4 de outubro de 2024

Cid Moreira tinha laços afetivos com Engenheiro Coelho: ‘Vinha bastante e sonhava morar aqui’

Jornalista e locutor ícone da TV brasileira morreu na manhã nesta quinta-feira (3), aos 97 anos, em decorrência de uma pneumonia. Confira momentos em que Cid Moreira esteve na região de Campinas
Cid Moreira Cid tinha laços afetivos com Engenheiro Coelho (SP), cidade do interior de São Paulo onde mantinha bens e fazia visitas constantes. O jornalista e locutor ícone da TV brasileira, de quem a voz se eternizou na mente da pessoas, morreu na manhã nesta quinta-feira (3), aos 97 anos, em decorrência de uma pneumonia. – Veja fotos.
O administrador de um condomínio de Engenheiro Coelho, Rodrigo Bertotti, contou ao g1 que o jornalista costumava frequentar o residencial mais de uma vez por ano, apesar de nunca ter morado na cidade.
Participe do canal do g1 Piracicaba no WhatsApp 📲
“De 2007 a 2016, Cid veio mais de 10 vezes. Mais de uma por ano. Ele teve cinco terrenos em um condomínio aqui em Engenheiro Coelho e sonhava em morar na cidade “, relatou. “A ideia era morar em um desses terrenos e usar os demais para investimento”, detalhou.
Ao g1, a assessoria de imprensa do Centro afirmou que Cid Moreira participou de programações no centro de ensino superior. “Ao longo de muitos anos”, comentou.
Cid Moreira participou de encontros de comunicação em centro universitário de Engenheiro Coelho
Siloé Almeida/Arquivo pessoal
Ainda segundo Bertotti, Moreira ficava hospedado na casa do jornalista Siloé Almeida. “Ele veio muitas vezes para cá, se hospedava na casa desse jornalista. Na maioria das vezes ele ficava um, dois dias na casa do Siloé e os outros dias ele ficava no Cevisa. Em 2003, esteve no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp) para abertura de de um congresso de comunicação”, lembrou.
“Ele comprou uma casa em Arthur Nogueira (SP) e morou ali por um mês para planejar a construção aqui. Mas, nesse período, o irmão ficou muito doente e ele voltou para o Rio. Ele desistiu de vir para cá naquele período. Aí, vendeu a casa de Arthur Nogueira e depois acabou vendendo os terrenos também, anos depois”, detalhou.
O jornalista Siloé Almeida contou ao g1 que era colega de trabalho de Cid Moreira. “Ele e eu vivíamos entre Rio de Janeiro, São Paulo e aqui [Engenheiro Coelho]. Depois de 2022, ele ficou mais em Petrópolis”, detalhou.
Cid também costumava frequentar uma clínica de hidroterapia na cidade, onde esteve por mais de dez vezes, conforme lembrou Almeida.
Cid Moreira durante apresentação do Jornal Nacional
Acervo Grupo Globo
Refúgio
De acordo com fisioterapeuta José Rogério Zero, que atendeu Cid Moreira da clínica de hidroterapia que o jornalista frequentava. O apresentador encontrou no local um refúgio para recuperar as suas energias.
“Pela vida corrida que tinha, as suas dificuldades, as suas limitações também nesses últimos anos, a parte da sua saúde, ele vinha aqui para recompor e ganhar uma força nova para que ele pudesse dar continuidade ao que ele sempre fez com muito amor e carinho”, diz.
Jornalista Siloé Almeida, atriz Claudia Rodrigues e Cid Moreira
Siloé Almeida/Arquivo pessoal
Atencioso
O fisioterapeuta afirma que Cid era muito atencioso com funcionários e pacientes do espaço. “As pessoas chegavam e ele não via nenhum empecilho de chegarem, dar um abraço, tirar foto. Ele era uma pessoa muito atenciosa”, aponta.
Cid Moreira
Reprodução/TV Fronteira
Petrópolis
O jornalista estava internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do RJ, desde o dia 4 de setembro, quando deu entrada com insuficiência renal crônica — antes, vinha tratando de uma pneumonia em casa. O quadro piorou, e às 8h desta quinta Cid morreu de falência múltipla dos órgãos.
Segundo o Memória Globo, Cid Moreira apresentou o Jornal Nacional cerca de 8 mil vezes.
Cid Moreira
Acervo TV Globo
Grande nome do jornalismo
Cid Moreira nasceu em Taubaté, no Vale do Paraíba, em 1927 — ele completou 97 anos no último domingo (29).
O jornalista iniciou a carreira no rádio em 1944, depois de ser descoberto por um amigo que o incentivou a fazer um teste de locução na Rádio Difusora de Taubaté. Nos anos seguintes, entre 1944 e 1949, ele narrou comerciais até se mudar para São Paulo, onde trabalhou na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade.
Em 1951, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga. Foi lá que, entre 1951 e 1956, começou a ter suas primeiras experiências na televisão, apresentando comerciais ao vivo em programas como “Além da Imaginação” e “Noite de Gala”, na TV Rio.
Sua estreia como locutor de noticiários aconteceu em 1963, no “Jornal de Vanguarda”, da TV Rio, o que marcou o início de sua carreira no jornalismo televisivo. Nos anos seguintes, trabalhou nesse mesmo programa em várias emissoras, como Tupi, Globo, Excelsior e Continental, consolidando sua presença na televisão.
VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região
Veja mais notícias da região no g1 Piracicaba

Mais Notícias