14 de novembro de 2024

Com calor e baixa umidade, previsão do tempo indica condições para que fumaça volte a cobrir parte do Brasil

Cidades no centro-norte são as que mais devem sofrem com possíveis novos focos de incêndio. Falta de chuva deve contribuir para que cidades voltem a ser tomadas pela fumaça. DF encoberto por fumaça na segunda-feira (26)
TV Globo/Reprodução
A previsão do tempo para a atual semana indica condições meteorológicas que NÃO devem ajudar a combater os focos de incêndio e também NÃO ajudarão na rápida dispersão da fumaça. Com tempo seco e calor nos próximos dias, se os incêndios persistirem, a fumaça terá ajuda para novamente cobrir o céu de regiões do Brasil. Nos últimos dias, diversas cidades amanheceram encobertas, situação que pode se repetir ao longo desta.
Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, explica que o ciclone extratropical associado à frente fria que derrubou as temperaturas no fim de semana “puxou” a fumaça dos locais com mais focos de incêndio.
“Antes da frente fria, a fumaça da Amazônia, do Pantanal e mesmo do interior de São Paulo foi atraída pelo ciclone. Depois que esse sistema passou, os ventos mudaram um pouco de direção, soprando de Sul para Norte”, analisa.
➡️Na maioria dos casos observados nos últimos dias, a fumaça veio de queimadas nos arredores. Por uma sequência de dias, o fluxo de ventos transportou fuligem de incêndios florestais que acontecem em regiões mais distantes, como na Amazônia e no Pantanal.
Ele comenta que, como o ciclone já está bem mais afastado no mar, não vai ter a mesma influência sobre a atmosfera.
☀️Mas, em compensação, o retorno do padrão de tempo seco e quente pode contribuir para o aumento de focos de incêndio e para a dispersão da fumaça.
A situação deve ser mais crítica na parte centro-norte do Brasil, por conta da tendência de tempo muito seco ne região – que já sofre com as queimadas.
Boa parte da parte central do país deve sofrer com os baixos níveis de umidade.
Inmet
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), todos os estados do Centro-Oeste, norte do Paraná, boa parte de São Paulo, sul de Minas Gerais, leste dos estados do Nordeste e sul do Pará e do Amazonas podem registrar níveis baixos de umidade relativa do ar, variando entre 30% e 20%.
“No centro-norte, o risco para novos focos de incêndio é muito grande. A fumaça que tomou Goiás, Distrito Federal, Rondônia, Acre, Amazonas e Pará há alguns dias vai continuar e pode até piorar”, prevê o meteorologista.
Mais da metade dos estados no país enfrenta o pior período de seca em 44 anos, diz Cemaden
Volta do calor
Ao longo da semana, as temperaturas devem voltar a subir, principalmente no centro-sul do país. (veja abaixo como fica o tempo nos próximos dias)
A expectativa é que já nesta terça-feira (27), Cuiabá registre máxima de 34°C. Até o fim da semana, a capital pode registrar marcas próximas aos 40°C.
Em Campo Grande, os termômetros devem registrar máximas de 27°C e temperaturas acima dos 30°C até sexta-feira (30).
No Sudeste, a tendência é que as temperaturas voltem a subir aos poucos, com o calor retornando somente na quinta-feira (29). Em São Paulo, por exemplo, a máxima pode chegar a 27°C na quinta. No Rio de Janeiro, a previsão é de 28°C nesse mesmo dia.
Risco de geada
Apesar da previsão de alta gradual das temperaturas durante a semana, o Sul e o Sudeste ainda devem ter madrugadas e manhãs frias neste início de semana.
🥶De acordo com a Climatempo, a cidade de São Paulo pode bater recorde de frio do ano nesta terça-feira. A previsão é de mínima de 5°C, dois graus mais baixo do que a menor marca registrada em 2024 – 7°C no dia 11 de agosto.
Algumas regiões podem ter geada entre a madruga e manhã de terça. Segundo o Inmet, o fenômeno pode acontecer de forma mais intensa no norte do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e a região central do Paraná.
Sul de São Paulo e sul do Mato Grosso do Sul também podem ter geada, com temperatura mínima de até 3ºC e baixo risco de perda de plantações.
Veja como ficam as temperaturas nos próximos dias, segundo o Inmet:

Incêndios florestais deixam Porto Velho e Rio Branco imersas em uma densa camada de fumaça

Mais Notícias