6 de outubro de 2024

Com atraso, SP Águas inicia obras de canal que liga a parte alta do Rio Batalha ao ponto de captação

Obra teve início na quarta-feira (2), em parceria com a Secretaria de Obras e o DAEE em Bauru (SP). Medida tem como objetivo melhorar a fluidez da água e reduzir a perda por evaporação. Águas SP inicia obras de interligação na nascente do Rio Batalha, que abastece Bauru
A SP Águas deu início, na quarta-feira (2), às obras para a construção de um canal paralelo que ligará a parte alta da Lagoa do Rio Batalha ao ponto de captação de água da cidade de Bauru (SP).
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Os trabalhos estavam originalmente programados para começar na segunda-feira (30), mas enfrentaram atrasos devido às dificuldades no deslocamento das máquinas até o local da obra, o que resultou no início das atividades apenas dois dias depois.
A medida tem como objetivo melhorar a fluidez da água e reduzir a perda por evaporação em resposta à crise hídrica que atinge a cidade desde maio deste ano.
Segundo Osmar Torres, responsável pelo projeto, a meta inicial era realizar a remoção das plantas aquáticas e o desassoreamento na represa de captação, mas, devido ao rebaixamento do nível da água, o equipamento utilizado não teve o efeito esperado, o que levou à alternativa do canal paralelo.
“A meta era fazer um outro trabalho, a remoção de todo tabual. Porém o nosso equipamento não surtiu efeito, então viabilizamos fazer esse canal lateral. Eu estou bastante otimista, hoje eu creio que mais uns três, quatro dias de trabalho a gente já consegue interligar esses pontos” , disse o coordenador em entrevista à TV TEM.
Atualmente, 124 mil moradores de Bauru que recebem água da lagoa de captação do Rio Batalha enfrentam racionamento de água.
A obra, que é realizada em parceria com Departamento de Água e Esgoto de Bauru (DAE) e a Secretaria Municipal de Obras, é uma alternativa técnica, já que as máquinas ainda não conseguem fazer o desassoreamento do rio devido ao baixo nível das águas.
Crise hídrica
O abastecimento de água em Bauru opera há mais de quatro meses em sistema de rodízio. A medida teve início em maio de 2024, quando o nível da lagoa de captação do Rio Batalha, responsável por abastecer aproximadamente 26% da cidade de 379 mil habitantes, cerca de 140 mil moradores, atingiu níveis críticos, semelhantes à maior seca já registrada na cidade, há 10 anos, em 2014.
Rodízio de água foi alterado após nível de captação do Batalha chegar ao menor patamar em 10 anos em Bauru
Gabriel Pelosi/TV TEM
A cidade está dividida em grupos específicos para o abastecimento:
Grupo 1: Vila Independência
Grupo 2: Centro, Altos da Cidade, Jardim Ouro Verde e Parque dos Sabiás
Grupo 3: Vila Falcão, Alto Paraíso e parte do Jardim Industrial
Durante a reversão do sistema (troca de abastecimento de uma região para outra), o setor atendido naquele momento não começa a receber água de maneira imediata. Isso porque é necessária a recuperação do sistema (“enchimento” das redes), que pode levar algumas horas, dependendo do tamanho e consumo de cada região.
Por conta disso, inclusive, a reversão do sistema acontece sempre durante a madrugada, período de menor consumo pela população.
O critério para definir o esquema de rodízio considera as manobras operacionais possíveis de serem feitas e obedece critérios exclusivamente técnicos. O cronograma está disponível no site do DAE.
Obras de desassoreamento são necessárias para auxiliar no nível da lagoa de captação do Rio Batalha
Gabriel Pelosi/TV TEM
Em maio, a prefeitura divulgou que a medida era emergencial e temporária, devendo ser interrompida assim que o sistema voltar a ficar equilibrado. Até a última atualização desta reportagem, não há previsão para a normalização do sistema.
O bairro Jardim Bela Vista também fazia parte da lista de bairros com abastecimento afetado até 10 de setembro, mas foi excluído do regime após a prefeitura concluir obras de interligações.
Decreto emergencial
Ponto de hidratação na Praça Rui Barbosa, em Bauru (SP)
Thayna Polin/Prefeitura de Bauru
A Prefeitura de Bauru instituiu uma força-tarefa de combate à seca extrema, publicada no Diário Oficial de 12 de setembro, para minimizar os efeitos da crise climática sentida pelo município.
O decreto 17.769/2024 reconhece a situação de emergência no município, aumenta a multa já prevista em lei para quem atear fogo em terrenos vazios ou áreas de mata para até R$ 100 mil e estabelece prioridade para o combate a incêndios, com o uso de veículos e equipamentos da prefeitura.
Além disso, a prefeitura promoveu novas ações práticas, como a ampliação dos pontos de hidratação em locais de grande movimento e em novos locais estratégicos da cidade.
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