26 de outubro de 2024

Com 26 milímetros de chuvas no fim de semana, Rio Branco tem pelo menos 19 ocorrências por conta de temporais

Mesmo com o total de chuvas nesse mês superando a estimativa para os 30 dias, Rio Acre voltou a ficar abaixo de 2 metros. Mau tempo destelhou casas e derrubou árvores na capital acreana. Quedas de árvores foram registradas em Rio Branco
Divulgação/Corpo de Bombeiros
Com 26 milímetros de chuvas acumulados no último fim de semana, Rio Branco teve pelo menos 19 ocorrências por conta de temporais de acordo com números da Defesa Civil Municipal. O mau tempo destelhou casas e derrubou árvores na capital acreana, principalmente no sábado (19).
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Este número fez com que o volume de chuvas entre o dia 1º e esta segunda-feira (21) superasse a estimativa para os 30 dias de outubro: já são 247,6 mm de chuvas, mais de 44% acima dos 171 mm previstos.
Mesmo assim, o Rio Acre voltou a oscilar para baixo e saiu da média de 2 metros que havia retomado após mais de 100 dias. Nesta segunda, o nível do manancial está em 1,87 metro.
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O tenente-coronel Cláudio Falcão, coordenador da Defesa Civil Municipal, explicou no sábado que as chuvas devem se intensificar a partir de novembro.
“Ainda não podemos comemorar o final da seca histórica que nós estamos passando agora no ano 2024. Provavelmente aí no mês de novembro pro final segunda quinzena, quando as chuvas se tornarem regulares nós poderemos já respirar aliviados em relação à seca, porém, já entra imediatamente uma outra preocupação que é a questão da inundação que pode ocorrer até mais cedo no ano de 2025 do que já ocorre normalmente, mas lembrando sempre que a 73% das inundações já ocorrem nos meses de fevereiro e março, são os dois meses mais críticos e com uma intensidade de chuvas. A partir de dezembro, talvez em janeiro, a gente já tenha um nível bastante alto do Rio Acre,” diz.
Ocorrências
Telhado é levado durante temporal no Acre
A artista e professora intérprete de Libras, Joyce Ramos Pereira, 29 anos, teve o telhado da sua casa arrancado pelo temporal que tomou conta da capital acreana no início da tarde desta sexta-feira (18). A mulher estava em casa com a filha de apenas seis anos, quando a chuva começou. (Veja acima vídeo dos estragos)
Joyce, que vive apenas com a filha, disse que a criança ficou muito assustada e quis correr, porém ela conseguiu pegá-la e a levou correndo para a casa de uma vizinha.
A professora explica que com muita luta está construindo sua casa há apenas um ano e lamentou que agora precisa reconstruir toda a parte do telhado que foi levada incluindo a estrutura que sustentava.
“Agora estou com uma sensação de insegurança, pois como mãe solo, não sei como será com uma criança e ter que reconstruir novamente. Ainda estou pagando o terreno e os materiais da construção. Agora peço ajuda, o ideal seria o dinheiro para refazer o teto e a fiação da minha casa”, pediu ela.
Durante 45 minutos, chuva de granizo atinge cidade no interior do Acre
Em Brasiléia, uma chuva de granizo atingiu a cidade assustando os moradores. O engenheiro agrônomo, Igor Figueiredo, 35 anos, fez um vídeo da casa dele no momento em que o fenômeno acontecia.
A chuva iniciou por volta das 11h e durou por cerca de 45 minutos. Vários pontos de alagamentos foram registrados na cidade. Figueiredo disse que nunca tinha visto uma chuva de granizo com essa força.
“Nunca tinha visto daquela intensidade. Quebrou as telhas da casa e também derrubou uma árvore pequena no hospital”, comentou o engenheiro.
Chuva causou estragos
Divulgação Corpo de Bombeiros
Transição para chegada das chuvas
O granizo se forma quando as baixas temperaturas congelam as gotículas de água dentro das nuvens.
Segundo o professor e pesquisador da Universidade Federal do Acre (Ufac), Alejandro Fonseca, apesar de não ser um fenômeno comum, também não pode ser considerado raro, uma vez que tem ocorrido praticamente todos os anos em localidades do Acre e outras regiões da Amazônia.
“É um momento de transição para a chegada das chuvas. As condições são essas: ventos que vêm do Sul e Sudeste, que são ventos mais frios, e se encontraram com ventos aqui da região Norte, que são mais quentes e aí acontecem essas tempestades, que se chamam de tempestades locais severas. Então, uma das característica também desse momento é que pode chover granizo na parte alta da atmosfera”, informou o professor.
VÍDEOS: g1

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