Hoje, se exercitar ao ar livre em São Paulo pode trazer mais riscos que benefícios. Nos lugares atingidos diretamente pela fumaça, a recomendação é de não se exercitar nem em espaços fechados. Risco de incêndio fecha 79 parques em São Paulo
O governo de São Paulo fechou 79 parques porque há risco de novos incêndios no estado. Há 14 anos, o mês de agosto não registrava tantos focos de queimadas.
São Paulo não estava nublada nesta segunda-feira (2). Mas, para ver o céu azul, só do alto, voando acima da grossa camada de poluição que encobriu a cidade. Da rua, o que se viu foi céu escuro, sol encoberto, prédios sufocados em uma mistura de fumaça de queimadas e poluição, que foram se acumulando pela falta de chuva.
“Por conta da presença do ar muito seco aqui no estado de São Paulo, a gente não tem os grandes faxineiros da atmosfera atuando. A gente não tem nada para limpar a atmosfera, a gente vai piorando a qualidade do ar, respirando um ar cada vez mais poluído e sujo”, diz César Soares, meteorologista da Climatempo.
Com a previsão de mais uma onda de calor e ar seco, governo de SP fecha 79 parques estaduais
Reprodução/TV Globo
Durante o dia, só duas cidades de São Paulo tiveram ar com qualidade considerada boa: Guaratinguetá e Santos. Outro mapa mostra a gravidade do momento. Tudo o que está em roxo é área de emergência por risco de queimadas – praticamente o estado todo.
Com a previsão de mais uma onda de calor e ar seco, governo de SP fecha 79 parques estaduais
Reprodução/TV Globo
A Defesa Civil informou que sete municípios já registraram novos focos de incêndio nesta segunda-feira (2). O governo tomou uma medida drástica: fechou 79 parques estaduais. A medida é por prazo indeterminado, enquanto o cenário não mudar.
“A gente não pode correr o risco de uma família estar no meio de uma trilha e vir fogo de um canavial, por exemplo, e isso invadir a unidade e pegar essa família. E, também, para que nossa equipe fique 100% focada nas atividades de monitoramento, de combate imediato. A gente não pode deixar esse fogo crescer”, afirma Rodrigo Levkovicz, diretor da Fundação Florestal.
Com a previsão de mais uma onda de calor e ar seco, governo de SP fecha 79 parques estaduais
Reprodução/TV Globo
É um começo de mês ruim, depois de um mês terrível no Brasil. Agosto teve 68 mil focos de incêndio – o pior número desde 2010, o dobro do que foi registrado em 2023.
No horizonte, muita fumaça, e nenhuma perspectiva de melhora nos próximos dias. Pelo contrário. A semana deve ter mais calor, tempo mais seco e, possivelmente, mais fumaça. Por isso, em São Paulo e em outras diversas cidades do país, a recomendação é que as pessoas se previnam. Os riscos à saúde são reais e podem ser graves.
“Varia muito de pessoa para pessoa. Algumas pessoas vão ter sintomas leves, como um desconforto nos olhos, no nariz. E outras pessoas já desenvolvem um quadro respiratório mais importante, podendo chegar a uma infecção, uma pneumonia, uma sinusite, quadros maiores. E lembrar que a exposição acontece agora, mas essa inflamação, pode acontecer três, quatro semanas após a exposição”, explica a médica pneumologista Patrícia Kittler Vitório.
Hoje, se exercitar ao ar livre em São Paulo pode trazer mais riscos que benefícios. Nos lugares atingidos diretamente pela fumaça, a recomendação é de não se exercitar nem em espaços fechados.
“É importante se manter hidratado. A ingestão de líquidos é muito importante ao longo do dia. Não descuidar desse cuidado do básico. Se afastar de ambientes onde está tendo as queimadas ou uma grande concentração de poluentes. Principalmente nessa população de maior risco: as crianças, os idosos e com outras doenças associadas”, explica a especialista.
Com a previsão de mais uma onda de calor e ar seco, governo de SP fecha 79 parques estaduais
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