 3) ocultação de cadáver.
No entendimento do MP, as duas são responsáveis pelas agressões que Miguel sofria. Durante depoimento à Justiça, elas acusaram uma a outra.
O MP mostrou aos jurados um caderno em que Miguel seria obrigado pela mãe a escrever frases autodepreciativas. “Eu não presto”, “eu sou ruim”, “não mereço a mamãe que eu tenho” são algumas.
O promotor André Pinto ainda recuperou que perícia no celular de uma das rés identificou pesquisas feitas na internet como “digitais humanas saem na água salgada do mar” (veja abaixo).
Delegacia de Imbé divulgou conteúdo de pesquisas encontradas no celular de Yasmin
PC/Divulgação
Como foi o primeiro dia
Caso Miguel: mãe chora ao contar que levou filho morto até rio e diz que é ‘um monstro’
No primeiro dia, as duas rés, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues e Bruna Nathiele Porto da Rosa, foram interrogadas.
Yasmin admitiu ter agredido o filho e dado a dose de remédio que deixou o menino desacordado no dia da morte. Questionada pela própria defesa se merecia ser condenada, a ré respondeu: “óbvio”. A mãe de Miguel chorou durante o interrogatório.
“Eu sou um monstro. Na verdade, eu sou muito monstro. Porque, se eu estou aqui hoje, é porque eu errei pra caramba. Se eu tô aqui, tá todo mundo aqui, é porque eu fui péssima como mãe, como ser humano. Mas eu jamais imaginei que que ela pudesse fazer isso”, disse.
Já Bruna admitiu participação na tortura psicológica e na ocultação do cadáver de Miguel. A madrasta também disse que acompanhou Yasmin no momento em que o corpo do menino foi lançado no Rio Tramandaí.
“Eu tenho a ver com a tortura e a ocultação, a morte não”, disse.
O júri também ouviu testemunhas do caso, como policiais militares que atenderam a ocorrência, o delegado que investigou o crime e as proprietárias dos imóveis onde as acusadas moraram.
Caso Miguel: Mãe e madrasta chegam para julgamento em Porto Alegre
RBS TV/Divulgação
O crime chocou o país em 2021, quando a criança, de 7 anos, foi assassinada, segundo a acusação, porque atrapalharia o relacionamento entre a mãe, Yasmin Rodrigues, e a companheira dela à época, Bruna Nathiele Porto da Rosa.
Entenda o júri e relembre o caso
O corpo de Miguel teria sido colocado em uma mala e jogado em um rio de Imbé, na cidade onde a família morava, e nunca foi encontrado. As duas rés estão presas preventivamente desde a época do crime.
No Tribunal do Júri, elas responderão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura e ocultação de cadáver. As qualificadoras são motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a vítima.
Miguel foi morto pela mãe e teve corpo atirado no Rio Tramandaí, em Imbé, segundo a polícia
Reprodução/RBS TV
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