19 de setembro de 2024

Conheça o centro de treinamento da UFMG que tem 3 paratletas nos Jogos de Paris; entre eles está a medalhista de ouro no taekwondo

O espaço foi inaugurado em dezembro de 2015 e serviu de base para os treinamentos da Seleção Britânica Olímpica e Paralímpica, durante o Rio 2016. Em 2019, o local foi adaptado para o projeto de extensão de esporte paralímpico, que conta atualmente, com 110 esportistas. Centro de Treinamento Esportivo da UFMG
Patrícia Luz/G1 Minas
nd,.
Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) há um centro de treinamento que realiza um projeto de extensão para o esporte paralímpico. Os atletas contam com acompanhamento de fisioterapeuta, terapeuta-ocupacional e profissional de aprimoramento físico. Três paratletas estão nos jogos de Paris 2024. Uma delas é Ana Carolina Moura, que ganhou o ouro no taekwondo nesta sexta-feira (30) (saiba mais abaixo)
O espaço foi inaugurado em dezembro de 2015, construído em parceria com o Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da então Secretaria de Estado de Esporte e da Juventude (SEEJ).
O local foi um dos 13 espaços mineiros credenciados pelo Comitê Olímpico Brasileiro para alojar atletas de alto rendimento de delegações estrangeiras durante as Olimpíadas Rio 2016.
O CTE serviu de base para os treinamentos da Seleção Britânica Olímpica e Paralímpica.
Inclusão
Ana Carolina Silva de Moura ganhou o ouro no taekwondo nas Paralimpíadas de Paris 2024
Silvio Ávila/CPB
Em 2019, o local foi adaptado para desenvolver atletas adolescentes com deficiência. O projeto de extensão para esporte paralímpico tem, ao todo, 110 alunos – sendo, 64 jovens na modalidade de atletismo, 37 na natação, 11 no halterofilismo e nove no taekwondo.
O que é capacitismo? Entenda como não cair nessa armadilha nas Paralimpíadas de Paris 2024
A área é complementar da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG. Ele fica na Avenida Alfredo Camarate, no bairro São Luiz, Região da Pampulha, em Belo Horizonte.
Ciclismo de pista paralímpico – CTE/UFMG
Paratletas em Paris 2024:
Arthur Xavier Ribeiro, de 17 anos, competirá na natação na Classe S14 – Revezamento 4x100m livre e Prova 100 metros costas. Recentemente, Arthur conquistou medalhas na World Series de Berlim 2024, incluindo ouro nos 100m livre (júnior) e bronze no 200m livre (júnior e adulto);

Ana Carolina Silva de Moura, de 28 anos, é a representante no Taekwondo na Classe K44. Feminino até 65kg. Em 2023, Ana conquistou o ouro no Mundial do México e no Parapan do Chile, e em 2024, venceu o Rio Open de Parataekwondo. E agora conquistou o ouro nas Paralimpíadas

