Oziel Branques dos Santos foi morto a facadas por dois suspeitos, um homem de 40 anos, que foi preso, e um adolescente de 17, que foi apreendido. Oziel Branques dos Santos foi assassinado a facadas após defender casal vítima de homofobia
Reprodução/Grupo Dignidade
O Grupo Dignidade, coletivo de Curitiba que defende os direitos da população LGBTQIAP+, prestou condolências à família de Oziel Branques dos Santos.
O homem, de 40 anos, foi assassinado no domingo (16) dentro de um ônibus biarticulado de Curitiba ao defender um casal de ataques homofóbicos, de acordo com a Polícia Militar (PM-PR).
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“Solidariedade e condolências aos familiares do herói Oziel Branques dos Santos […] homem que, em um gesto de extrema bravura, se levantou contra a injustiça e a intolerância. Sua empatia não será esquecida e deve servir como um poderoso lembrete da necessidade de combatermos o ódio e a violência. Lamentamos que uma atitude tão nobre tenha encontrado um fim tão trágico”, disse o grupo, em nota.
O crime aconteceu dentro do ônibus que faz a linha Santa Cândida/Capão Raso.
Os suspeitos, um homem de 41 anos e um adolescente de 17, foram identificados como sendo tio e sobrinho. Eles chegaram a fugir após o crime, mas foram localizados pela polícia pouco depois. O homem foi preso e o adolescente, apreendido.
A Polícia Civil (PC-PR) informou que, nesta terça-feira (18), o homem continua preso. No caso adolescente, a polícia disse que foi expedida uma internação provisória. Os dois ainda devem passar por audiência de custódia.
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Vítimas de ataque homofóbico presenciaram o assassinato
Jovem lamenta morte de homem que defendeu ela e namorado de homofobia em Curitiba
A jovem que estava com o namorado quando foram vítimas de homofobia dentro de um ônibus de Curitiba lamentou a morte de Oziel Branques dos Santos. Ela presenciou o crime.
“Infelizmente ele perdeu a vida tentando nos salvar. Estou em estado de choque. Minha mente não está conseguindo parar para refletir. Eu queria dormir hoje e acordar sabendo que tudo isso foi um sonho. Me deixou muito mal saber que alguém perdeu a vida tentando salvar a mim e ao meu namorado”, desabafa.
A jovem não conhecia a vítima. De acordo com ela, na confusão, Oziel foi segurado por um dos suspeitos para o outro, então, esfaqueá-lo.
“O mais velho segurou ele pelos braços e o mais novo ficava dando as facadas. A única reação que eu tive no momento foi correr, pedir ajuda. Olhei para trás e vi o cara sendo esfaqueado”, relembra.
Ameaças
Jovem relembra assassinato de homem esfaqueado dentro de ônibus em Curitiba após defender casal vítima de homofobia
RPC
A jovem contou que antes do assassinato, os agressores estavam agredindo verbalmente o casal, com importunações e ameaças de morte.
“Eles começaram a fazer insultos, o tio começou a fazer ameaças enquanto o mais novo ficava rindo. O mais novo sentou na janela e colocou a mão na mochila ameaçando pegar uma faca para gente. Ele dizia que qualquer coisa que a gente fizesse, eles iam matar a gente”.
“As agressões verbais eram bastante intensas.”
Ela afirma também que os dois tentaram despir o namorado dela “para ver se ele era homem de verdade”.
Suspeitos têm passagens anteriores pela polícia
Segundo a polícia, suspeito de 40 anos tem três passagem pela polícia por roubo e estava usando tornozeleira eletrônica. O adolescente, conforme a corporação, também tem antecedentes criminais.
Na segunda-feira (17), a Polícia Civil informou que a investigação sobre o assassinato de Oziel foi concluída e encaminhada à Justiça.
Disse também que pode realizar novas diligências, se o Ministério Público (MP-PR) solicitar informações complementares.
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