25 de setembro de 2024

Comerciantes do Calçadão da Gameleira relatam queda nas vendas por conta da seca em Rio Branco: ‘Não dá quase ninguém’

Altas temperaturas e baixo nível do rio tornam as margens menos atrativas para visitantes, o que, consequentemente, diminui a arrecadação dos vendedores de comida. Fumaça que encobre a capital também faz com que o público diminua. Seca também impacta no comércio da capital
Reprodução/Rede Amazônica Acre
A seca histórica que atinge o Acre neste ano está se tornando um problema também para os comerciantes que atuam no Calçadão da Gameleira, às margens do Rio Acre em Rio Branco. A falta de chuvas deixou o rio com o nível mais baixo da história na capital no último sábado (21), ao marcar 1,23 metro, se estabelecendo como a maior seca em mais de 50 anos. (Veja a oscilação no gráfico abaixo)
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No domingo (22), o índice ficou com um centímetro acima: 1,24 metro, se estabelecendo, por enquanto, como a segunda menor marca registrada desde o início das medições. Até o final de outubro, o manancial deve oscilar sua profundidade diariamente, segundo a Defesa Civil. Nesta terça-feira (24), o rio marcou 1,35 metro, sendo a maior marca para o mês.
Há 15 anos, a autônoma Júlia Alves vende bananinhas no local. Ela chega, todos os dias, às 13h e precisa encarar as altas temperaturas neste período de seca no estado. Com as águas do rio mais baixas, a autônoma explica que o movimento diminuiu.
“No inverno é melhor, por incrível que pareça, por conta do público que vem olhar o rio. Tem mais público no inverno, aqui lota, fica a coisa mais linda”, avalia.
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Reprodução/Rede Amazônica Acre
Com o calor e a fumaça, poucas pessoas saem de casa. Alguns quiosques dos pontos turísticos do Centro da cidade nem abrem. O autônomo Paulo Nascimento ainda se arrisca, mas ele disse que o lucro cai consideravelmente nesta época. Poucos clientes aparecem.
“Tem atrapalhado bastante, até porque não dá muito movimento. O pessoal vem olhar mais o rio, e com o rio seco assim o pessoal não vem ver. Não dá quase ninguém aqui”, relata o comerciante.
Em Rio Branco, há três pontos de catraias. O ponto entre o Bairro do Quinze e o Aeroporto Velho é um dos mais procurados. Mas, nesse período de seca, o fluxo de pessoas caiu pela metade da quantidade normal. Segundo os catraieiros, os passageiros reclamam principalmente da longa escada que precisam descer e subir entre uma margem e outra.
“[Fica] mais complicado porque devido à escada, o movimento fica bastante complicado para nós. Na cheia dá mais gente, porque tem menos escada e o pessoal fica mais tranquilo”, explica o catraieiro Luiz Ferreira.
Apesar da falta de chuvas, no fim de semana a fumaça ficou menos intensa. Na última semana, Rio Branco figurou no topo entre as capitais mais poluídas do país e ficou 20 vezes acima do padrão sugerido pela organização mundial de saúde, a OMS, que é de até 15 microgramas por metro cúbico.
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