Aumento é de 13,37% em comparação com os dois últimos meses de 2024. Transmissão ocorre de pessoa para pessoa ou pelo consumo de água e alimentos contaminados. Viroses disparam em Porto Alegre no começo de 2025
Mais de seis mil pessoas buscaram atendimento médico por virose em Porto Alegre neste começo de ano. Com o retorno das viagens de férias, a preocupação se estende para todo o estado. O número de casos registrados nas unidades de saúde da capital subiu de 5.501 nos dois últimos meses de 2024 para 6.237 em janeiro e fevereiro de 2025 – um aumento de 13,37%.
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No Posto Modelo, uma das unidades de referência, ao menos 278 pacientes foram atendidos por virose neste ano, sendo 49,46% a mais do que nos meses anteriores.
Como acontece a transmissão
A transmissão ocorre de pessoa para pessoa ou pelo consumo de água e alimentos contaminados. Em locais com saneamento inadequado, como alguns balneários e praias, o risco de infecção aumenta.
A médica Loren Seibel, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), explica que o comportamento dos moradores da capital influencia na disseminação da doença.
“Essa época de praia, principalmente aqui em Porto Alegre, tem essa característica: as pessoas vão pra praia no fim de semana, tem maiores aglomerações, contato com águas contaminadas, e voltam para a capital, onde acabam consultando e fazendo seus tratamentos”, explica.
Praia no RS
Reprodução/ RBS TV
O infectologista Diego Falci, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), reforça que a alta mobilidade urbana favorece a propagação dos vírus.
“(No litoral) as pessoas podem estar expostas a outros agentes infecciosos, no caso aqui os vírus que causam doença gastrointestinal, doença respiratória. E, quando elas retornam para as suas cidades, podem continuar a transmissão desses vírus”, comenta Falci.
Como prevenir
Lavar as mãos
Cedida/IBGE
Para reduzir os riscos, médicos orientam a população a manter bons hábitos de higiene, como lavar bem as mãos e evitar banhos em águas impróprias.
“Lavar alimentos antes de comer e também ao fazer as necessidades. As medidas de higiene pessoal são fundamentais e também do ambiente, onde as pessoas comam, onde as pessoas circulam.”, destaca Falci.
Nos casos de infecção, a recomendação é buscar atendimento médico o quanto antes, especialmente para crianças e idosos, que podem sofrer complicações mais graves.
“Basicamente, é se hidratar muito bem. Essa contaminação pode, dependendo do que está causando, contaminar outras pessoas. Então, nas residências, quando tiver alguma pessoa doente, sempre todo mundo ter a lavagem adequada das mãos, ter os cuidados para também não pegar”, alerta Loren.
A autônoma Kelen Costa sentiu na pele os impactos da virose. Ela não conseguiu retornar ao trabalho após as férias porque voltou doente da viagem.
“Muita dor de estômago, dor abdominal, seguida de diarreia. Ter que parar de trabalhar por conta da saúde, para quem é autônomo, é muito complicado. Tem contas a pagar, despesas”, relembra.
Kelen Costa, autônoma
Reprodução/ RBS TV
A doença atingiu toda a família, e o filho de sete anos teve os piores sintomas.
“Deu medo. O jeito que ele ficou… fiquei muito receosa que ele fosse parar no hospital”, conta Kelen.
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