5 de fevereiro de 2025

China reage à taxação dos EUA e anuncia tarifas sobre exportações americanas


País é o terceiro maior parceiro comercial dos Estados Unidos, que importam mais do que exportam: um déficit de US$ 367 bilhões. China anuncia taxas sobre produtos americanos
No mesmo dia em que entraram em vigor tarifas impostas pelo governo de Donald Trump a produtos chineses, a China anunciou que vai taxar bens que importa dos Estados Unidos.
A China reagiu rapidamente. Minutos depois de as tarifas de 10% impostas pelos Estados Unidos entrarem em vigor, à meia-noite no horário americano, a TV estatal chinesa anunciou: a China vai impor sobretaxas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito americanos; e tarifas de 10% sobre petróleo, maquinário agrícola, veículos de grande porte e picapes. As taxações vão entrar em vigor no dia 10 de fevereiro, segunda-feira.
Além disso, Pequim disse que vai lançar uma investigação sobre o que chamou de monopólio do Google, maior ferramenta de buscas na internet do mundo; e anunciou restrições na exportação de alguns metais, como o tungstênio – usado na indústria militar e na fabricação de painéis solares.
China reage à taxação dos EUA e anuncia tarifas sobre exportações americanas
Jornal Nacional/ Reprodução
A China é o terceiro maior parceiro comercial dos Estados Unidos – atrás de Canadá e México. Uma movimentação que passou de US$ 750 bilhões em 2022. Os Estados Unidos importam mais do que exportam: um déficit de US$ 367 bilhões.
Uma guerra comercial agora poderia abalar as duas maiores economias do mundo. Os Estados Unidos ainda não conseguiram domar a inflação, que em dezembro de 2024 ficou em 2,9% – acima da meta de 2%. Na China, a economia está crescendo mais devagar do que o esperado e o país enfrenta uma crise no mercado imobiliário.
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O economista da Universidade de Nova York Lawrence White diz que a menos que seja por uma questão de defesa ou uma ferramenta de baganha para conseguir um objetivo específico, tarifas nunca são uma boa ideia.
“Impor tarifas à China só vai piorar o problema da inflação, porque simplesmente vai aumentar os preços dos produtos chineses. A ideia de que a China vai absorver essa alta de preços é falsa”, afirma.
Ele explica que a economia chinesa também vai sofrer:
“A China vai se esforçar em conquistar outros mercados na África, América do Sul e na Ásia, mas não vai conseguir substituir as importações americanas”.
Estados Unidos x China
Jornal Nacional/ Reprodução
Na segunda-feira (3), também entrariam em vigor tarifas contra o México e o Canadá. O presidente Donald Trump afirmou que decidiu impor as taxações para forçar os dois a agir com mais vigor para impedir a entrada de imigrantes ilegais e de fentanil, uma droga que causou a morte de quase 60 mil pessoas nos Estados Unidos em 2024. Mas, horas antes de as tarifas de 25% entrarem em vigor, Trump fechou acordos com a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, e com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e suspendeu a taxação por 30 dias.
O México se comprometeu a enviar 10 mil militares para a fronteira em troca da promessa americana de combater o tráfico de armas para o país. O Canadá prometeu investir quase US$ 1 bilhão em segurança na fronteira – um acordo que já tinha sido assinado durante o governo do ex-presidente Joe Biden – e nomear um novo xerife para impedir a entrada de fentanil nos Estados Unidos.
O presidente Donald Trump disse que vai conversar por telefone ainda esta semana com o presidente chinês, Xi Jinping. Como as tarifas chinesas só começam a valer na semana que vem, ainda há tempo para fechar um acordo que evite a taxação – o que seria um alívio para a economia dos dois países
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