28 de setembro de 2024

‘Cometa do Século’ poderá ser visto no céu do ES; saiba quando e onde observar

Melhor período para observação a olho nu será entre 29 de setembro e 5 de outubro. A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) vai realizar sessões noturnas gratuitas de observação do cometa. O C/2023 A3, também conhecido como Tsuchinshan-ATLAS, em imagem feita em 10 de junho de 2024.
Wikimedia
As noites do céu no Espírito Santo terão um brilho a mais nos próximos dias com a passagem do “Cometa do Século” (chamado cientificamente de cometa C/2023 A3). O fenômeno atingirá seu brilho máximo entre 29 de setembro e 5 de outubro, período em que ele poderá ser visto a olho nu.
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De acordo com o professor do Departamento de Física da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Messias Bicalho, estima-se que seu brilho e comprimento visível de sua cauda sejam bem grandes, talvez o maior do século até agora, devido à sua trajetória e proximidade com o Sol (cerca de 58 milhões de quilômetros no periélio, ponto mais próximo do Sol).
“Porém, é provável que não supere o cometa C/2006 P1 McNaught, que passou mais de 30 milhões de quilômetros mais próximo do Sol, em 2007”, explicou o professor.
Quando os cometas se aproximam de uma estrela como o Sol, eles passam a receber luz e começam a aumentar sua temperatura. É a partir desse momento que se forma a cauda muito comum vistos nos cometas.
Ainda de acordo com o professor, ele pode ser visto no céu como uma pequena mancha clara, sem muita definição. Nos melhores dias para observá-lo, poderá ser reconhecido pela cauda de gás que pode se estender por milhões de quilômetros.
Dicas de observação
O nível de visibilidade do cometa passará sofrer oscilações, de acordo com sua posição em relação ao Sol. O melhor período para observação, no entanto, será entre 29 de setembro e 5 de outubro.
Nessa fase, ele irá aparecer no horizonte leste no final da madrugada, ficando visível até um pouco antes do Sol nascer. Para observar, é necessário encontrar um local escuro que possua o horizonte com a visão livre, como praias, ou em montanhas e morros altos de onde seja possível se ver o mar.
Durante a segunda semana do mês, será difícil observá-lo, pois o elemento estará mais próximo ao Astro-rei, do ponto de vista da Terra. O brilho solar ofusca o cometa, o que dificulta sua visualização mesmo utilizando instrumentos de observação astronômica.
A partir da terceira semana de outubro, o cometa surgirá a oeste no início da noite, logo depois do pôr-do-Sol. Assim, os melhores lugares para se observar são onde se tenha o horizonte oeste sem obstáculos na frente, como montanhas e morros mais afastados do litoral. Quanto mais alto, melhor.
No dia 13 de outubro, o corpo passará pela aproximação máxima com a Terra. Deste dia em diante, ele aparece cada vez mais alto no céu, porém, com o brilho cada vez menor, sendo necessário o uso de telescópios nas semanas seguintes.
Observatório da Ufes aberto para visitação
Observatório Astronômico da Ufes
Messias Celovani
O Observatório Astronômico da Ufes vai realizar sessões noturnas gratuitas de observação do cometa C/2023 A3, entre os dias 15 e 31 de outubro, de terça a sexta-feira, desde que as condições meteorológicas sejam favoráveis, em horário diferenciado, de acordo com a aparição do cometa. O cronograma e demais informações serão divulgados na página do Instagram do Observatório.
O espaço no campus da Ufes em Goiabeiras, Vitória, funciona das 18h às 20h. Mas a direção ressalta que o cometa aparece no céu cada dia em um horário diferente, portanto é importante realizar uma consulta antes de ir até lá. Para acompanhar as informações, basta acessar a página do observatório. O atendimento é por ordem de chegada.
Mas atenção: não é possível observar cometas, estrelas, planetas ou qualquer outro corpo celeste através das nuvens. Até mesmo a fumaça oriunda das queimadas podem atrapalhar a observação astronômica de um corpo celeste desta magnitude. Portanto, para que o fenômeno possa ser visto é necessário que o céu esteja limpo.
*André Borghi é aluno do 27º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo foi editado pelo editor Vitor Ferri.
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