28 de dezembro de 2024

Chuva intensa ou seca extrema: 23 municípios brasileiros estão em situação de emergência por problemas climáticos

Em um país como Brasil, do tamanho de um continente, o clima, em uma mesma época do ano, afeta cada região de um jeito diferente. 23 municípios entraram para a lista de situação de emergência
Vinte e três municípios brasileiros estão em situação de emergência por causa de problemas climáticos, seja por causa de chuva intensa ou seca extrema.
Em 24 horas, choveu em Caieiras, na Grande São Paulo, quase a metade do esperado para o mês todo.
Ventou forte – uma árvore caiu e matou um motoqueiro.
Enquanto, as tempestades deixam o Sudeste em alerta, é a estiagem que agrava o cenário no Nordeste.
Em Caucaia (CE), a população da zona rural depende da água das cisternas.
Nesta semana, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional reconheceu a situação de emergência em 23 cidades afetadas por desastres.
A estiagem atinge 15 municípios nos estados do Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Pará.
A seca atinge dois municípios no Rio Grande do Norte, um no Ceará e um em Minas Gerais.
Vendaval e chuvas intensas deixaram em situação de emergência dois municípios no Paraná, um em Santa Catarina e um no Rio Grande do Sul.
Em um país como Brasil, do tamanho de um continente, o clima, em uma mesma época do ano, afeta cada região de um jeito diferente.
Para quem está em São Paulo, por exemplo, vendo a chuva cair há dias, fica até difícil imaginar que o grande problema climático do país é a falta dela.
A constatação é do Cemaden, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais.
“Uma característica do clima brasileiro que está se tornando cada vez mais frequente que é a diminuição da chuva ao longo do ano e, portanto, a extensão do período seco. A estação seca está se tornando mais prolongada, e a estação chuvosa, mais curta”, afirma o coordenador geral de operações e modelagem do Cemaden, Marcelo Seluchi.
O meteorologista explica que, enquanto o impacto das enchentes é imediato, as consequências da seca são de longo prazo.
“A fauna, a flora, o solo, agricultura. Ele espera uma determinada quantidade de chuva, né? E aí, onde os reservatórios enchem, onde os lagos vivem, os rios, os freáticos, eles se recompõem e ele não está se recompondo na medida do necessário”, diz ele.
Na Amazônia, pelo segundo ano seguido, a seca foi histórica e os rios sofrem para recuperar o volume normal.
As bacias hidrográficas do Pantanal também secaram – por lá, o El Niño agravou a situação.
É o mesmo fenômeno climático que provocou as trágicas inundações no Rio Grande do Sul. Situações extremas cada vez mais frequentes.
A Confederação Nacional dos Municípios fez um levantamento que mostra que, nos últimos 11 anos, foram 70 mil decretos de emergência por problemas climáticos em mais de 5 mil municípios do país. Os prejuízos passaram de R$ 720 bilhões. Por isso, o importante é trabalhar na prevenção.
“Já estamos implantando um consórcio nacional liderados pela Confederação para trabalhar em rede junto com os municípios. Nós constatamos que 1.600 municípios do Brasil não têm defesa civil ainda organizada”, afirma Paulo Ziulkoski, presidente da organização.
“O ideal é que a União, os estados os municípios pudessem sentar, uma questão até constitucional e simbólica, mas sentar uma mesa para poder fazer esse tipo de enfrentamento.”

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