10 de janeiro de 2025

Chiquinho Brazão e suplente já foram sócios em posto de combustíveis no Rio

Deputado Chiquinho Brazão (União Brasil – RJ) em sessão na Câmara em 13/03/2024
Mario Agra / Câmara dos Deputados
Sob risco de perder o mandato e preso sob suspeita de ter sido um dos mandantes da morte de Marielle Franco, o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) já foi sócio de seu provável suplente, Ricardo Abrão (União-RJ), na gestão de um posto de combustíveis no Rio.
A informação consta no relatório da Polícia Federal que serviu de base para a operação que prendeu Chiquinho, o irmão Domingos Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa.
Ricardo Abrão é o primeiro suplente do União Brasil no Rio – e já exerceu o mandato enquanto Daniela do Waguinho (União-RJ) ocupava o cargo de ministra do Turismo.
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Ele só assume o mandato como deputado se o Conselho de Ética da Câmara e o plenário aprovarem a cassação de Brazão. O PSOL já protocolou o pedido, que ainda será analisado.
Segundo o relatório da PF, “o posto Parada 165 Ltda (CNPJ n.º 06.975.141/0001-06) foi constituído no ano de 2004 e, três anos depois, passa a ter em seu quadro societário Domingos Brazão, Alice Kroff, Manoel Brazão, Chiquinho Brazão e Ricardo Martins David, vulgo Ricardo Abraão [sic], sobrinho do líder de organização criminosa voltada à exploração de jogos de azar, Anísio Abraão David”.
As investigações do caso Marielle revelaram a ligação entre jogo do bicho, grupos de extermínio e milícias.
Atualmente, a empresa não existe mais, segundo a Receita Federal. A família Brazão tem como uma de suas principais atividades econômicas uma rede de postos de combustíveis.
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Postos favoritos da família
Em 2023, Chiquinho Brazão utilizou R$ 77.392,56 da chamada cota parlamentar – verba que os deputados têm direito para o exercício do mandato – para abastecer em um único estabelecimento: o Posto Leiroz em Sulacap, na Zona Oeste do Rio.
Irmão dele, o deputado estadual Manoel Inácio Brazão – que usa o nome político de Pedro Brazão – gastou R$ 56.248,56 da verba parlamentar da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro em 2023 para abastecer no mesmo posto.
O Posto Leiroz tem como donos Albano Gonçalves Marinho e Albano Lemos da Silva.
Os dois são sócios de Chiquinho Brazão, Pedro Brazão e do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio, Domingos Brazão – também preso acusado de ser mandante da morte de Marielle –, em outra empresa.
Mais uma vez, um posto de combustível.
Trata-se do Auto Posto 500 Tingui Ltda, localizado em Campo Grande, outro bairro da Zona Oeste do Rio – região de atuação política da família Brazão.
Não conseguimos contato com os responsáveis pelos postos.

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