Falta de equipamentos e concorrência com outros coletores também estão colocando em risco a sobrevivência da cooperativa que já chegou a ter 50 pessoas e agora tem 6. Crise na reciclagem: Araras registra redução de 84% no número de cooeperados
A queda no preço dos recicláveis, falta de equipamentos e a concorrência com outros coletores estão colocando em risco a sobrevivência da única cooperativa de material reciclável de Araras (SP).
A Araras Limpa, que já chegou ter 50 cooperadas, iniciou 2024 com 20, mas está apenas com seis neste mês de novembro, uma redução de 70% neste ano.
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Cooperativa de reciclagem Araras Limpa está com poucas cooperadas
Reprodução EPTV
Um grande problema é o preço dos materiais recicláveis que vem caindo. Para se ter uma ideia, o valor do quilo do papelão, um dos principais produtos da reciclagem, que na pandemia estava em R$ 2, no começo deste ano caiu para 15 centavos e agora está em 60 centavos.
Segundo o economista Ricardo Buso, o mercado de reciclados, assim como muitos outros, responde a lei da oferta e procura.
“O valor da celulose despencou por excesso de oferta e, na medida em que a embalagem nova começa a ficar muito mais barata, perde-se a atratividade do reciclado”, explicou.
Além do papelão, os materiais mais acessados são a latinha, que está atualmente a R$ 9 o quilo, e a garrafa pet, comercializada a R$ 4 o quilo.
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Cooperativa de reciclagem Araras Limpa teve redução de 70% nos cooperados entre janeiro e novembro deste ano
Reprodução EPTV
A cooperativa tem um acordo com a prefeitura que é quem fornece o espaço e equipamentos. A coleta é feita três vezes por semana e em dois dias é feita a separação dos materiais.
Mas segundo a presidente da cooperativa, Deolinda Fonseca dos Santos, as catadoras ficaram sem o auxílio do caminhão por dois meses. Com isso, a coleta diminuiu, o que abriu espaço para outros catadores. A Prefeitura de Araras nega que tenha faltado caminhão para a cooperativa.
As dificuldades impactam na renda, o que torna o trabalho menos atrativo e reduz o número de trabalhadores.
As cooperadas que restaram seguem firmes, a maioria é arrimo de família. Em junho, quando a cooperativa contava com oito pessoas, cada uma recebeu R$ 580.
“Nós estamos ganhando pouco, mas estamos ganhando. Antes pingar do que secar, né?”, pondera Deolinda.
Problema ambiental
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A falta de uma coleta seletiva mais atuante prejudica ainda mais a situação do lixo em Araras.
O município não tem um aterro sanitário e transporta o lixo para o aterro de Rio das Pedras, que fica a cerca de 70 km de distância. Em março deste ano, a Justiça de Araras (SP) acatou uma ação do Ministério Público e concedeu liminar proibindo a prefeitura de levar lixo para o antigo aterro municipal que está desativado e, atualmente, serve como área de transbordo.
Por dia, a cidade recolhe em média cerca de 100 toneladas de lixo. A prefeitura chegou a ser autuada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
Em abril, a Secretaria Municipal de Serviços Públicos informou que a área de transbordo de lixo domiciliar foi regularizada. De acordo com a pasta, a intervenção emergencial foi finalizada em 35 dias.
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