Jovem foi presa com 66 cápsulas de cocaína no estômago, segundo a polícia. Risco de cápsulas romperem dentro do organismo é altíssimo, explica especialista. Drogas encontradas no corpo de Tainara Fernandes, Goiás
Reprodução/Malta Police Force
A goiana Tainara Fernandes, de 22 anos, foi presa no Aeroporto Internacional de Malta, na Europa, com 66 cápsulas de cocaína no estômago, segundo a polícia local. No tráfico internacional de drogas, umas das formas de driblar a fiscalização nos aeroportos é o transporte de entorpecentes dentro do próprio corpo. Quem faz esse papel é chamado de “mula” e corre o risco até de morrer, caso a droga se espalhe no corpo. Leia abaixo o que acontece no corpo humano nessas situações.
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O g1 não localizou a defesa de Tainara para que pudesse se posicionar até a última atualização desta reportagem.
Paula Carpes Victório, farmacêutica e mestre em toxicologia, explicou ao g1 saúde que, geralmente, para que o transporte seja feito dentro do corpo a droga é envolta em um material plástico — em várias cápsulas ou saquinhos pequenos. Esses invólucros podem ser engolidos, aos poucos, para que fiquem no estômago durante a viagem; inseridos na vagina; ou colocados no reto.
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O que acontece se a cápsula com as drogas estourar?
Com o rompimento da cápsula, uma grande quantidade da droga passa a entrar em contato com o organismo.
O médico gastroenterologista e hepatologista Rafael Ximenes explica que a substância é absorvida pela mucosa (do estômago, da vagina ou do reto), que é irrigada por vasos sanguíneos. A droga entra em contato com as células e chega ao sistema circulatório, dando início à sintomas de uma overdose.
“No caso da cocaína, pode gerar uma série de efeitos colaterais no organismo, desde nervosismo, agitação, alteração mental, como confusão, efeitos cardíacos, então acelerar o coração, pressão subir, infarto. No caso em que a quantidade liberada seja muito grande, a pessoa pode ter uma overdose e até mesmo falecer como consequência dessa situação”, explica.
Entre os sintomas estão:
Convulsões
Hemorragia
Morte
E se a cápsula não romper? Há algum risco ainda assim?
Sim, ainda existe risco como se a cápsula não se romper. A especialista alerta que as “mulas” podem sentir:
dores fortíssimas no estômago, causando desmaios;
vômito;
sangramento por lesões nos órgãos;
cólicas que farão com que ela caia no chão no meio do aeroporto, por exemplo.
Quais os tratamentos possíveis?
Para retirar as cápsulas de forma segura ou para fazer a limpeza da droga de dentro do corpo, os procedimentos variam de acordo com o estado de saúde do paciente. Entre os tratamentos estão:
lavagem hospitalar estomacal e intestinal;
retirada por endoscopia;
uso de carvão ativado, para controlar a chegada da droga ao sangue;
remoção manual via vagina ou ânus;
cirurgia imediata, de alto risco, quando o estômago ou outro órgão já foi perfurado.
A especialista alerta que a probabilidade do paciente morrer antes dos procedimentos ou durante esses processos é significativa.
O que aconteceu com a goiana?
Goiana é presa no aeroporto de Malta com mais de 60 cápsulas de cocaína no estômago
Tainara Fernandes, de 22 anos, foi presa no domingo (3). De acordo com a Polícia de Malta, ela foi abordada por volta das 11h, após desembarcar do voo de Barcelona para Malta. Segundo a polícia, a jovem foi abordada por causa de “movimentos suspeitos” que chamaram a atenção das autoridades.
Os policiais afirmaram que a brasileira tentou fugir ao notar a presença dos agentes de segurança, mas foi imediatamente detida. Em seguida, foi feito um exame de raio-x, que mostrou que Tainara carregava várias cápsulas no estômago e em outras partes do corpo.
A jovem foi levada ao Hospital Mater Dei, onde exames confirmaram que ela carregava aproximadamente 1 kg de cocaína no corpo, segundo a polícia.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que está à disposição para prestar a assistência consular necessária. No entanto, o órgão afirmou que não divulga informações sobre casos específicos de assistência a cidadãos brasileiros.
Tainara Fernandes, presa suspeita de tráfico internacional de drogas
Reprodução/Redes Sociais
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