4 de janeiro de 2025

Clarinha: Cinco exames de DNA vão ser feitos para identificação de possíveis familiares

Família da Bahia está no estado para fazer exames e disse que ‘Clarinha’ tem uma identidade feita em São Paulo. A polícia capixaba teria solicitado à Polícia Civil paulista esse registro, pedindo inclusive o envio de impressões digitais desse suposto documento. Clarinha ficou 24 anos em coma e sem identificação num hospital em Vitória, Espírito Santo
Arquivo
Cinco exames de DNA vão ser feitos para comparar amostras de pessoas que alegam ser familiares da Clarinha, paciente sem identificação que morreu na última quinta-feira (14), após 24 anos internada em um hospital de Vitória. Do total de pedidos, três estavam em andamento, e dois surgiram depois da confirmação da morte, na última quinta-feira (14).
Compartilhe no WhatsApp
Compartilhe no Telegram
O caso da paciente “misteriosa” ganhou repercussão após uma reportagem sobre o caso ser exibida no Fantástico. Clarinha, como era chamada pela equipe médica, foi atropelada no Dia dos Namorados, em 12 de junho de 2000, no Centro de Vitória.
O local exato do atropelamento e o veículo que atingiu a mulher nunca foram identificados, segundo a polícia. Ela foi socorrida por uma ambulância, mas não possuía documentos. Clarinha chegou ao hospital já desacordada e sem ser identificada.
Mais de 100 famílias tentaram identificar paciente em coma por 24 anos
A mulher estava internada em estado vegetativo no Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória. Nenhum parente ou amigo a visitou em todos esses anos.
Família da Bahia
No início da noite de sábado (16), uma família da Bahia acionou o coronel Jorge Potratz, médico que cuidou da Clarinha durante os anos de internação. Ele já tinha conhecimento sobre essa família desde o fim de 2022, chegou a orientá-la na época sobre os trâmites, mas não sabe os motivos de não terem sido levados à diante.
📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp
A família consiste em uma suposta mãe, irmã e filha de Clarinha que moram na Bahia, e ainda uma segunda irmã advogada que mora nos Estados Unidos.
As três mulheres que moram na Bahia chegaram a Vitória nesta segunda-feira (18) de manhã, foram diretamente para o Departamento Médico Legal (DML) da capital, onde foram colhidas digitais.
Possíveis parentes de ‘Clarinha’, se preparam para exame de DNA no Espírito santo
Reprodução/ TV Gazeta
Segundo o coronel Potratz, o DML informou que teria condições de fazer uma comparação com impressões digitais parciais que foram colhidas da Clarinha em 2016, pelo Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES).
“A previsão é que o resultado da digital saia ainda nesta segunda (18), ele não deve ser definitivo. Não sou perito, ainda deve haver a necessidade do DNA, mas pode ser exclusivo, ou seja, descartar a família”, afirmou Potratz.
Internada há mais de 20 anos no HPM, Clarinha não é a menina que desapareceu no ES em 1976
Essa mesma família da Bahia teria informado aos policiais e ao coronel que a Clarinha teria uma identidade feita em São Paulo. E a polícia já teria solicitado à Polícia Civil paulista esse registro, solicitando inclusive o envio de impressões digitais desse suposto documento.
“Uma vez de posse disso é mais fácil fazer comparação e pode dar um norte sobre o caso”, disse o coronel.
LEIA TAMBÉM:
MP investiga se Clarinha, mulher em coma há 21 anos, é criança desaparecida nos anos 70
‘Clarinha’, em coma há 15 anos no ES, é procurada 30 vezes em 1 dia
Registro Civil de Clarinha
Jorge Potratz lembra que foi permitido pela Justiça fazer o registro civil da Clarinha, mas acredita que seja prudente esperar essas comparações.
“A gente faria o registro de nascimento para depois fazer a de óbito. Mas, com essa questão dessa possível identidade, talvez seja mais prudente esperar um pouco para evitar fazer um cancelamento judicial, se for o caso. […] Enquanto isso, também não é possível ter informações sobre a liberação do corpo”.
Na sexta (15), o coronel Potratz soube de um rapaz que alegou ser filho dela. “Quando soube da morte ele foi diretamente ao DML. Não sei quem ele é ou razões de porque teria procurado só agora”, falou o coronel. Ele também não sabe dizer se o caso do jovem avançou de sexta para cá.
Clarinha não teve piora no quadro de saúde
Médico que cuidou de Clarinha por mais de duas décadas, coronel Jorge Potratz, espírito santo
Reprodução TV Gazeta
O coronel Jorge Potratz, que cuidou da Clarinha nos últimos anos, esclareceu que a paciente não teve piora no quadro de saúde na última semana, sua morte foi súbita.
“A morte da Clarinha foi uma coisa inesperada, súbita. Ela vomitou e broncoaspirou. Não houve indicação de piora ou deterioração do quadro clínico. Foi a primeira vez que aconteceu isso em 23 anos”, disse.
“Querendo ou não, após 24 anos acamada, é uma situação que mexe com o organismo da pessoa e a deixa mais fragilizada, mas não houve uma complicação específica neste caso”, encerrou o coronel.
Quem é Clarinha
Clarinha ficou em coma em hospital de Vitória 24 anos.
TV Gazeta
O caso da paciente “misteriosa” ganhou repercussão após uma reportagem sobre o caso ser exibida no Fantástico. Clarinha, como era chamada pela equipe médica, foi atropelada no Dia dos Namorados, em 12 de junho de 2000, no Centro de Vitória.
O local exato do atropelamento e o veículo que atingiu a mulher nunca foram identificados, segundo a polícia. Ela foi socorrida por uma ambulância, mas não possuía documentos. Clarinha chegou ao hospital já desacordada e sem ser identificada.
Médico que cuidou de Clarinha por 24 anos não quer que ela seja enterrada como indigente: ‘É uma perda pra todos nós’
A mulher estava internada em estado vegetativo no Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória. Nenhum parente ou amigo a visitou em todos esses anos.
Corpo ainda está no DML
A Polícia Científica (PCIES) informou que o corpo de Clarinha permanece no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, que aguarda o andamento dos trâmites relacionados ao sepultamento iniciados pela Polícia Militar (PMES) junto ao Ministério Público Estadual (MPES).
O g1 pediu à polícia mais informações sobre a suposta família da Clarinha chegou da Bahia nesta segunda-feira (18), sobre os exames que foram realizados e contato feito com a Polícia Civil de São Paulo, mas não houve retorno até a publicação dessa reportagem.
Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo
Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo

Mais Notícias