Matança aconteceu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2018. Além dos mortos, 15 pessoas ficaram feridas. Chacina deixou 14 pessoas mortas na casa de show ‘Forró do Gago’, no Bairro Cajazeiras, em Fortaleza
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Nesta quinta-feira (13), começa o primeiro julgamento de um envolvido na ”Chacina das Cajazeiras”, a maior já ocorrida no Ceará, que deixou 14 pessoas mortas e outras 15 baleadas na casa de show “Forró do Gago”, em Fortaleza. O crime ocorreu em janeiro de 2018, chocou o país e foi destaque até na imprensa internacional.
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Ednardo dos Santos Lima, acusado de envolvimento no crime, será o primeiro réu a ser julgado pelo Conselho de Sentença da 2ª Vara do Júri de Fortaleza, a partir das 8h30. Ednardo, conhecido como “Aço”, vai responder pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado e integrar organização criminosa.
Na denúncia do Ministério Público do Ceará, Ednardo é apontado como uma das lideranças da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE) e um dos mandantes da chacina. Como chefe do grupo, ele teria concordado com a execução e ordenado o crime.
A chacina ocorreu mediante uma disputa de territórios entre a facção criminosa de Ednardo e o Comando Vermelho. A ideia, conforme a investigação, era promover uma ataque massivo a um local “emblemático” do grupo rival, no caso, o Forró do Gago, e dominar o bairro Cajazeiras, onde ficava o clube e onde aconteceu a matança.
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Ao todo, 15 pessoas foram denunciadas por participação na chacina. Destes, oito foram pronunciados, isto é, a Justiça decidiu submetê-los ao julgamento pelo Tribunal do Júri – que analisa crimes contra a vida. Entre eles, Ednardo dos Santos.
Dos sete denunciados restantes, um morreu e seis foram impronunciados – decisão que considera que não há indícios suficientes para levar o suspeito ao Tribunal do Júri, o que não significa, contudo, que a pessoa foi absolvida.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), o processo da Chacina das Cajazeiras possui mais de seis mil páginas e é considerado de alta complexidade. Para dar celeridade aos julgamentos, o caso foi desmembrado em outros processos, o que possibilitou antecipar o julgamento de alguns envolvidos, como Ednardo.
Além dele, os outros réus pronunciados devem ser levados a júri popular, depois do julgamento dos recursos apresentados pela defesa. Ainda não há, porém, prazo para isso acontecer.
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Thiago Gadelha/Sistema Verdes Mares
O crime
Na madrugada do dia 27 de janeiro de 2018 membros de uma facção criminosa invadiram o “Forró do Gago” e dispararam contra pessoas que se divertiam ou trabalhavam no local. Ao todo, foram 14 mortos, sendo 12 adultos e 2 adolescentes, e outras 15 pessoas baleadas na ação.
O ataque foi motivado pela localização do Forró do Gago, que ficava no bairro Cajazeiras, então ocupada pelo Comando Vermelho. A facção que encomendou o ataque, a GDE, queria tomar o território para traficar drogas, segundo a investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
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Inicialmente, o ataque iria ocorrer em outra casa de show no bairro Messejana, também em Fortaleza, mas foi transferido para o Forró do Gago por ser considerado um local mais vulnerável.
Na época, o delegado titular do 13º Distrito Policial, Hélio Marques, afirmou que todos os mortos “estavam no local errado e na hora errada”, pois os tiros foram disparados a ermo, sem que os homicidas se importassem quem seria alvejado.
Confira a identificação dos 14 mortos na ‘Chacina das Cajazeiras’:
Maíra Santos da Silva, 15 anos
José Jefferson de Souza Ferreira, 21 anos
Raquel Martins Neves, 22 anos
Luana Ramos Silva, 22 anos
Wesley Brendo Santos Nascimento, 24 anos
Natanael Abreu da Silva, 25 anos
Antônio Gilson Ribeiro Xavier, 31 anos
Renata Nunes de Sousa, 32 anos
Mariza Mara Nascimento da Silva, 37 anos
Raimundo da Cunha Dias, 48 anos
Antônio José Dias de Oliveira, 55 anos
Maria Tatiana da Costa Ferreira, 17 anos
Brenda Oliveira de Menezes, 19 anos
Edneusa Pereira de Albuquerque, 38 anos
Os principais chefes da facção criminosa que comandou os ataques foram presos e denunciados por estes homicídios ainda em 2018.
Em julho de 2021, a 2ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza confirmou o recebimento de denúncia contra 13 suspeitos de serem os autores chacina, antes disso, um dos mandantes já havia sido denunciado e no decorrer do processo um outro suspeito teve a ação extinta pela Justiça após falecer por complicações de saúde em 2019.
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