Família era de Olímpia (SP) e estava desaparecida desde 28 de dezembro do ano passado; crime foi descoberto pela polícia no dia 1º de janeiro, em Votuporanga (SP), e inquérito foi concluído nesta quarta-feira (13). Print mostra que trio suspeito de matar família encontrada em canavial em Votuporanga (SP) planejava fuga no dia do crime
g1
Uma conversa registrada em um aplicativo de mensagens mostra o trio suspeito de assassinar a família de Olímpia (SP) encontrada com sinais de execução em um canavial planejando a fuga no dia do crime (leia abaixo). As vítimas desapareceram no dia 28 de dezembro do ano passado e o crime foi descoberto pela polícia no dia 1º de janeiro.
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Os corpos de Mirele Tofalete, de 32 anos, Anderson Marinho, de 35, e da filha deles, Isabelly, de 15 anos, tinham marcas de tiros e estavam em estado de decomposição, em uma estrada rural de Votuporanga (SP).
Família é encontrada morta com sinais de execução em Votuporanga (SP)
O inquérito foi concluído pelo delegado Tiago Madlum Araújo, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), na quarta-feira (13).
Os suspeitos, João Pedro Teruel, Rogério Schiavo e Danilo Roberto Barboza da Silva, foram indiciados por homicídio qualificado por motivo torpe (desavença de drogas), emboscada e garantir a impunidade de outro crime.
Pai, mãe e filha desapareceram após viagem para comemorar aniversário
Arquivo pessoal
Conversa dos suspeitos
Com autorização judicial, a DIG analisou os celulares dos criminosos, que foram periciados. Nos aparelhos, a polícia encontrou as mensagens enviadas entre eles que indicam a participação do trio no crime.
Em seu depoimento, Rogério disse à polícia que não esteve em Votuporanga e que não vinha tendo contato com João Pedro havia mais de um mês. Contudo, as conversas com os suspeitos no dia do crime contradizem essa versão.
Carro da família de Olímpia que foi encontrado no canavial em Votuporanga (SP)
Reprodução/TV TEM
Em print obtido pelo g1 que mostra uma conversa pelo WhatsApp, Danilo envia áudios para Rogério (contato salvo como “esquilo”) nos quais eles combinam a fuga:
Danilo: “não adianta, nós vamos ter que ir, vamos ficar aqui não, mano. Não sabemos o que vai acontecer… Vamos embora. Só que é o seguinte: nós têm que ver com o [nome] se tem algum lugar para nós lá, mano, um lugarzinho para nós ficarmos lá, porque nós fica jogado, que nem nós ficamos lá na casa daquele povo. É foda, mano.”
Danilo: “depois também nós aluga uma casa lá na cidade, nós aluga uma casa lá em um lugar meio de quebrada e nós fica lá.”
Danilo: “nós temos chance. Se a bomba explodir, nós não pode tá aqui não, se não os polícia vai virar um cão em cima de nós.”
Danilo conseguiu fugir e, depois, foi preso em Andrelândia (MG), a 800 km de Votuporanga, no dia 7 de fevereiro (relembre as prisões abaixo).
O trio está preso temporariamente. Por isso, o delegado informou que representou pela conversão para prisão preventiva.
Crime premeditado
Pai, mãe e filha de Olímpia desapareceram após saírem para almoçar em São José do Rio Preto (SP)
Arquivo pessoal
O crime, de acordo com o delegado, foi premeditado, pois o trio se reuniu no dia anterior ao assassinato para combinar a emboscada. Depois, eles fugiram para a casa de Danilo.
Anderson, que tinha passagens criminais por tráfico de drogas, estava com a família e levava maconha no carro para entregar aos suspeitos do assassinato. Dias antes, ele pediu para que uma testemunha do crime transportasse a droga, mas o homem negou o serviço devido ao valor que seria pago.
Corpos de família que desapareceu após sair para comemorar aniversário são encontrados em canavial, em Votuporanga (SP)
Patrick Lima/TV TEM
Dessa forma, de acordo com o delegado, os suspeitos sabiam que Anderson levaria os entorpecentes e organizaram a emboscada. A esposa e a filha, no entanto, não tinham ligação com o tráfico e foram assassinadas por testemunharem o crime.
A esposa de Anderson foi alvejada por 13 tiros. Já a adolescente foi atingida por quatro disparos e encontrada morta debaixo do banco do carro, onde tentou se esconder dos criminosos, segundo a Polícia Civil.
“Anderson foi o primeiro a morrer, com sete disparos. A esposa foi a segunda. Recebeu 13 disparos, ela não teve tempo nem de tirar o cinto de segurança. A adolescente recebeu quatro disparos e estava escondida no banco”, revelou o delegado.
Prisões
João Pedro Teruel, preso em Valentim Gentil (SP)
Patrick Lima/TV TEM
O primeiro suspeito do crime, João Pedro, foi encontrado na casa da namorada, em Valentim Gentil (SP), e preso no dia 18 de janeiro.
De acordo com a Polícia Civil, ele inicialmente negou o crime, mas depois afirmou que ajudou a armar a emboscada contra a família. Ele foi encaminhado ao Plantão de Votuporanga e, depois, a uma cadeia da região.
Segundo suspeito de envolvimento em assassinato de família foi preso em Pedranópolis (SP)
Patrick Lima/TV TEM
O segundo suspeito, Rogério, foi encontrado no dia 28 de janeiro em Pedranópolis (SP), durante o cumprimento de um mandado de prisão temporária. Ele estava escondido em uma casa e se preparava para fugir na manhã do dia seguinte.
Danilo, o terceiro suspeito, estava em saída temporária quando teria participado do crime e não retornou para o sistema penitenciário. Ele foi localizado e preso em Andrelândia (MG), a 800 km de Votuporanga, no dia 7 de fevereiro.
Polícia Civil prende terceiro suspeito que estaria envolvido no triplo homicídio da família de Olímpia (SP)
Polícia Civil/Divulgação
Relembre o caso
Anderson Marino, a esposa Mirele Tofalete, e a filha deles, Isabelly, saíram de Olímpia para almoçar em São José do Rio Preto (SP) e comemorar o aniversário da mulher, no dia 28 de dezembro. Depois disso, ninguém mais conseguiu entrar em contato com as vítimas.
Após dois dias, parentes receberam a informação de que o celular de Anderson teria dado sinal em Votuporanga, cidade a 139 quilômetros de Olímpia e 83 quilômetros de São José do Rio Preto. Foi no município que os corpos foram encontrados por um morador que passava pelo canavial.
Família de Olímpia (SP) desapareceu e caso passou a ser investigado
Arquivo pessoal
O veículo da família foi encontrado no canavial e apresentava marcas de tiros. O homem estava caído fora do carro, com ferimentos provocados por sete disparos.
Antes de a família desaparecer, foi identificada uma ligação para o 190, número de emergência da PM, do celular da adolescente, mas a ligação não foi concluída. Durante a investigação, a polícia também constatou que o homem havia sido ameaçado de morte antes do crime.
Os corpos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML). Sem velório, os enterros ocorreram no dia 2 de janeiro, no Cemitério Jardim Parque das Primaveras, em Olímpia.
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