Izabela Silva Campos, de 43 anos, competirá no Atletismo, na Classe F11. Provas lançamento do disco feminino. Izabela é medalhista de bronze no Mundial de Kobe (2024) e ouro no lançamento de disco e arremesso de peso no Parapan do Chile 2023. Este será o quarta vez na carreira que ela participa de Jogos Paralímpicos.
Ciclismo de pista paralímpico – CTE UFMG
Patrícia Luz/g1 Minas
LEIA TAMBÉM:
Paralímpiadas de Paris 2024: veja atletas brasileiros classificados
Paralimpíadas 2024 de Paris: datas e horários de modalidades
Centro de Treinamento Esportivo da UFMG pretende formar ‘superatletas
Breaking, badminton e até surfe: saiba onde praticar esportes olímpicos diferentões em BH
Ana Caroline Silva e Lívia Avancini são eliminadas no arremesso de peso
Coordenação e supervisão
O projeto de extensão para esporte paralímpico do Centro de Treinamento Esportivo (CTE), é coordenado por Andressa da Silva de Mello, professora da UFMG desde 2015. Ela trabalha há 19 anos na área de esporte paralímpico, com alunos de graduação de educação física, pós graduação em ciências do esportes e ciências da reabilitação a nível de mestrado e doutorado. Andressa acumula no currículo duas Olimpíadas e quatro Jogos Pan-Americanos.
“Hoje, a gente tem parcerias com outros projetos de pesquisa, ONG’s e trabalhos de entidades com crianças e adolescentes deficientes. É um espaço pra prática de atividade física com objetivo competitivo de pessoas com deficiência. As pessoas que treinam aqui tem o intuito de serem atletas, e não apenas para fazer atividade física por lazer. […] Recebemos a documentação com laudo médico pra ver se o jovem é elegível para esporte paralímpico”, afirma Andressa Mello – Coordenadora do CTE.
Renato Guerreiro (supervisor), Thiago Souza Lopes (22 anos e paratleta) e Andressa Melo (coordenadora)
Patrícia Luz/G1 Minas
O projeto é supervisionado pelo educador físico e professor, Renato Guerreiro, de 35 anos. O profissional se formou em atletismo no Rio de Janeiro, veio para Belo Horizonte concluir o doutorado e, foi convidado para conhecer o trabalho do CTE com pessoas com deficiência. Em 2021, após um trabalho voluntário, Renato migrou definitivamente para o projeto. Ele faz a triagem de novos integrantes e trabalha no processo de evolução cognitiva e física dos paratletas.
“Eles saem de um processo de exclusão, feito pelos outros e até mesmo por eles mesmos, de não acreditarem que podem estar aqui. A gente observa que esse projeto traz dignidade para famílias e para os atletas. A gente observa a melhora da autoestima dessas crianças […] Eles têm direito de desfrutar de uma estrutura de qualidade, de um ambiente de qualidade, do esporte de uma forma adaptada, digna e consciente. Isso pra mim é o mais gratificante, independente da medalha e da conquista esportiva,” contou Renato Guerreiro – Supervisor de Esporte Paralímpico do CTE.
Davi César Hovacick Félix, 31 anos – atletismo paralímpico
Patrícia Luz/G1
O Davi César Hovacick Félix, de 31 anos, é de Santa Luzia, cidade da região metropolitana de BH. Ele é atleta do atletismo paralímpico, tem como prova principal o salto em distância. Faz 200 metros rasos, da classe T47, que é para pré amputados de membro superior, abaixo do cotovelo. O jovem, começou no projeto em 2019, a convite da professora Andressa.
“Eu entrei no atletismo através da corrida de rua, ainda no ensino médio, incentivado por um professor. Por conta da minha deficiência eu graduei em educação física. Um tempo depois, recebi o convite do atual treinador da seleção, Cássio Damião, lá em 2015, pra praticar o salto em distância. O esporte é meu estilo de vida. Sem ele, eu não teria uma definição de identidade […] A importância do projeto é indescritível, tanto pra mim como pessoa, como profissional ou cidadão. […] Existem caminhos a serem trilhados para as pessoas com deficiência, assim como profissionais, estagiários, doutorandos e mestrandos, que saem daqui com pesquisas promissoras. O projeto é de suma importância pra sociedade como um todo”, afirmou.
Estrutura
De acordo com a diretoria, o Centro de Treinamento Esportivo tem aproximadamente 31.000m² de área total e 5.000m² de área construída. No local, existe pista de atletismo, com oito raias. A piscina, também com oito raias, é aquecida e possui sistema de borda infinita. Há também uma academia de musculação, sala de fisioterapia, consultório para acompanhamento nutricional, consultório psicológico e sala de enfermagem.
O espaço também conta com seis vestiários, quatro saunas, três banheiras de hidromassagem, dois tanques de crioimersão, além de laboratórios e salas administrativas.
Natação
Piscina de oito raias, aquecida e com sistema de borda infinita – CTE UFMG
Patrícia Luz/g1 Minas
Piscina do CTE/UFMG
Patrícia Luz/G1 Minas
Sala de fisioterapia
Fisioterapia CTE – UFMG
Patrícia Luz/G1 Minas
Sala de fisioterapia do CTE/UFMG
Patrícia Luz/G1 Minas
Academia
Academia CTE – UFMG
Patrícia Luz/G1 Minas
Paratleta levantando peso na academia do CTE/UFMG
Patrícia Luz/G1 Minas
Terapia Ocupacional
Terapia Ocupacional CTE/UFMG
Patrícia Luz/G1 Minas
Consultório de nutrição
Estefânia da Cruz – técnica de enfermeira no consultório de nutrição do CTE/UFMG
Patrícia Luz/G1 Minas
Consultório de psicologia
Consultório de Psicologia do CTE/UFMG
Patrícia Luz/G1 Minas
Mantenedora
A estrutura física e de pessoal do CTE é mantida pela UFMG. A universidade é quem paga a luz, água, gás, jardinagem, segurança e limpeza do local. Os treinadores são pagos por projetos financiados pelo Governo Federal.
“Por ser um Centro de Referência Paralímpico, o Comitê Paralímpico Brasileiro está contratando novos treinadores para darmos continuidade nos atendimentos de natação, atletismo e parataekwondo”, afirma Andressa Mello – Coordenadora do Projeto Esporte Paralímpico
Veja os vídeos mais assistidos do g1 Minas:

Mais Notícias