Cardiologista explicou que ambas as condições são graves e que o tromboembolismo pode causar pulmonar pode levar ao choque cardiogênico. Bebê de Juliane Bernardes está bem, de acordo com o pai. Advogada Juliane Bernardes, de 37 anos, morreu após dar à luz em Goiânia
Reprodução/Redes Sociais
A advogada Juliane Bernardes, de 37 anos, morreu dois dias depois de dar à luz em Goiânia. De acordo com informações dos médicos à família, a mulher sofreu um choque cardiogênico e tromboembolismo pulmonar no pós-operatório – entenda abaixo o que são essas condições.
“Ela estava internada, estava bem. Começou a ter falta de ar à noite, no dia do parto. Aí ela foi para a UTI e conseguiu ficar quase um dia, mas ainda com muita dor”, detalhou Paulo Pinheiro.
Ao g1, o cardiologista Maurício Prudente explicou que ambas as doenças são consideradas graves.
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Tromboembolismo pulmonar
O tromboembolismo é uma palavra que reúne dois conceitos, conforme destaca o médico cardiologista Maurício Prudente. De acordo com ele, a palavra “trombo” significa coágulo, sangue coagulado. Já “embolia” é uma espécie de corpo estranho que se movimenta pelo sangue.
Conforme o especialista, o tromboembolismo pulmonar, geralmente, é causado por coágulos vindos dos membros inferiores, das pernas, que se deslocam pelas veias e vão até o pulmão, trajeto normal do sangue. Além disso, a doença pode acontecer em pessoas com problemas vasculares, principalmente, varizes nos membros inferiores.
“Chegando no pulmão, se ele for de um tamanho expressivo, ele faz uma obstrução nas artérias que levam o sangue para ser oxigenado. Com isso, a consequência quase imediata é uma parada cardiorrespiratória”, disse..
Sintomas e gravidade:
De acordo com o médico, os primeiros sintomas de uma pessoa com tromboembolismo pulmonar são a falta de ar, dores no peito, queda da pressão arterial e até desmaio.
“Ele pode ser discreto, crônico, agudo ou maciço. O importante nesse caso é que, com a iminência de qualquer desses sintomas, é preciso procurar rapidamente atendimento médico”, afirma.
Segundo o médico, um tromboembolismo pulmonar maciço é uma doença gravíssima que pode levar à morte.
Tratamento:
De acordo com o médico, o tratamento da doença é feito à base de anticoagulantes, remédios que fazem dissolver os coágulos. Em alguns casos, é necessário usar um cateter para recanalizar o vaso que foi obstruído.
Choque cardiogênico
O coração tem quatro cavidades que bombeiam o sangue: dois átrios e dois ventrículos
Reprodução/ TV Globo
O cardiologista detalhou que o choque cardiogênico é um tipo de choque circulatório que acontece quando o coração não consegue bombear sangue de forma eficaz. Quando há insuficiência na irrigação sanguínea para que o coração possa bombear.
“O sangue não chega até as células que ele precisa chegar, levando. Oxigênio e retirando o gás carbônico e os nutrientes necessários também. Ele deixa de levar oxigênio e nutrientes, principalmente a glicose, de retirar o produto desse metabolismo”, explicou Maurício.
O cardiologia explicou que, se uma pessoa perde muito sangue, em algum momento ela provavelmente vai entrar em “choque hipovolêmico” por causa da hemorragia. Já o choque cardiogênico acontece quando não há sangue o suficiente para que o coração possa bombear.
“Em qualquer procedimento cirúrgico, se a gente entender que um parto pode ser um deles, tanto um parto normal como a cesariana, que por algum motivo teve uma perda maciça de sangue, pode provocar o choque. Nesse caso não seria o choque cardiogênico, seria um choque hipovolêmico, por falta de sangue”, explicou Maurício.
Causas:
De acordo com Maurício, no choque cardiogênico, a falha na circulação sanguínea tem origem cardíaca e pode ter diversas causas. Entre elas, infarto agudo do miocárdio, miocardiopatia dilatada, miocardite aguda ou arritmias graves. Ele ainda pontuou que esse tipo de choque pode acontecer por questões respiratórias, incluindo o tromboembolismo pulmonar (entenda abaixo).
O médico também acrescentou que a condição é grave e demanda atendimento médico urgente para restaurar a função cardíaca e garantir a circulação adequada.
Prevenção e tratamento:
Ao g1, a médica ginecologista e obstetra Cárita Rosa explicou que, para prevenir o choque cardiogênico, é preciso adotar medidas gerais, como “andar precocemente pós cirurgia”. Já para o tratamento, ela informou que não é indicada a ingestão de anticoagulante devido ao risco de trombose e por não ser uma medicação sem efeitos colaterais.
Relação entre choque cardiogênico e o tromboembolismo pulmonar
Ao g1, o cardiologista Maurício Prudente pontuou que o tromboembolismo ocorre quando um coágulo bloqueia a circulação pulmonar. Esse bloqueio pode impedir que o sangue seja oxigenado nos pulmões e volte ao coração, o que pode provocar um quadro de choque circulatório.
“Isso vai levar ao quadro que choque por falta de enchimento do ventrículo esquerdo, que é o que bombeia o sangue para o restante das células. Ao mesmo tempo que leva a uma congestão do ventrículo direito. Ele vai tentar bombear esse sangue e não vai conseguir controlar esse sangue”, detalhou.
Morte de Juliane Bernardes
Advogada Juliane Bernardes, de 37 anos, morreu após dar à luz em Goiânia
Reprodução/Redes Sociais
O pequeno Bell Bernardes, filho de Juliane e Paulo, nasceu no dia 22 de outubro. Logo após o nascimento do menino, o marido da advogada comemorou a chegada dele ao mundo por meio das redes sociais. Na foto, tirada logo após o parto, Juliane aparece segurando o filho no colo e o casal sorrindo.
Juliane morreu dois dias após o parto. O marido disse que, segundo os médicos, Juliane sofreu choque cardiogênico e tromboembolismo pulmonar no pós-operatório.
“Ela estava internada, estava bem. Começou a ter falta de ar à noite, no dia do parto. Aí ela foi para a UTI e conseguiu ficar quase um dia, mas ainda com muita dor”, detalhou Paulo Pinheiro.
O Hospital Mater Dei Goiânia, onde Juliana estava internada em Goiânia, lamentou a morte da advogada. Em nota, a unidade de saúde disse que ela foi transferida para o hospital após dar à luz em outra maternidade, em estado muito grave.
“Ao chegar ao Mater Dei Goiânia, a paciente recebeu atendimento imediato da nossa equipe multidisciplinar da UTI, que não mediu esforços para recuperar sua saúde. Infelizmente, devido à gravidade, apesar de todos os esforços empregados, não foi possível reverter o quadro”, afirmou o hospital.
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