4 de outubro de 2024

Ciclista que morreu após bater de frente com ônibus tinha o sonho de abrir a própria loja de bicicletas: ‘Terapia para ele’, diz esposa

Marco fazia parte de um grupo que gostava de organizar ‘pedais’ por estradas rurais da cidade aos sábados. No dia 29 de setembro, enquanto voltava de um trajeto em Itu (SP), não percebeu que um ônibus vinha na direção contrária e, em uma curva, bateu de frente com o veículo. Marco e Fernanda eram casados há mais de 30 anos
Arquivo pessoal
Era um sábado comum para Fernanda Amélia Piva, moradora de Itu (SP). Foi à feira com o marido, Marco Aurélio, tomou café na casa da sogra e, na volta, passou no supermercado. Após retornarem para a casa, viu o companheiro – com quem estava junto há mais de 30 anos – se preparar para pedalar com um grupo de amigos. Poucas horas depois, ela recebeu a notícia de que Marco estava morto.
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Marco fazia parte de um grupo que se reunia aos sábados para pedalar por estradas rurais da cidade. No dia 29 de setembro, enquanto voltava de um trajeto pela Estrada do Piraí Acima, o ciclista não percebeu que um ônibus vinha na direção contrária e, em uma curva, bateu de frente com o veículo. Com a força do impacto, ele caiu desacordado, foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
Para Fernanda, a morte do marido não apenas trouxe uma dor para a qual ela não estava preparada, como também pôs fim a um sonho do marido: de abrir a própria bicicletaria.
“O ciclismo sempre foi uma terapia pra ele, não via a hora de chegar o sábado para pedalar com os amigos e depois do pedal tomar uma cerveja […] O ciclismo foi onde se encontrou e fez ele se sentir renovado com a vida. Ele sempre gostou das aventuras e das memórias que foram criadas nessas experiências. Passava horas pesquisando sobre peças, acessórios e roupas de ciclismo. Ele tinha um sonho de abrir a própria bicicletaria”, lembra a esposa.
O ciclista era sócio proprietário de uma oficina mecânica de carros em Itu, onde trabalhava com Fernanda. Além da paixão pela profissão e pelo ciclismo, Marco tinha outra paixão, a qual, para a esposa, era a mais bela de se apreciar: a família.
Marco era pai, avô, tio, irmão e amigo. Segundo Fernanda, ele tinha um amor especial pela neta, Cecília, que o retribuía da mesma forma. É na pequena, inclusive, que a família encontra conforto para enfrentar o luto.
“Ela sempre foi e continua sendo a nossa alegria em nossa casa. O Marco sempre foi meu porto seguro, ele não era somente meu esposo, eu o tinha como meu melhor amigo e companheiro. Ele era um paizão, um avô maravilhoso, um filho dedicado, um tiozão carinhoso, irmão dedicado e amigo muito querido por todos. Ele era uma pessoa iluminada, bondosa, carismática, humilde, simples e que não tinha maldade no coração. Por onde passava levava somente alegria, não tinha quem não gostasse dele. Tinha um coração enorme”, declara.
Marco e a neta Cecília tinham um laço especial, diz Fernanda
Arquivo pessoal
Casados há mais de 30 anos, Fernanda afirma que agora convive com a dor, a saudade e o vazio da ausência do marido. As lembranças do tempo que viveu ao lado de Marco e o apoio de amigos e familiares têm sido essenciais para ela.
“Nós fazíamos tudo juntos, era um companheiro. Agradeço a Deus por ter colocado o Marco na minha vida e ter formado a nossa linda família. Agora resta somente a saudade.”
Marco ao lado da família
Arquivo pessoal
Marco foi sepultado no domingo (29). O motorista do ônibus envolvido no acidente fez o teste do bafômetro, que não apontou presença de álcool no ar expirado. O caso foi registrado como homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.
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