13 de fevereiro de 2025

Com apenas sete vereadores, audiência Pública discute impactos da construção da marginal direita no Rio Sorocaba


Apenas sete vereadores participaram do encontro. Obra, de R$ 33 milhões, vai ligar Alameda Batatais, com a Rua Padre Madureira. Câmara de Sorocaba discute construção de nova marginal do Rio Sorocaba
A audiência pública que discutiu os impactos da construção da marginal direita no Rio Sorocaba contou com a presença de apenas sete vereadores e sem nenhum representante da prefeitura na quarta-feira (12).
Um documento técnico, com a opinião de especialistas em meio ambiente, vai ser elaborado pelo grupo de vereadores que participaram da audiência, que discutiu os impactos da obra.
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No encontro, faixas e cartazes foram usados por moradores e retrataram a preocupação com o presente e o futuro do rio. “Não tem como virar as costas. Eu, com sentimento pessoal, venho como cidadão. Quero formar família, ter filho. Preciso de um planeta saudável para isso”, afirma o auxiliar administrativo Henrique Oliveira, que participou do evento.
Obra, de R$ 33 milhões, que vai ligar Alameda Batatais, com a Rua Padre Madureira, foi discutida na Câmara de Sorocaba
Reprodução/TV TEM
A audiência pública durou três horas. Ambientalistas apresentaram estudos e discutiram os impactos que podem ser causados pela implantação da marginal direita do Rio Sorocaba.
“Essas ideias, que são a base dessas propostas, elas estão completamente defasadas, e estão pautadas em critérios e em argumentos bastante discutíveis”, comenta Marcos Reigota, pesquisador ambiental.
Gabriel Bittencourt, biólogo e ativista ambiental, comenta que a construção de uma obra deste porte pode causar prejuízos irreparáveis para a biodiversidade como um todo. Ele também fala de aves que vivem no local e que estão resistindo ao processo de urbanização da cidade.
Audiência Pública discute impactos da construção da marginal direita no Rio Sorocaba
Reprodução/TV TEM
“É absurdamente magnífico. A gente vê alí colhereiros, cabeça-seca. São aves que, muitas vezes, a gente olha e diz que são aves do Pantanal. Sim, tem lá, mas tem aqui também.”
Alguns vereadores participaram da audiência. Raul Marcelo (Psol) destacou um inquérito civil já protocolado no Ministério Público de Sorocaba cobrando explicações sobre o projeto.
“A obra já está em curso. Nós temos três desapropriações previstas, no valor de R$ 1,6 milhão, e uma empresa que já é vencedora do certamente licitatório, que venceu para fazer a marginal direita com valor de R$ 33 milhões. O obra só foi paralisada porque o Ministério Público abriu inquérito civil, que está investigando os impactos ambientais da situação.”
Num debate amplo, moradores e representantes de entidades assistenciais tiveram espaço para opinar e mostraram preocupação com as consequências da obra.
A discussão sobre a construção da marginal direita é antiga: já consta no plano diretor há 40 anos. Prestes a sair do papel, um novo documento científico deve ser feito e entregue à Prefeitura de Sorocaba, destacando mais uma vez, os impactos de uma nova via naquela região.
“[Estamos] mostrando os prejuízos que uma obra como esta pode trazer para o Rio Sorocaba, para a biodiversidade, pro futuro da nossa cidade”, diz a vereadora Iara Bernardi (PT).
Valor milionário
Orçada em R$ 33 milhões, o projeto da marginal direita prevê 1,8 mil metros de extensão, ligando a Alameda Batatais e a Rua Padre Madureira. A previsão é de que o dinheiro para a construção chegue por meio de um financiamento.
Movimentos em defesa ao meio ambiente de Sorocaba defendem que o assunto precisa ser debatido entre todos.
“A gente precisa que os técnicos discutam, e que ajudem a dar embasamento para que a população discuta. Democracia de verdade só é democracia quando as coisas são discutida com toda a população e a população, às vezes, não sabe de coisas que os técnicos sabem”, lembra o psicólogo José Anezio do Vale.
Apenas sete vereadores participaram da audiência pública. Foram eles:
Iara Bernardi (PT)
Fernanda Garcia (PSOL)
Roberto Freitas (PL)
Izidio (PT)
Toninho Corredor (AGIR)
Raul Marcelo (PSOL)
Jussara Fernandes (Republicanos)
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) deverá fazer uma análise técnica sobre a obra, mas isso só deve ocorrer quando a Prefeitura de Sorocaba entregar a documentação solicitada pelo órgão.
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