Todos os 31 municípios da área de cobertura do g1 Campinas serão chefiados por homens a partir de 2025. Executivo também será marcado por pouca diversidade racial. Prefeitos eleitos na região de Campinas – imagem não inclui Sumaré ou Tuiuti
Montagem/g1
Apesar de ter a maioria do eleitorado feminino, as cidades da região de Campinas (SP) não elegeram nenhuma mulher para o cargo de prefeita nas Eleições Municipais de 2024. A partir de 2025, todas serão chefiadas por homens.
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O número considera os 31 municípios da área de cobertura do g1 Campinas, inclusive Sumaré (SP) e Tuiuti que, apesar de não terem definido o pleito no domingo (6) – o primeiro porque terá segundo turno e o outro por estar com vencedor sob judice –, não têm mulheres na disputa.
O cenário é diferente do registrado em 2020, quando três mulheres foram eleitas para a Prefeitura em Espírito Santo do Pinhal, Estiva Gerbi e Valinhos. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos 2.534.479 de eleitores aptos a votar neste ano na região, 52,5% são mulheres.
Machismo e violência
Para Natália Rubinelli, especialista em direito eleitoral, a ausência de mulheres em cargos de liderança no Executivo pode ser explicada pelo machismo estrutural e pela violência de gênero ainda presente em espaços de poder.
“Por questões culturais, por questões de gênero, elas têm mais atribuições do que os homens, e isso também faz com que elas se afastem ainda mais da política. Além, claro, da violência política de gênero, da falta de financiamento e da falta de políticas públicas”.
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Segundo a especialista, várias políticas públicas são destinadas ao público feminino, como educação dos filhos, acesso à saúde, violência doméstica e políticas de gênero, por isso, a participação delas é fundamental. “Elas trazem perspectivas e prioridades que muitas vezes não são discutidas”.
Natália lembrou que, desde 1997, existe a cota de gênero que destina 30% das candidaturas às mulheres em eleições legislativas. A especialista, no entanto, apontou que é uma política que não tem alcançado a eficiência necessária, por isso, precisa de aperfeiçoamento.
“Nós ainda temos muitas candidaturas laranjas, infelizmente. Isso vem sendo combatido pela Justiça Eleitoral de uma forma muito forte, mas ainda assim nós percebemos que as mulheres acabam compondo a chapa porque precisa ser cumprida a cota de gênero, e não porque efetivamente elas vão ganhar e elas vão ter chances iguais aos homens”.
Veja a seguir quem são os homens que conquistaram vagas nas prefeituras da região:
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Mais candidatas
Os dados extraídos do TSE mostram que, neste ano, o número de candidatas mulheres à prefeitura cresceu proporcionalmente em comparação com 2020:
No último pleito, dos 174 candidatos, 20 eram do sexo feminino (11,4%);
Agora, dos 123 concorrentes, 17 eram mulheres (13,8%).
Vice-prefeitas
Da fileira superior à inferior (esq. / dir.): Neusa da Autoescola, Maria Helena, Maria da Glória, Cláudia da Farmácia, Filó da Saúde, Magda Bellix e Cris Mazon
Montagem/g1
Embora não tenha eleito prefeitas, a região ganhou sete mulheres no posto de vice. São elas:
Louveira – Neusa da Autoescola (MDB)
Mogi Mirim – Maria Helena (União)
Monte Alegre do Sul – Maria da Glória (PP)
Morungaba – Cláudia da Farmácia (PSDB)
Pedra Bela – Filó da Saúde (Podemos)
Pedreira – Magda Bellix (PL)
Vinhedo – Cris Mazon
Em 2020 eram apenas cinco:
Jaguariúna – Rita Bergamasco (MDB)
Mogi Mirim – Dra Maria Alice (Solidariedade)
Monte Alegre do Sul – Élida Panegassi (PP)
Pinhalzinho – Professora Terezinha (MDB)
Santo Antônio de Posse – Valéria (PSL)
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