Preocupados com ambiente econômico e risco de perder reeleição, petistas têm procurado sugestões para ajustar o governo, mas esbarram na resistência do presidente Lula e força da ala mais à esquerda do PT. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e vice-presidente, Geraldo Alckmin
Guilherme Mazui/g1
A ala mais pragmática do PT vem procurando os líderes do Centrão nos últimos dias. Petistas temem que os desafios econômicos, aliados a uma política enfraquecida, se agravem este ano e tornem inviável a reeleição do presidente Lula em 2026.
Líderes dos principais partidos do Congresso têm alertado esses petistas de que uma simples reforma ministerial, trocando “seis por meia dúzia”, não será suficiente para reverter a situação e recuperar a credibilidade do governo. Para isso, argumentam, seria necessário um verdadeiro “freio de arrumação”, com gestos concretos tanto para o mercado quanto para a política.
Diante desse cenário, um desses petistas questionou: o que, então, poderia ser feito?
Na visão do centrão, ouviram os petistas, Lula deveria colocar Fernando Haddad na Casa Civil e Geraldo Alckmin na Fazenda, segundo relato obtido pelo blog.
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Essa mudança representaria uma espécie de renovação da “carta-compromisso” do governo Lula, trazendo um político, o vice-presidente Geraldo Alckmin , que simbolizou o centrão na campanha em 2022, não possui uma visão expansionista de gastos e mantém excelente interlocução com o mercado.
Já Fernando Haddad, que tem prestígio entre empresários e o mercado, tem enfrentado resistência para dar sequência à sua agenda, inclusive dentro do próprio PT. A relação conturbada entre o ministro da Fazenda e o ministro da Casa Civil Rui Costa vem ajudando a azedar esse cenário.
Para blindar e fortalecer Haddad, visto como um sucessor natural de Lula, líderes do centrão ouvidos pelo blog afirmam que a saída e substituir Rui Costa por Haddad no comando da Casa Civil.
Já Gilberto Kassab, presidente do PSD, pensa o contrário. Em um encontro com investidores na última quarta-feira (29), ele afirmou que Haddad, não consegue comandar e é “ministro da Fazenda fraco”.
O núcleo duro do Centrão também tem alertado o governo sobre as dificuldades que virão no Congresso em 2025, com a crise das emendas e a interlocução travada com o núcleo do Palácio do Planalto.
O maior obstáculo, no entanto, é convencer o presidente Lula. Além de ter seu próprio ritmo para definir mudanças – o que costuma postergar decisões –, ele tem grande apreço por Rui Costa e, até o momento, não dá sinais de que cogita substituí-lo.
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