O Ramadã sempre acontece no nono mês do calendário lunar islâmico. Os praticantes vão fazer jejum entre o nascer e o pôr do sol, aumentar a quantidade de orações e se esforçar mais em praticar caridade, um dos preceitos da religião. Homens em Jacarta, capital da Indonésia, usam telescópio para determinar o início do mês sagrado do Ramadã
Achmad Ibrahim/AP
O Ramadã, um mês sagrado para os muçulmanos do mundo inteiro, começa neste domingo (10).
Os praticantes vão fazer jejum entre o nascer e o pôr do sol, aumentar a quantidade de orações e se esforçar mais em praticar caridade, um dos preceitos da religião.
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Quem faz jejum também não deve praticar atos considerados negativos, como fofocar, e precisa praticar boas ações.
Conheça as tradições do Ramadã, mês sagrado da cultura islâmica
Eles passam a ter duas refeições importantes no dia:
Antes do nascer do sol há o “suhoor”.
Após o pôr-do-sol há o “iftar”, que geralmente é uma refeição festiva, com familiares e amigos.
Neste ano, o Ramadã acontece em meio à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. O conflito começou depois que os terroristas invadiram e mataram israelenses, em outubro. Meses depois, a guerra deixou grande parte de Gaza em ruínas e criou uma catástrofe humanitária, com muitos palestinos sem ter o que comer.
Os muçulmanos deverão aumentar suas doações para os palestinos por causa da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, da Faixa de Gaza, além de incorporar símbolos palestinos.
Quando acontece?
O Ramadã sempre acontece no nono mês do calendário lunar islâmico. O mês é marcado pela lua crescente.
Algumas comunidades muçulmanas começam o Ramadã em dias diferentes, de acordo com determinações de autoridades religiosas locais e também com o surgimento da lua crescente.
Quando termina?
O Ramadã termina com o feriado de Idul Fitri (“celebração do fim do jejum”), em 10 de abril.
O jejum
O islamismo tem cinco pilares:
A prática de caridade com as pessoas em necessidade.
A profissão de fé: só há um Deus, e Maomé é seu profeta.
A prática da oração.
A peregrinação.
O jejum.
Os religiosos consideram que o jejum é uma forma de louvação, de submissão a Deus e de chegar a uma consciência religiosa.
Para os muçulmanos, ficar sem comer é uma maneira de praticar o autocontrole, de cultivar o sentimento de gratidão, de se aproximar de Deus e também de criar empatia pelas pessoas pobres e famintas.
Não é permitido comer e nem beber entre o nascer do sol e o pôr-do-sol.
Geralmente, eles passam a frequentar ainda mais as mesquitas para as orações e dedicam mais tempo ao livro sagrado, o Alcorão.
Caridade
A caridade é importante para os muçulmanos no ano todo, mas durante o mês de Ramadã eles dão ainda mais ênfase a isso.
Uma das formas mais comuns de praticar caridade é distribuir comida para a refeição de fim de jejum diário, a “iftar”.
Homem pendura enfeite para a chegada do Ramadã em Sidon, Líbano
Aziz Taher/Reuters
Todo mundo jejua?
Há algumas exceções, como aqueles que estão doentes ou os que estão viajando. No entanto, quem não consegue ficar sem comer um dia deve “compensar” com um outro dia.
Como é no mundo?
Há muita diversidade entre os muçulmanos –afinal, é uma religião praticada por povos diferentes, em vários países–, e há tradições culturais que não são ligadas à prática religiosa em si, mas acabam sendo associadas ao mês do Ramadã.
Alguns muçulmanos decoram a casa com itens temáticos.
No Egito é um período especialmente festivo. A decoração é colorida, há músicas de Ramadã e tendas com comida e diversão.
Antes da aurora, há grupos que tocam tambores pelas ruas –é uma espécie de convocação para que as pessoas façam a refeição antes do nascer do sol.
Em alguns países há muitas estreias de programas de TV e as empresas fazem campanhas de publicidade especial (há alguns religiosos que não gostam desse aspecto, por considerar que é uma mercantilização do Ramadã).
Na Indonésia, o país muçulmano mais populoso do mundo, há alguns rituais que são influenciados por outras religiões, como o hinduísmo e o budismo. Por exemplo: os religiosos visitam e lavam os túmulos dos parentes.
Também há sacrifício de animais, e a carne é compartilhada com familiares e pobres e órfãos.
Em uma outra região do país, os muçulmanos vão a um rio e se limpam com um shampoo especial, feito de palha de arroz.
Na Índia, onde há 200 milhões de muçulmanos, apesar de eles serem uma minoria, há venda de comida típica na rua e decoração especial.
Muçulmanos da Malásia
Lim Huey Teng/Reuters