Quatorze dos 15 países integrantes do conselho votaram a favor. A Rússia – que tem poder de veto – se absteve. O grupo terrorista disse que está pronto para negociar com os mediadores. Conselho de Segurança da ONU aprova resolução de cessar-fogo em Gaza
Uma resolução aprovada no Conselho de Segurança da ONU pede que Israel e o Hamas implementem com urgência o plano dos Estados Unidos para um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
“Está claro que o mundo inteiro apoia a proposta de cessar-fogo,” disse o secretário de Estado americano, Antony Blinken – que nesta segunda-feira (10) viajou de novo para o Oriente Médio. É a oitava visita dele à região desde os ataques do Hamas, em 7 de outubro de 2023.
Depois de um encontro com o presidente egípcio, ele declarou que o Hamas é o único obstáculo atual à trégua. Blinken cobrou que os países da região pressionem o Hamas a aceitar o acordo.
O secretário também viajou para Israel para discutir o plano com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A proposta do presidente americano, Joe Biden, estabelece um processo gradual, em três fases, que envolvem a retirada das tropas israelenses, o fim permanente das hostilidades e a libertação de todos os reféns.
Conselho de Segurança da ONU pede que Israel e Hamas implementem plano dos EUA para cessar-fogo na Faixa de Gaza
Jornal Nacional/ Reprodução
Nesta segunda-feira (10), depois das declarações de Blinken, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que pede com urgência a implementação desta proposta. Quatorze dos 15 países integrantes do conselho votaram a favor. A Rússia – que tem poder de veto – se absteve. O grupo terrorista Hamas reagiu e disse que está pronto para negociar com os mediadores.
Também nesta segunda-feira, o Exército israelense divulgou novas imagens da operação que resgatou quatro reféns de Gaza no sábado (8). O vídeo mostra as tropas encontrando os sequestrados dentro de uma casa. O resgate é feito sob artilharia pesada, dentro e fora do cativeiro. Depois, os soldados levam os reféns de helicóptero para Israel.
O Hamas acusou o Exército israelense de matar 274 palestinos nessa mesma operação, que aconteceu no campo de refugiados de Nuseirat, na região central de Gaza.
No domingo (9), um dia depois da ofensiva, o Gabinete de Guerra de Israel sofreu uma baixa: o ministro Benny Gantz renunciou. Ele e Benjamin Netanyahu são adversários de longa data. Mas, depois do 7 de outubro, uniram forças. Passaram a coordenar juntos o gabinete.
No domingo (9), Gantz acusou o primeiro-ministro de impedir o país de avançar em direção a uma vitória verdadeira. Ele defendeu eleições antecipadas em Israel e insistiu que é preciso apresentar um plano para o futuro de Gaza para quando a guerra acabar.
A saída de Benny Gantz – quem tem um perfil mais moderado – pode abrir espaço a aliados de Netanyahu com posições mais extremistas. A renúncia também aumenta a pressão entorno do primeiro-ministro, que vem sendo cobrado por líderes mundiais sobre o impacto da guerra na população civil de Gaza.
Uma pesquisadora da Universidade Johns Hopkins avalia que Benny Gantz era uma voz que trazia mais equilíbrio para o Gabinete de Guerra e que, agora, as decisões tendem a ser levadas em direção à extrema-direita – com quem Netanyahu formou aliança para se manter no poder na última eleição.