26 de dezembro de 2024

Com estiagem, peixes lutam por oxigênio na superfície do Rio Corumbataí em Piracicaba: ‘Estresse hídrico’, diz Cetesb

Município registra em setembro de 2024 menos de 21% do esperado de chuvas para o período, segundo apuração da EPTV. Peixes agonizando no Rio Corumbataí chamam atenção de moradores em Piracicaba
Na manhã desta segunda-feira (30), moradores do distrito de Santa Terezinha, em Piracicaba (SP), avistaram dezenas de peixes do Rio Corumbataí buscando oxigênio na superfície.
De acordo com o diretor de controle e licenciamento da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o momento é de estresse hídrico, causado pela estiagem.
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O município teve, em setembro de 2024, 20,9% do que era previsto de chuvas no período. Foram registrados, no mês, 13 mm de precipitações, quando o esperado era 62 mm, segundo apuração da EPTV, afiliada da TV Globo.
Por conta da estiagem, peixes do Rio Corumbataí, em Piracicaba, buscam oxigênio na superfície; ‘estresse hídrico’, diz diretor da Cetesb .
Reprodução/EPTV
Abastecimento
A equipe da EPTV esteve em Santa Terezinha na manhã de hoje e constatou os peixes em busca de oxigênio, nas proximidades de uma ponte no distrito.
O Rio Corumbataí é responsável por mais de 80% do abastecimento de Piracicaba.
Por conta da estiagem, peixes do Rio Corumbataí, em Piracicaba, buscam oxigênio na superfície; ‘estresse hídrico’, diz diretor da Cetesb
Reprodução/EPTV
Estresse hídrico
Em entrevista à rádio CBN Campinas na manhã desta segunda, o diretor de controle e licenciamento da Cetesb, Adriano Queiroz, disse que enviou uma equipe ao local para avaliar a situação.
Segundo ele, o período é de estresse hídrico, em que os rios apresentam níveis abaixo do normal, por causa da estiagem. Por isso, a quantidade de oxigênio na água cai no período da noite. Isso faz com que os peixes busquem oxigênio na superfície.
A equipe de reportagem da EPTV entrou em contato com a prefeitura, que informou que avisou a Cetesb sobre a situação.
Menos de 21% das chuvas previstas para setembro
De acordo com apuração da EPTV, Piracicaba teve em setembro de 2024, 20,9% do que era previsto de chuvas no período.
O município registrou, no mês, 13 mm de precipitações, quando o esperado era 62 mm.
Pedras aparentes no Rio Piracicaba na manhã desta segunda-feira, dia 30 de setembro.
Reprodução/EPTV
Lixo às margens do Rio Piracicaba
A equipe da EPTV, afiliada da TV Globo na região, flagrou descaso de moradores em trecho urbano às margens do Rio Piracicaba, em Piracicaba (SP), na manhã do dia 9 de setembro. A situação ocorre na região da Avenida Cruzeiro do Sul, onde havia muito lixo, esgoto a céu aberto e um homem ateando fogo.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) afirmou que a vazão do rio, nas primeiras horas da manhã, registrou em torno de 17m³/s e já foi confirmada a morte de alguns espécimes de peixes por falta de oxigênio. No domingo (8), mortes já tinham sido registradas.
Mata entorno do Rio Piracicaba sofre com acúmulo de lixo e móveis quebrados
Flagrante
Em uma mata, localizada ao lado de uma praça, próximo ao corpo d´água, a equipe encontrou itens como pneus, capacete, roupas, colchão, restos de móveis, dezenas de lâmpadas e até um carrinho de supermercado e uma TV.
Em um dos pontos, havia esgoto, caindo a céu aberto, despejado no Rio Piracicaba, e uma porta jogada nas águas. No mesmo local, a equipe flagrou um homem ateando fogo no meio da mata.
Lixo às margens do Rio Piracicaba, em Piracicaba
Edijan Del Santo/ EPTV
Peixes do rio
O Rio Piracicaba voltou a registrar mortes de peixes, em Piracicaba (SP), neste domingo (8). O cenário foi constatado pela EPTV, na época, em um trecho urbano cortado pelo corpo d’água, na altura da Avenida Cruzeiro do Sul.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) afirmou, em nota que, no domingo, dia 8 de setembro, técnicos estão percorrendo o Rio Piracicaba, avaliando a qualidade da água devido à baixa vazão e à queda no nível de oxigênio.
Até carrinho de supermercado com lixo foi flagrado pela produção da EPTV
Edijan Del Santo/ EPTV
“Há acúmulo de sedimentos em suspensão e de ramos de algas, indicando atividade biológica no rio. A vazão do rio, nas primeiras horas da manhã desta segunda (9), registrou em torno de 17m³/s e já foi confirmada a morte de alguns espécimes de peixes por falta de oxigênio”, diz a nota.
Ainda segundo a Cetesb, no domingo foi feito contato com a administração da Barragem de Salto Grande e liberados 4 metros cúbicos de água por segundo, durante 3 horas.
Sobre o esgoto, a concessionária Mirante informou que equipes estão no local neste momento. Já a Prefeitura de Piracicaba informou que vai enviar uma equipe ao local para recolher o material e que existem sete ecopontos na cidade onde materiais, como os mostrados na reportagem, podem ser descartados.
Animais mortos foram encontrados na altura da Avenida Cruzeiro do Sul
Edijan Del Santo/ EPTV
Desastre ambiental em julho
Em julho deste ano, a maior mortandade de peixes já registrada no Rio Piracicaba, que chegou até a Área de Proteção Ambiental (APA) do Tanquã, no interior de São Paulo, matou cerca de 253 mil peixes em um trecho de 70 quilômetros.
O dano ambiental gerou uma multa de R$ 18 milhões à Usina São José, de Rio das Pedras (SP), apontada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) como a origem da poluição que gerou as mortes dos animais. O Ministério Público e Polícia Civil também investigam o caso e a empresa diz que não foi comprovada a responsabilidade dela.
ARQUIVO: Mortandade na APA do Tanquã, em julho, é a maior registrada, segundo pescadores
Jefferson Souza/ EPTV
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