28 de dezembro de 2024

Como Franca se tornou a ‘capital do basquete’ e revelou uma das principais joias do futebol brasileiro


Série da EPTV mostra como a cidade, que comemorou o bicentenário nesta quinta-feira (28), contribuiu para o cenário esportivo nacional e internacional. Assista a entrevistas exclusivas. História de Franca é marcada por esportes, do basquete ao futebol
Inevitavelmente, pode-se dizer que o esporte corre nas veias dos moradores de Franca (SP). A cidade, que completou 200 anos nesta quinta-feira (28), carrega consigo um histórico de contribuições de destaque para o cenário esportivo nacional e internacional.
Não à toa, conquistou em 2023 o registro de “capital do basquete”, pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
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As primeiras equipes amadoras da cidade foram montadas ainda em 1920, mas o primeiro time oficial da cidade é de 1951, com o Clube dos Bagres, sob o comando de Pedro Morilla Fuentes, mais conhecido como Pedroca, grande incentivador do esporte no município e que hoje dá nome ao ginásio.
Esse time lançaria as bases da qualificação do basquete em Franca, que mais tarde projetaria grandes nomes no cenário nacional, especialmente Hélio Rubens Garcia, ex-jogador e ex-treinador da seleção brasileira, e pai de Helinho Garcia, atual técnico do Franca.
“A vinda do professor Pedroca, que marcou uma geração. À época, eram jogadores baixos, e, por serem baixos, Pedroca falou: ‘nós vamos marcar pressão a quadra inteira’. ‘Mas, Seu Pedro, hoje só se marca por zona’. ‘Mas nós vamos marcar pressão a quadra inteira’. E, de repente, começou a construir um legado. E esse legado foi passando de geração para geração, de muitos que participaram jogando, outros torcendo, mas o legado foi passado”, diz Helinho.
Helinho Garcia, atual técnico do Franca Basquete
Lindomar Cailton/EPTV
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Basquete de ouro
Ao longo de 60 anos, a equipe, que em décadas passadas inclusive chegou a ser base da seleção brasileira em jogos internacionais, acumula em torno de 50 títulos, fora as oportunidades em que foi vice, como nos mundiais de 1975 e 1980.
Além disso, é um dos clubes de São Paulo com mais títulos estaduais e um dos clubes da América do Sul com mais títulos internacionais.
Em 2024, conquistou o tricampeonato consecutivo do NBB, sendo o 14º título nacional e o 45º dos seus 65 anos de história. Para Helinho, um dos segredos de tantas conquistas está na cumplicidade entre família, atletas e treinadores.
“Dentro daquilo que aprendi com meu pai, com minha mãe, você ter o lado profissional, tática, técnica é muito importante, mas o lado humano, afetivo, de você estar envolvido e sabendo que estamos todos remando na mesma direção, é uma das razões fundamentais para que a gente possa buscar alcançar os grandes objetivos”, destacou.
Lucas Dias, ala-pivô do Franca Basquete
Marcos Limonti/Sesi Franca Basquete
Joia do futebol brasileiro
Se com a bola nas mãos o sucesso é garantido, com os pés, não é diferente. Retrato disso é que foi justamente em Franca onde nasceu uma das principais joias do futebol brasileiro na atualidade.
Estamos falando do menino Estêvão, ou “Messinho”, como o jornal Marca, da Espanha, apelidou o jogador do Palmeiras de apenas 17 anos.
Apontado como melhor atleta do Verdão nesta temporada, o jovem já está vendido ao Chelsea, da Inglaterra, em uma operação que pode chegar a R$ 358 milhões. Ele partirá para o time inglês depois da disputa do Mundial de Clubes de 2025.
Em entrevista exclusiva à EPTV, afiliada da TV Globo, Estêvão falou sobre a importância dos momentos que viveu na cidade natal. Ele lembrou de quando acompanhava o pai nos jogos.
“Franca tem um papel fundamental na minha vida. É a minha cidade, onde nasci, onde tive o privilégio de conhecer o futebol, onde meu pai ia nos campos jogar, e eu ia junto com ele. Fui seguindo essa paixão pelo futebol em Franca e hoje posso estar desfrutando disso”, afirmou.
Estêvão, do Palmeiras, em entrevista exclusiva à EPTV
Lindomar Cailton/EPTV
Segundo ele, não foi fácil deixar Franca para morar em outros lugares. Porém, ele vê as mudanças como naturais na vida de atleta.
“No começo, foi bem difícil para mim, sentia muita falta, quando era mais novo, longe da família também, mas agora o futebol me ajuda a suprir isso, porque a cada semana você está em uma cidade, tem que se adaptar. Acho que o futebol acaba fazendo essas mudanças com a gente.”
Estêvão sabe que se tornou uma referência para os mais jovens e que pode influenciar no surgimento de novos craques. Diante disso, o jogador enfatizou a reponsabilidade que sente ao entrar em campo.
“Responsabilidade enorme. Sabia que ela viria, mas não sabia que viria tão cedo, de estar sendo motivação para crianças pequenas. Tento fazer isso no campo, provando que, como consegui estar lá, eles também podem chegar onde cheguei. É um papel fundamental, e tento passar uma imagem de responsabilidades, para tentar incentivar eles cada vez mais”, finalizou.
Comemoração de Estêvão, do Palmeiras
Marcos Ribolli
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