Segundo biólogo, a serpente cipó não é venenosa e não está em extinção. Ela foi retirada com uma pinça de captura e solta em seu habitat natural. Corpo de Bombeiros retirou a serpente da residência e liberou em seu habitat natural
Divulgação/Corpo de Bombeiros
Uma cobra foi encontrada dentro de um sofá em uma residência em Caldas Novas, no sul de Goiás. Na casa, morava um bebê de 1 ano com a família. Para retirar o animal silvestre do móvel, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO) foi acionado. De acordo com a corporação, tratava-se de uma cobra cipó.
A cobra não tinha ferimentos, foi retirada com uma pinça de captura e solta em seu habitat natural. O biólogo Edson Abrão conversou com o g1 e explicou que a serpente cipó não é uma serpente agressiva, ou seja, não é peçonha e não libera veneno na picada dela. “Ela é uma serpente tranquila. É claro que se você for manusear qualquer animal silvestre e ele sentir ameaçado, ele vai te picar. Ela é uma serpente bem tranquila, mas nem por isso você vai botar mãozona nela”, alerta.
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Edson afirma que a serpente cipó não está em extinção e gosta de lugares sombrios. Essa espécie se alimenta principalmente de filhotes de passarinhos, pequenos répteis, como alguns calanguinhos e lagartos, pequenas rãs e pererecas. Ele conta que serpentes podem adentrar as residências em busca de abrigo ou de pequenos roedores e isso acontece por diversos fatores.
“O calor e o desmatamento fazem com que as serpentes tenham menos disponibilidade de alimento. Por isso, é muito comum aqui em Goiânia, nas regiões periféricas e de chácaras, encontrar jibóias, por exemplo. Elas vão para as casas, procurando sombra e alimentação, pois nas casas também abrigam ratos. Elas se alimentam muito de ratos e de outros animais, como sapos e lagartos”.
No caso da serpente cipó, o biólogo acredita que ela tenha entrado na casa em busca de abrigo. “Ela pode ter ido atrás de abrigo mesmo, às vezes ela estava em um lugar muito quente. Caldas Novas é muito quente nessa época. Na Serra de Caldas, também tem muita espécie de serpente. Então, geralmente, elas vão atrás de abrigo, alimentação, às vezes até mesmo de reprodução”, afirma.
Ao g1, a médica veterinária Luana Rodrigues Borboleta viu as imagens da cobra divulgadas pelo Corpo de Bombeiros e identificou que não se tratava de uma serpente peçonhenta.
A veterinária explica que há uma falsa sensação de que eventos como este são mais frequentes por conta de cobras terem maior notoriedade. “Quando entra, talvez, qualquer outra espécie de animal não costuma chamar os bombeiros e nem noticiar isso. Então, a gente tem uma falsa sensação de que as serpentes são mais frequentes do que as outras espécies de animais”, explica.
Diante disso, Luana afirma que há uma presença maior de animais silvestres dentro de residência em razão da expansão urbana perto de áreas de preservação ambiental. Se caso encontrar serpente dentro de casa, a bióloga orienta não mexer com o animal. “Deixa quieto lá e chama o órgão ambiental ou o Corpo de Bombeiros para fazer a remoção. Se esse animal estiver em ambiente externo, permita a saída dele da propriedade”, esclarece.
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