Acordo deveria ter entrado em vigor às 8h30 deste domingo (19), pelo horário local. Governo de Israel exige que Hamas informe quais reféns serão os primeiros a serem libertados. Um tanque israelense patrulha a fronteira entre Israel e Gaza, antes de um acordo de cessar-fogo entrar em vigor, em 19 de janeiro de 2025
REUTERS/Amir Cohen
O início do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas atrasou após o grupo terrorista não divulgar a lista dos reféns que seriam libertados. As informações foram confirmadas pelas Forças de Defesa de Israel neste domingo (19).
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Mais cedo, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, divulgou um comunicado afirmando que o acordo não entraria em vigor até o Hamas divulgar a lista. Em seguida, o Hamas declarou que não havia enviado os nomes ao governo de Israel por “razões técnicas”.
O cessar-fogo deveria ter entrado em vigor às 8h30 pelo horário local (3h30 em Brasília). Um porta-voz das Forças de Defesa de Israel disse que o Hamas não cumpriu com as suas obrigações e, por isso, o acordo ainda não está valendo.
Três reféns mulheres deveriam ser libertadas neste domingo pelo Hamas. Israel exige que os nomes delas sejam divulgados para que o cessar-fogo tenha início.
Segundo o porta-voz, Israel continuará atacando a Faixa de Gaza até que o Hamas cumpra com o que foi combinado. As Forças de Defesa de Israel informaram que estão prontas para “responder” caso os termos do acordo sejam violados pelos terroristas.
O tratado, anunciado nos últimos dias, será implementado em três etapas. Nesta primeira fase, 33 reféns serão libertados gradualmente pelo Hamas. Em troca, as tropas de Israel irão recuar na Faixa de Gaza. Além disso, prisioneiros palestinos também serão soltos.
O acordo
Israel e Hamas chegaram a um acordo que pode colocar um fim definitivo na guerra após mais de seis meses de negociações. As conversas foram mediadas por Estados Unidos, Catar e Egito. Confira a seguir o que prevê o texto.
🔵 1ª etapa: cessar-fogo e liberação de reféns
Neste domingo (19):
O cessar-fogo deveria começar às 8h30 no horário local (3h30 no de Brasília), mas atrasou após o Hamas não divulgar quais reféns seriam libertados.
A partir das 16h no horário local (11h de Brasília), o Hamas deve entregar reféns israelenses – são três mulheres vivas. O local não foi informado, mas Israel preparou locais para recebê-los em três cidades ao longo da fronteira com Gaza: Erez, Re’im e Kerem Shalom.
Na sequência, Israel entregará 95 prisioneiros palestinos. A lista não inclui nenhuma liderança do Hamas ou de outros grupos terroristas. Muitos são mulheres, crianças e outras pessoas que foram detidas recentemente e não foram julgadas.
Ao longo da primeira semana
No dia 25 de janeiro, Hamas entrega mais 5 mulheres israelenses vivas.
No mesmo dia, Israel, em troca, entrega até 250 palestinos (entre 30 e 50 para cada refém).
Os moradores do norte de Gaza poderão retornar a seus locais de origem, mas sem portar armas.
Tropas israelenses se retirarão do corredor Netzarim, a via principal de Gaza.
A travessia de Rafah, entre o Egito e Gaza, voltará gradualmente a operar, permitindo a passagem de pessoas doentes para tratamento fora do enclave.
Será permitido o aumento da entrada de ajuda humanitária a Gaza. A expectativa é que 600 caminhões possam entrar por dia, o triplo do máximo atingido durante o conflito.
Nas semanas seguintes
Ocorrem liberações periódicas pelos dois lados, até um total de 33 reféns israelenses — vivos ou mortos — e quase 2 mil palestinos (1.167 detidos em Gaza desde o início da guerra e 737 remanescentes detidos antes de 8 de outubro de 2023).
🔵 2ª etapa: liberação de mais reféns, fim das hostilidades e saída de Gaza
A expectativa é que os demais reféns israelenses vivos — em geral, soldados e civis jovens do sexo masculino —, e os corpos dos que morreram sejam devolvidos. Segundo o jornal israelense Haaretz, são 98 pessoas, 36 delas, mortas.
Em troca, Israel deve sair completamente da Faixa de Gaza, permanecendo ao longo da fronteira para proteger as cidades e vilarejos fronteiriços de Israel.
🔵 3ª etapa: reconstrução de Gaza e devolução de corpos
Negociações sobre a reconstrução de Gaza, que poderia levar anos. Há, porém, um debate sobre quem governaria a região: Israel não aceita que seja o Hamas, que hoje controla o enclave.
Devolução de todos os demais corpos de reféns.
Libertação de reféns em Gaza
Editoria de Arte/g1
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