19 de novembro de 2024

Como prever o declínio cognitivo provocado pelo Alzheimer

Idade, gênero e batimentos cardíacos irregulares podem ser indicadores da progressão da doença. Estudo recém-publicado mostra que alguns indicadores podem antecipar, com acurácia, o declínio da capacidade cognitiva do paciente com Doença de Alzheimer e o nível de dependência de seus cuidadores nos dois anos seguintes. São eles: idade avançada, gênero (ser mulher é um fator de risco), batimentos cardíacos irregulares e o leque de atividades diárias que a pessoa consegue fazer.
Idade avançada, batimentos cardíacos irregulares, dificuldade em realizar tarefas do dia a dia, pertencer ao sexo feminino: indicadores de declínio cognitivo mais severo em pacientes com Alzheimer
Tirol Kliniken/Gerhard Berger, CC-BY 4.0
Para os pesquisadores, o objetivo era descobrir que características estariam associadas, com maior frequência, ao declínio cognitivo dos indivíduos – o Alzheimer afeta entre 50% e 70% das pessoas diagnosticadas com demência. Cerca de 500 pacientes com um quadro possível ou provável da enfermidade foram acompanhados por dois anos. Depois do mapeamento do histórico de problemas dos participantes, como doença coronariana, fibrilação atrial e diabetes, eles foram avaliados em diversos quesitos: funções cognitivas, realização de tarefas do dia a dia, dor, depressão e sintomas neuropsiquiátricos. Foi medido ainda o nível de demanda em relação aos cuidadores.
Todos apresentaram um declínio cognitivo significativo no período de dois anos. No entanto, os indicadores mais expressivos foram idade avançada, pertencer ao sexo feminino, incapacidade de dar conta das atividades diárias e fibrilação atrial, um tipo de arritmia cardíaca na qual o coração sofre com batimentos acelerados e em ritmo irregular. Esse cenário antecipava a condição mais grave de dependência. Para os pesquisadores, seria interessante não focar exclusivamente no paciente nos estágios iniciais da doença, monitorando sua relação com o cuidador.
Levantamento da Academia Americana de Neurologia (AAN em inglês), que também acabou de sair do forno, aponta que pessoas acima dos 60 anos com um quadro de hipertensão não tratada têm um risco aumentado para Alzheimer, se comparadas com aquelas que tomam medicação e a população sem essa condição crônica. A pressão alta é a principal causa de doenças cerebrovasculares, como acidentes vasculares encefálicos isquêmicos, embolias, tromboses e hemorragias. O trabalho compilou 14 estudos, com um total de 31 mil participantes, acompanhados, em média, por quatro anos.
Estudo revela que trabalhar os músculos pode prevenir doenças degenerativas como o Alzheimer

Mais Notícias