7 de janeiro de 2025

Como funciona o passaporte: a evolução desse documento essencial para viagens internacionais

A série “Como Funciona?”, da BBC, exibida no Fantástico deste domingo (5), mostrou o que acidentes de carro, técnicas de espionagem internacional e fotos de presos têm a ver com o passaporte. Conheça as tecnologias que ajudaram a evoluir o Passaporte
Viajar para o exterior exige um passaporte. Mas você sabia que a tecnologia tem modificado esse documento nas últimas décadas? A série “Como Funciona?”, da BBC, exibida no Fantástico deste domingo (5), mostrou o que acidentes de carro, técnicas de espionagem internacional e fotos de presos têm a ver com o passaporte. Veja no vídeo acima.
A evolução do passaporte
Antes do passaporte como conhecemos hoje, documentos de viagem eram simples cartas. Um exemplo é o documento de 1636, assinado pelo rei Carlos I da Inglaterra, autorizando um cidadão a viajar por três anos.
No Brasil, os passaportes surgiram com os colonizadores portugueses. Em 1820, um decreto determinava que ninguém poderia entrar no país sem o documento.
Foi apenas após a Primeira Guerra Mundial que o passaporte ganhou o formato padronizado com 32 páginas, definido pela Liga das Nações, órgão que antecedeu a ONU. Na época, não havia critérios claros para fotos, e até famílias inteiras apareciam em uma única página. Selos garantiam a autenticidade do documento.
Acidentes de carro
A página que contém os dados do passageiro é feita de camadas de policarbonato, um plástico super-resistente. E o nome, a data de nascimento e a foto são gravados em raio laser.
Essa tecnologia tem raízes na indústria automotiva. No início do século 20, os para-brisas dos carros eram de vidro comum, causando graves acidentes. Até que um dia o pintor francês Eduár Benedíctus notou que um copo de vidro derrubado no estúdio não se estilhaçou.
“Ele cheirou e lembrou que um dia tinha colocado nitrato de celulose no copo”, diz Hannah Fry.
O nitrato de celulose era usado para fazer celuloide, um dos primeiros plásticos parcialmente sintéticos. No caso do Eduár, o material evaporou, deixando uma película no copo, o que bastou para impedir que o vidro se despedaçasse.
Daí, o artista teve a ideia de aplicar uma película plástica nos para-brisas. E patenteou a inovação: duas camadas de vidro e, no meio delas, uma de plástico. A criação do pintor foi adotada em 1927 por Henry Ford, o visionário americano da indústria automotiva. A inovação logo passaria a ser de uso obrigatório nos carros.
Tecnologia e segurança no passaporte moderno
O policarbonato não é o único recurso de segurança do passaporte. A tinta ultravioleta (UV), usada para grafismos, palavras e objetos que só são visíveis com uma luz especial. Essa tecnologia, que tem origem no mundo da espionagem, também é aplicada em notas de dinheiro e carteiras de identidade.
Os serviços britânicos de inteligência e segurança acabaram descobrindo esse truque para esconder em um bilhete trivial mensagens secretas com tinta invisível.
Na década de 1980, quando os cientistas conseguiram isolar substâncias que absorvem o ultravioleta, foi possível a criação da tinta UV. Ela passou a ser usada no dinheiro, em carteiras de identidade e passaportes.
Chip biométrico
Outro componente é o chip biométrico. Protegido por camadas de policarbonato, ele contém os dados do passageiro. E hoje nos aeroportos câmeras escaneiam as nossas faces e comparam com nossas fotos — que também estão guardadas no chip.
Um dia, quem sabe, o passaporte pode ser algo do passado.
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