Órgão não forneceu mais detalhes sobre a investigação ou sobre o que o Google teria feito para violar a lei. China lançou pacote de medidas de retaliação contra os EUA nesta terça-feira. Antiga sede do Google na China em Pequim, em imagem de arquivo
AFP
A China incluiu o Google no pacote de medidas que atingem os Estados Unidos, anunciadas nesta terça-feira (4), em meio a uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Na sexta-feira (31), o presidente Donald Trump estabeleceu taxas adicionais de 10% em todas as importações chinesas para os EUA. A medida entrou em vigor nesta terça, e, em resposta, a China impôs novas tarifas sobre importações norte-americanas, entre outras ações.
No caso do Google, a Administração Estatal de Regulamentação do Mercado da China afirmou que a Alphabet Inc., dona do sistema de busca, é suspeita de violar a lei antimonopólio do país e disse ter iniciado uma investigação, informou a agência Reuters.
O órgão chinês não forneceu mais detalhes sobre a investigação ou sobre o que o Google teria feito para violar a lei.
Os produtos do Google, assim como seu site de busca, são bloqueados na China, e sua receita proveniente desse país representa cerca de 1% do faturamento global. A empresa ainda trabalha com parceiros chineses como anunciantes, segundo a Reuters.
Em 2017, o Google anunciou o lançamento de um pequeno centro de inteligência artificial na China. Mas o projeto foi dissolvido dois anos depois, e a empresa informou não realizar pesquisas de IA na China atualmente.
Questionado pelas agências Reuters e Associated Press sobre a investigação, o Google ainda não se posicionou.
WhatsApp diz que empresa de software espião vigiou usuários do app em diversos países
Seu eletrodoméstico ‘inteligente’ pode te espionar? Veja como se proteger
‘Alerta severo de chuva’: por que alguns celulares não recebem os avisos da Defesa Civil
China anuncia tarifas sobre produtos dos EUA
Outras medidas
Além de investigar o Google, os chineses também promoveram outras ações que impactam empresas norte-americanas e os Estados Unidos.
O Ministério das Finanças da China informou que vai impor taxas de 15% para carvão e Gás Natural Liquefeito (GNL) dos EUA e 10% para petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns automóveis. As novas tarifas sobre as exportações dos EUA começarão em 10 de fevereiro, segundo o ministério.
A China também incluiu a PVH Corp, holding de marcas como Calvin Klein, quanto a empresa de biotecnologia americana Illumina em sua “lista de entidades não confiáveis”, segundo a Reuters. O Ministério do Comércio chinês afirmou que as duas empresas promoveram “medidas discriminatórias” contra empresas chinesas e “prejudicaram” os direitos e interesses de companhias do país.
A PVH Corp e a Illumina podem ser condenadas a multas e outras sanções, incluindo o congelamento do comércio e a revogação de permissões de trabalho para funcionários estrangeiros, de acordo com a Reuters.
Google anuncia mudança de nomenclatura de Golfo do México para Golfo da América nos EUA