26 de dezembro de 2024

Celebrante de casamento: Que profissão é essa?

Profissionais são cada vez mais procurados para realização de cerimônias personalizadas. Preço vai de R$ 400 a R$ 10 mil, dependendo da região do país, segundo Mapa de Celebrantes; no DF, média é de R$ 2.165. Celebrante de casamento do DF Jackson Farias
Arquivo pessoal
Muitos noivos têm buscado cerimônias de casamento personalizadas, “com a cara do casal”. Diferentemente do padrão usado por anos, em que as palavras eram direcionadas apenas ao casal, as celebrações dão espaço para a história da dupla contada de uma forma que envolva os convidados.
E essa é a função dos celebrantes profissionais. Neste Dia do Trabalho (1º), o g1 mostra quem são esses profissionais.
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O celebrante social não tem um viés religioso, o trabalho é baseado na história de cada casal, dando liberdade para os noivos escolherem alguém que consiga representar quem eles são. No Brasil, o valor para contratar esse profissional varia de R$ 400 a R$ 10 mil, a depender da região, segundo o Mapa de Celebrantes. No Distrito Federal, o preço médio é R$ 2.165.
Existem duas maneiras de casar no Brasil:
Casamento civil: No cartório ou com o juiz de paz no local do casamento 💞
Casamento religioso com efeito civil: Os celebrantes são ligados a uma igreja e o trâmite burocrático com o cartório é feito com o CNPJ da igreja 💞
O celebrante pode realizar a cerimônia religiosa e alguns têm autorização para celebrar o casamento com efeito civil (saiba mais abaixo).
‘Minha missão não era divorciar, mas unir casais’
Celebrante de casamentos no DF Myrelle Martins
Arquivo pessoal
Em agosto de 2022, a moradora do Gama, no Distrito Federal, Myrelle Martins, de 35 anos, desistiu da carreira de advogada especializada em família e se tornou celebrante de casamentos. À época, ela pesquisava um profissional para fazer a renovação de votos com o marido.
“Eu estava muito insatisfeita com a minha profissão. De uma coisa eu tive certeza: minha missão não era divorciar, mas sim unir os casais. Um dia, fui pesquisar celebrante para essa renovação, e ao olhar o Instagram de uma celebrante, pensei: ‘É isso que eu sou!’, foi amor à primeira vista, realmente um encontro com o que traria, e de fato trouxe, sentido à minha vida”, conta Myrelle.
Entre os pedidos que mais recebe dos noivos, está a “cerimônia das areias”, um ritual em que o casal mistura areias de cores diferentes e com significados diferentes, e afirma que assim como não se pode separar os grãos de areia uma vez misturados, não se pode também separar o casal.
“A cerimônia é linda e ainda mantém uma recordação do vaso com as areias para marcar esse dia”, conta a celebrante. Para Myrelle, o aumento do número de profissionais da área é positivo. “Há bastante espaço para inovação e criatividade e, cada dia mais, percebo que os casais estão em busca de profissionais que possam realizar de maneira detalhada o que eles têm guardado no coração”, diz Myrelle.
‘Conexão, construção e planejamento’
Celebrante de casamento do DF Jackson Farias
Arquivo pessoal
A história de Jackson Farias com casamentos começou em 2009, quando cantava com uma banda em cerimônias. Com o passar dos anos, as noivas começaram a convidá-lo para fazer a celebração.
A formação em literatura e a bagagem artística, como músico, ajudam a exercer o trabalho, diz ele.
“Tudo começa com a primeira conexão entre noivos e celebrante. Depois disso nasce a construção e o planejamento da cerimônia. O que os noivos sonham? O objetivo é realizar este sonho”, conta Jackson.
Jackson já celebrou o amor de um casal em um restaurante, em cerimônias mais intimistas, e até na Torre Eiffel, em Paris.
“O celebrante é naturalmente um artista. Ele trabalha e constrói a cerimônia além do óbvio. Cada casal precisa encontrar sua cara metade: o celebrante”, diz o profissional.
Mapa de celebrantes
Celebrante Denny Kamogawa, de São Paulo, realizando casamento
Nayara Andrade Fotografia
O Mapa de Celebrantes é um projeto que começou em 2021 e faz um panorama do mercado de celebrantes de casamentos no Brasil. Para participar, os celebrantes respondem um questionário, disponível na página do Instagram.
Os responsáveis pelo mapa fazem um compilado com as características demográficas, estilo de atuação, especializações até valores e detalhes práticos. Mesmo assim, diz Denny Kamogawa, idealizador do projeto, não tem como saber quantos celebrantes existem no Brasil.
“Estamos no quarto ano consecutivo, com mais de mil celebrantes mapeados. Porém, há uma dificuldade até mesmo na definição da atividade. Um padre, por exemplo, é considerado um celebrante, uma vez que conduz a celebração de um casamento na igreja. Um juiz de paz é considerado um celebrante”, diz Denny Kamogawa.
Celebrante de casamento e mágico em São Paulo Denny Kamogawa
Amor de Filme
Além de celebrante, Denny é mágico há 30 anos. Das quase 200 cerimônias que realizou, em várias, a pedido dos noivos, uniu as palavras de amor ao ilusionismo. O primeiro casamento celebrado por ele foi de um casal de amigos, em 2017.
“Fiz a cerimônia com um efeito de mágica adaptado para falar sobre o relacionamento deles. Um tempo depois, um casal que assistiu à cerimônia me procurou querendo me contratar, por terem gostado muito do diferencial com a mágica. Aí não parei mais”, conta.
Celebrantes no Brasil
Celebrante Denny Kamogawa, de São Paulo, realizando casamento
Betinho Reis
O Mapa de Celebrantes de 2023 mapeou 519 profissionais — 14 em Brasília. Durante os quatros anos de existência do projeto, são mais de mil celebrantes mapeados no Brasil.
Mulheres: são 51%
Homens: são 49%
A maioria tem idade entre 41 e 50 anos (36%) e não tem celebração de casamento como atividade principal (60%). Segundo o estudo, 24,08% dos profissionais mapeados no ano passado não aceitam celebrar casamentos homoafetivos.
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