Só de Varginha, foram mais de 7 milhões e 700 mil sacas enviadas para outros países; Estados Unidos e China são os principais destinos. Com preço recorde da safra, café foi o principal responsável pela exportação do agro em MG
Três cidades do Sul de Minas lideraram o ranking de exportação de café em 2024. Minas Gerais foi o principal exportador de café do Brasil no ano passado, com uma receita de US$ 7,8 bilhões.
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Varginha, Guaxupé e Alfenas lideram a lista das cidades que mais exportaram café no estado. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Cidades que mais exportaram café em 2024:
Varginha – US$ 1.928.365.319
Guaxupé – US$ 1.506.324.691
Alfenas – US$ 632.307.256
Patrocínio – US$ 424.236.541
Manhumirim – US$ 357.317.079
Espera Feliz – US$ 329.988.419
Manhuaçu – US$ 317.086.116
Matipó – US$ 315.228.676
Mesmo com os desafios no campo durante a produção, o mercado cafeeiro conseguiu garantir bons preços por saca e com isso alavancar as vendas para países como China e Estados Unidos.
A demanda por produtos do agronegócio mineiro atingiu patamares recordes. Isso fez com que as exportações no estado alcançassem um valor inédito, de mais de 17 bilhões de dólares em 2024. Além disso, o volume também cresceu. Atingiu um percentual de 8%, com um envio de 17 milhões de toneladas.
Quando o assunto é a produção de café, o Sul de Minas aparece como protagonista. É a principal região produtora do país. E em relação às exportações do grão em 2024, não foi diferente. A região entrou em cena com o papel principal no ranking das cidades que mais exportaram café em 2024, as do Sul de Minas estão no topo da lista.
Com preço recorde da safra, café foi o principal responsável pela exportação do agronegócio mineiro em 2024
Reprodução EPTV
Só de Varginha foram mais de 7 milhões e 700 mil sacas enviadas para outros países. Desse total, cerca de 30% passaram pelo Porto Seco, de onde são exportados mais de 250 containers do grão por mês. Para comportar esse fluxo, o local passa por uma ampliação.
“Aumenta a geração de empregos, acaba que a gente tem que contratar mais pessoas, temos que fazer mais investimentos. Agora estamos ampliando o armazém, fazendo uma estrutura nova para embarque de 40 mil sacas por dia. É um investimento de mais de 80 milhões. Além disso, há arrecadação de impostos”, explicou o diretor do Porto Seco de Varginha, Breno Nogueira Paiva.
Alguns fatores explicam toda essa boa fase do mercado cafeeiro.
“Essa conjuntura se deve à situação dos estoques baixos em todo o mundo e também à valorização do dólar frente ao real. Houve problema de produção em alguns países que são os maiores produtores, como também o Vietnã, e essa frustração de safra que já vem ocorrendo há algum tempo, ela contribuiu para esse cenário do país e de Minas Gerais consolidarem a liderança na produção e na exportação”, disse o professor de economia da Unifal-MG, João Marcos Caixeta Franco.
Nesse cenário, as corretoras desempenham um papel importante. Funcionam como uma ponte entre os produtores e as exportadoras. O corretor de café Adeilson Costa explica que o aumento da procura impactou no preço do café.
Com preço recorde da safra, café foi o principal responsável pela exportação do agronegócio mineiro em 2024
Reprodução EPTV
“O produtor da porteira para dentro faz o melhor trabalho. E nós, da porteira para fora, procuramos fazer o melhor possível, que é pegar o café do produtor e aplicar nas casas e vender no melhor preço possível. Esse ano de 2024 totalmente atípico e um ano excepcional para o produtor. Por que? Ele começou negociando café a R$ 1.200 e terminou o ano negociando o café de R$ 2,3 mil a R$ 2,4 mil. Então, chegou a bater recorde de preço, a Bolsa de Nova Iorque, bateu o recorde nesse ano de 2024”, explicou.
O olhar de satisfação da Elenir em meio à lavoura já diz tudo. O mercado está a favor do produtor de café.
“O café não parou, o preço subindo. E quem não aproveitou é porque não tinha o café. Graças a Deus, nós aproveitamos, estamos vendendo, fomos vendendo gradualmente e ainda temos um pouquinho para aproveitar. Se subir mais um pouquinho o preço, ainda temos um pouquinho”, disse a produtora Elenir Alvarenga Garcia.
Mas o produtor precisa ter cautela, aproveitar a alta no preço para investir e guardar recursos para as próximas safras.
“Você tem que estar sempre à par, olhando o mercado como é que está. Tá com muita oferta, você fica fora, espera, olha, não tem muita oferta, tem que acompanhar o mercado direitinho para você sempre estar dentro de produtos bons com preços bons. Fala que tem que botar um escorpiãozinho no bolso para guardar porque depois pode passar aperto, porque tem os compromissos da gente que não pode falhar”, completou a produtora rural.
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