Reza a Lenda, Relíquia do Tempo e Ancião são candidatos a Touro do Ano pela PBR Brasil. Peões enfrentam animais candidatos a Touro do Ano na Festa do Peão de Barretos
Selecionados por causa de suas habilidades, com tratamento de atletas de alto rendimento, acompanhamento profissional intenso e dieta de alta qualidade, os touros viram verdadeiras máquinas na arena de rodeios.
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Em Barretos (SP), onde a Festa do Peão recebe a final da Professional Bull Riders (PBR) Brasil, a maior liga de rodeio do mundo, três animais estão entre os mais temidos da competição e disputam o título de touro do ano.
Reza a Lenda, Relíquia do Tempo e Ancião têm se mostrado impiedosos com os peões que ousam desafiá-los (veja abaixo o perfil de cada um deles).
Na quinta-feira (15), quando aconteceu a primeira etapa da final, Relíquia do Tempo e Reza a Lenda derrotaram seus oponentes logo na abertura da porteira. Ancião ainda esnobou seu opositor, já que não fez a menor questão de pular e o competidor Ramon Fiorini de Souza teve que escolher outro touro para concluir a prova.
Por um lado, quanto mais bravo, mal encarado e imprevisível, maior o desafio para o peão. Por outro, superar os touros de maior rendimento e dificuldade, é o que separa os campeões do restante dos competidores.
“O touro tem que ter uma boa performance para que, na somatória final, o competidor tenha uma excelente nota, que seria em torno aí na casa dos 80 pontos para cima”, diz Bruno Moraes, juiz da liga de rodeio da PBR Brasil.
Critérios de dificuldade
O médico veterinário Bruno Moraes, que é juiz de rodeio há 20 anos, explica que os touros são avaliados em cinco quesitos:
Pulo: a altura que o touro levanta as patas dianteiras;
Coice: a altura que o animal levanta a anca e estica as patas;
Giro: o tempo que ele demora para girar, se ele sai do brete girando, mudanças de direção;
Intensidade: velocidade que o touro faz os movimentos;
Dificuldade: soma dos quatro conjuntos.
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Ancião é um dos mais temidos da liga PBR e está cotado para Touro do Ano
Érico Andrade/g1
Moraes afirma que para que um touro chegue à grande final, é feita uma média com as três maiores notas de desempenho do animal na temporada. Os principais pontuadores disputam o título de touro do ano na final, em Barretos.
O médico veterinário diz que a genética tem um importante fator para que o animal vire um atleta. Ele estima que apenas um em cada 100 tenha habilidades de pulo para participar de rodeios profissionais.
Dos que têm aptidão, o cuidado com o animal passa a ser prioridade.
“O cuidado desses animais nas fazendas é idêntico ou superior ao dado a um cachorro, a um gato, dentro de uma casa, com cuidados médicos veterinários, nutricionistas, fisioterapeutas, dieta controlada com um capim de alta qualidade, uma ração extremamente balanceada”.
O touro passa a competir a partir dos 4 anos, quando é considerado adulto, e atinge a maturidade com cerca de 7 a 8 anos. A partir dos 10 anos, já passa a diminuir o rendimento. O juiz ressalta que os animais não são abatidos e geralmente continuam com seus donos e sendo bem tratados até o fim da vida.
Reza a Lenda não dá mole para o competidor Vitor Cássio de Assis na Festa do Peão de Barretos 2024
Érico Andrade/g1
Orgulho de desafiar as feras
O mineiro Vitor Cássio de Assis, de São Francisco Sales (MG), é primo do atual campeão mundial Cássio Dias Barbosa. Ele monta há 11 anos e enfrentou o temido Reza a Lenda no primeiro dia da final.
Apesar da fama do touro, ele garante que buscou ficar tranquilo durante a montaria. O competidor assume que Reza a Lenda é um animal complicado, mas se diz feliz pela oportunidade de montá-lo.
“É um touro muito rápido, ágil, que às vezes não tem muita direção para girar. Então, o que complica dele é que às vezes ele prancheia, às vezes ele gira para a esquerda. Às vezes ele gira para a direita. Então é um touro muito imprevisível”, conta.
Já Ramon Fiorini, natural de Serra Negra (SP), encarou o touro Ancião. O competidor é atleta profissional da montaria há um ano e meio. Mesmo sendo derrotado pelo animal, ele acredita que a tranquilidade é o segredo. Principalmente por estar competindo em Barretos, ele conta que a pressão fica maior.
“Eu sabia que ele era um touro bom e hoje ele acabou me pegando um pouquinho desprevenido, ele rodou na esquerda. E aí eu acabei me afastando um pouquinho da corda, e acabou me derrubando, mas é coisa que acontece a gente tem que é preparar o psicológico”, diz.
Peões se concentram na final do circuito PBR na Festa do Peão de Barretos 2024
Érico Andrade/g1
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