Hospital Regional de Taubaté e a Secretaria de Saúde não divulgaram informações sobre o estado de saúde deles. Assentamento do MST onde houve ataque que resultou em duas mortes em Tremembé, SP
Peterson Grecco/TV Vanguarda
O ataque a um assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que deixou dois mortos em Tremembé, no interior de São Paulo, também terminou com outras seis pessoas feridas.
Todos os feridos foram levados para o Hospital Regional de Taubaté. Cinco deles seguem internados nesta segunda-feira (13), enquanto um já recebeu alta. A Secretaria de Estado da Saúde não divulgou informações sobre o estado de saúde deles.
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Os feridos são homens e mulheres com idades entre 18 e 49 anos. Eles, inclusive, já foram ouvidos pela polícia, que tenta levantar informações sobre os suspeitos pelo ataque.
A intenção da Polícia Civil é que todos sejam ouvidos novamente após receberem alta do hospital.
Prisão de suspeito
O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu manter preso Antônio Martins dos Santos Filho, de 41 anos, suspeito de chefiar o ataque ao assentamento Olga Benário, do MST, em Tremembé, no interior de São Paulo.
Duas pessoas morreram e seis ficaram feridas no ataque, ocorrido na noite de sexta-feira (10). Homens armados invadiram o assentamento, que é regularizado, e abriram fogo.
Antônio Martins, conhecido como “Nero do piseiro”, foi detido no sábado (11) após ser reconhecido por testemunhas. Ele passou por audiência de custódia na manhã deste domingo (12), e a Justiça decidiu mantê-lo preso por 30 dias.
O delegado Marcos Ricardo Parra disse que Nero é apontado como chefe do ataque. Segundo o delegado, ele foi reconhecido porque os homens que invasores não cobriram o rosto. Em depoimento, o suspeito confirmou ter ido ao local, mas negou ter atirado. O g1 não conseguiu falar com a defesa dele.
A polícia acredita que o crime foi motivado por divergências sobre lotes do assentamento. O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que a Polícia Federal instaure um inquérito.
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“A motivação foi um problema interno de pessoas do assentamento, sem nenhuma conotação com invasão ou proteção de terra. Foi uma cobrança de posição em relação à permissão de negociar o terreno ou não. A gente não conseguiu, até agora, entender se ele [Nero, o suspeito preso] era o adquirente ou se ele era o intermediário. Seja como for, ele estava lá para modificar o pensamento dos demais”, disse o delegado.
Segundo suspeito é procurado
A polícia procura outros envolvidos e já pediu a prisão de um segundo suspeito. Na tarde deste domingo, a Justiça de São Paulo autorizou a prisão temporária do homem, que segue foragido.
Foram apreendidas armas brancas e de fogo, além de um carro. Tudo passará por perícia, na tentativa de identificar digitais dos criminosos. A Polícia Militar informou que reforçou o policiamento na área.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, um terceiro homem ainda foi preso logo após o crime por equipes da Polícia Militar por porte ilegal de arma de fogo. No entanto, a ligação direta com o crime foi descartada, pois há indícios de que ele teria ido ao local para prestar socorro às vítimas.
O assentamento é regularizado pelo Incra há cerca de 20 anos. Cerca de 45 famílias vivem lá, segundo o MST.
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Quem são as vítimas
De acordo com o boletim de ocorrência, os mortos são Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos. Os feridos são três homens e três mulheres.
O velório foi realizado neste domingo, com a presença dos ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Social e Agrário) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e de lideranças do MST.
Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, foram atingidos pelos disparos e não resistiram aos ferimentos.
Divulgação/MST
Governo federal
O Ministério do Desenvolvimento Agrário repudiou o crime e manifestou solidariedade aos assentados. O Ministério de Direitos Humanos informou que “está buscando mais informações sobre os fatos ocorridos e oferecerá assistência para as lideranças do assentamento”.
“O grave ataque contra o assentamento do MST e o assassinato de lideranças soma-se aos alertas anteriores para a urgência de fortalecimento das políticas de proteção aos defensores de direitos humanos que integrem as esferas federal e estadual, os sistemas de Justiça e de Segurança Pública e as redes de proteção”, afirmou a pasta, em nota.
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Arte/g1
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