12 de outubro de 2024

Centro de SP lidera ranking de abstenção no 1° turno das eleições municipais; eleitores da periferia votaram mais

Professor de Ciência Política da FGV/EAESP afirma que o fato de os moradores de bairros mais afastados serem mais dependentes de serviços da prefeitura pode explicar o número de abstenções por região. Um levantamento feito pelo SP2 mostrou quais as zonas eleitorais da capital que tiveram as maiores e as menores abstenções na votação do último domingo (6). Os dados são do Tribunal Regional Eleitoral.
Três bairros do Centro aparecem no topo do ranking de abstenções. Proporcionalmente, a Bela Vista é a região onde menos gente votou: 34,8%. Na sequência, aparecem o Jardim Paulista (34,1%) e a Santa Ifigênia (33,9%).
Abstenções na capital
Reprodução
Em relação aos bairros onde a abstenção foi menor, aparecem a Capela do Socorro e o Grajaú, na Zona Sul, e o Jardim Helena, na Zona Leste. Em todos eles, a abstenção ficou na casa dos 24% (veja abaixo).
Abstenções na capital
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Em uma análise geral, os números mostram que moradores de regiões periféricas foram mais às urnas do que aqueles que vivem nas regiões centralizadas.
Para Marco Antonio Carvalho Teixeira, professor de Ciência Política da FGV/EAESP, o fato de os moradores de bairros mais afastados serem mais dependentes de serviços da prefeitura pode explicar o número de abstenções por região.
“Quantos mais os bairros são afastados da área central, mais dependentes dos serviços da prefeitura eles são. Então isso faz com que o eleitor tenha mais estímulo para votar, porque ele sabe que o vereador que vai ser eleito no bairro é, de alguma maneira, o ponto que ele tem próximo de cobrar os serviços da prefeitura”, apontou Teixeira.
“Tem um outro dado que é muito importante: esse foi o primeiro ano da eleição com tarifa zero, né? Então, as pessoas que têm dificuldade de ter recursos para se deslocar puderam se deslocar também para poder fazer suas escolhas”, completou.

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